Covid-19: Joinville aumenta ritmo de vacinação e aplica em média 2,5 mil doses por dia em maio
Segundo secretário de Saúde, velocidade da imunização depende da quantidade de doses entregues ao município
Segundo secretário de Saúde, velocidade da imunização depende da quantidade de doses entregues ao município
Desde o início de abril, Joinville viu o ritmo da vacinação contra a Covid-19 acelerar. Enquanto em março eram aplicadas cerca de 1,3 mil doses por dia, o mês seguinte quase dobrou este número, passando para 2,1 mil e, agora em maio, para 2,5 mil.
Só em abril, 64.815 pessoas foram vacinas na cidade, enquanto em janeiro foram aplicadas somente 4.936 doses, em fevereiro, 12.891 e março, 40.734. Ou seja, somente em abril, foram imunizadas mais pessoas do que nos três primeiros meses da campanha.
Se o ritmo continuar o mesmo, maio deve ultrapassar esta contagem, já que conta com quase 43 mil aplicações em apenas 17 dias. Com uma média de 2,5 mil vacinas aplicadas por dia, o mês poderá fechar com 78 mil pessoas imunizadas com a primeira ou segunda dose.
A aceleração no ritmo da vacinação depende de vários fatores, explica o secretário de Saúde, Jean Rodrigues da Silva. O principal deles é a quantidade de doses entregues pelo Ministério da Saúde ao município. “Ainda são poucas doses”, avalia.
De acordo com dados do governo do Estado, foi em abril e maio que Santa Catarina recebeu os maiores estoques de vacina, sendo 1 milhão e 673 mil, respectivamente. No mesmo período, Joinville avançou no ritmo da vacinação. As doses são distribuídas para as cidades conforme o tamanho da sua população.
Para Silva, outro fator que contribuiu para uma imunização mais rápida foi a ampliação de locais para aplicações. Anteriormente, elas aconteciam somente no Centreventos Cau Hansen, mas agora somam-se também as Unidades Básicas de Saúde (UBS).
“Ampliação para as UBSs ajudou na abertura de horários a noite e fim de semana. Também deixou a vacinação mais próxima para a população”, afirma. Porém, Rodrigues destaca que isso só foi possível com a queda do número de casos ativos de Covid-19, que possibilitou a reabertura de unidades fechadas.
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O avanço da vacinação e dos grupos prioritários segue a Campanha Nacional de Imunização (CNI), a organização geral e aplicação, porém, fica a cargo dos municípios. Lá no início, já foram feitos alguns planejamentos e estimativas de público alvo.
Em janeiro, a Secretaria de Saúde estimava vacinar 112 mil joinvilenses nos grupos prioritários. O cálculo foi baseado no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010. Por conta da desatualização dos dados, a estimativa ficou abaixo da realidade. Agora, calculasse que há 150 mil pessoas nos grupos.
Foi com a prática que a Secretária de Saúde percebeu a diferença entre a projeção e a realizada do município. No caso dos profissionais da saúde, um dos primeiros grupos a serem vacinados, tinha-se como estimado 13 mil trabalhadores. Porém, foram imunizados 22 mil.
Outro fator que prejudica as estimativas é o fato da Secretaria de Saúde do município não saber com antecedência a quantidade de doses que serão entregues. “Ficamos sabendo no dia”, afirma Silva. Por isso, não é possível calcular previsões exatas de quando grupo “x” ou “y” será vacinado.
Por isso, o secretário avalia que estas foram as principais dificuldades encontradas na campanha, já que as previsões e os planejamentos ficam prejudicados com uma estimativa desatualizada.
Ainda assim, foi encontrada uma saída. Em Joinville, a população deve fazer um pré-cadastramento para receber a dose. “O pré-cadastro ajudou a reavaliar a quantidade certa de pessoas para vacinar”, conta Silva.
No caso dos profissionais da educação, por exemplo, estava estimado a aplicação de doses em 4 mil trabalhadores, mas, com o pré-cadastro, a estimativa aumentou para 13 mil. A previsão para iniciar este grupo é 31 de maio, segundo governo catarinense.
Com o cadastro feito, é agendada a imunização, de acordo com o grupo alvo do momento. Diferente de outras cidades, que adotaram o regime de demanda, ou seja, recebe a vacina por ordem de chegada, Joinville é feito o agendamento.
“Evita aglomerações e só disponibilizamos horários pra quantidade de doses recebidas. Evita que as pessoas vão até o local e voltem pra casa sem vacina”, comenta Silva.
Outro fator que tem mudado constantemente o planejamento na imunização dos municípios são as alterações feitas pelo Ministério da Saúde nos grupos prioritários.
Ao longo da campanha de vacinação, foram incluídos como público preferencial os trabalhadores da educação, de segurança e salvamento, do transporte e, mais recentemente, moradores em situação de rua.
Ao todo, já foram publicadas seis edições da Campanha Nacional de Imunização (CNI). A atual está em sua terceira versão, publicada em 28 de abril.
O ritmo mais acelerado da vacinação pode ser prejudicado nos próximos dias. Isso porque tanto o Butantan, que produz a Coronavac, quanto a Fiocruz, com a Astrazeneca, precisaram atrasar ou paralisar a produção de vacinas por falta de insumos.
Agora, o Butantan prevê a chegada de mais matéria-prima para o próximo dia 26. está prevista a chegada de um lote com 4 mil litros de insumo farmacêutico ativo (IFA), suficientes para a produção de 7 milhões de doses da vacina. Segundo o instituto, a falta de matéria-prima ocorreu por problemas burocráticos, provocados por declarações de membros do governo brasileiro sobre a China.
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