Covid-19: internação de idosos volta a crescer em Joinville; médico explica causas

Aplicação de dose de reforço foi aprovada para auxiliar na imunidade de público idoso

Covid-19: internação de idosos volta a crescer em Joinville; médico explica causas

Aplicação de dose de reforço foi aprovada para auxiliar na imunidade de público idoso

Fernanda Silva

Com a vacinação de idosos contra a Covid-19, Joinville chegou a registrar queda na internação deste público após a aplicação de duas doses da vacina. Este foi um dos primeiros grupos prioritários a receberem a imunização, cerca de oito meses atrás. Porém, recentemente, voltou a crescer o número de casos de pacientes idosos que precisaram ser internados por conta da doença, alerta o secretário de Saúde, Jean Rodrigues da Silva.

De acordo com o infectologista Marcelo Mulazani, o público idoso tem, naturalmente, a imunidade mais baixa, o que pode influenciar na porcentagem e duração da eficácia da vacina nesta idade. “Há perda da resposta imunológica com o passar do tempo, o que pode diminuir a duração da resposta imune”, conta o médico.

Uma pesquisa coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que a efetividade das vacinas contra a Covid-19 é impactada pela idade de quem toma a dose.

De acordo com estudo feito com 75,9 milhões de pessoas imunizadas com as vacinas Oxford/AstraZeneca e CoronaVac, há uma redução da proteção com o aumento da idade. Os dados são de pessoas vacinadas no Brasil, coletados entre 18 de janeiro e 24 de julho de 2021.

Os resultados mostram que, com as duas doses, ambas vacinas oferecem proteção contra casos moderados e graves de Covid-19 e são efetivas na proteção contra a infecção, hospitalização e morte. Em geral, aqueles que tomam AstraZeneca/Fiocruz têm proteção de 90,2% contra óbito e, aqueles que tomam CoronaVac, 73,7%.

Considerando, no entanto, a faixa etária das pessoas que tomaram os imunizantes, aqueles com idade entre 80 e 89 anos que tomaram a vacina AstraZeneca/Fiocruz obtiveram um índice de proteção contra morte de 89,9%, enquanto aqueles que tomaram a CoronaVac obtiveram uma proteção de 67,2%. Acima dos 90 anos, esses índices ficaram em 65,4% entre vacinados com AstraZeneca/Fiocruz e 33,6% entre aqueles imunizados com CoronaVac.

Por isso, tem se debatido a aplicação da terceira dose. Para o secretário de Saúde, esta é uma estratégia que pode vir a funcionar. “Os estudos internacionais apontam, inclusive, para o reforço de imunizante para os grupos prioritários, que já estão imunizados há mais de oito meses” diz. No município, a população idosa começou a ser vacinada no fim de janeiro.

Em Santa Catarina, esta dose de reforço já foi aprovada e poderá ser aplicada a partir desta quarta-feira, 1º, em idosos com mais de 70 anos e, a partir do dia 15 de setembro, em pessoas com alto grau de imunossupressão. A dose de reforço será administrada em pacientes que completaram o esquema vacinal, há pelo menos 6 meses, independente do imunizante aplicado.

O médico joinvilense acredita que a melhor saída é garantir o reforço para prevenção. Ainda assim, destaca que, sozinha, a vacinação não garante proteção total ao indivíduo, por isso, é necessário a continuidade do uso de máscara e evitar aglomerações.

“Reforço a continuidade das medidas de contenção não farmacológicas que é a máscara, distanciamento, álcool gel e evitar circular gripado”, recomenda o secretário de Saúde.

Aumento geral nas internações

Além da internação de idosos, Joinville tem registrado um crescimento geral na taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 neste último mês de agosto. Dia 1º eram 87%, chegou a 96% no dia 20 e, nesta terça-feira, 31, está em 91%.

De acordo com Jean, o aumento de internações acompanha o número de novos casos confirmados e ativos, que também aumentaram em agosto. No momento, a secretaria tem trabalhado para a continuação da campanha vacinação, explica, para que se possa diminuir a circulação do vírus.

O infectologista afirma que o perfil de internações, em sua maioria, são pessoas que ainda não foram imunizadas ou que receberam apenas a primeira dose do imunizante. “Não podemos dizer que é falha na vacina, já que tomou uma dose só”, afirma.

O médico também reforça que, quanto maior a proporção de pessoas vacinadas, menor a chance do vírus circular. “O grande motor desse processo todo é a questão da população imunizada com segunda dose, pra gente poder sentir o impacto de sociedade”, comenta o secretário de Saúde.

Atualmente, Joinville conta com 161.331 pessoas vacinadas com a segunda dose ou, ainda, a vacina de dose única. Ou seja, 26,6% da população está com o esquema vacinal completo. Enquanto isso, outras 242.665 tomaram apenas a primeira dose, portanto, 40,1% ainda precisam receber a segunda dose. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Joinville tem 604.708 moradores.

*Com informações da Agência Brasil.


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