Covid-19: lactantes enfrentam problemas na vacinação por conta de declaração médica

Segundo a Prefeitura de Joinville, médicos têm autonomia para indicar a imunização de acordo com cada paciente

Covid-19: lactantes enfrentam problemas na vacinação por conta de declaração médica

Segundo a Prefeitura de Joinville, médicos têm autonomia para indicar a imunização de acordo com cada paciente

Fernanda Silva

Joinville esteve com o agendamento para a vacinação contra a Covid-19 aberto para gestantes, puérpuras e lactantes na última semana. As mulheres que amamentam, porém, têm enfrentado problemas para conseguir a imunização por conta de declarações médicas incompletas.

De acordo com a Prefeitura de Joinville, é necessário que a paciente apresente declaração comprovando a condição de lactante e, além disso, que o médico faça a indicação formal de que a mulher pode ser vacinada.

Entretanto, não são todos os médicos da rede pública de saúde que se disponibilizam a recomendar a vacinação para estas mães. Entre os motivos, estão a falta de dados clínicos sobre a influência dos imunizantes no leite materno ou, ainda, condições de saúde da própria paciente, indica a prefeitura.

Foi isso que aconteceu com Evelyn Scortegagna, 35 anos. Ela, que é mãe de um bebê de 1 ano, foi até o posto de saúde e conseguiu o documento que a declarava como lactante. Porém, ao chegar no local de vacinação, o atestado foi recusado. “Disseram estar incompleto”, comenta. Lá, ela foi avisada de que o médico também precisava ter indicado que ela estava apta a receber o imunizante.

Em busca do seu direito à vacina, voltou à mesma unidade de saúde para pedir um novo documento. Porém, o médico informou que não faria uma declaração diferente daquela já emitida. Evelyn lamentou a dificuldade para conseguir o documento válido. “Ia precisar rodar os postos de saúde até conseguir um médico que fizesse a declaração completa?”, questiona.

Indignada com a situação, ligou na ouvidoria da prefeitura e no Web Saúde. Foi por meio deste canal que conseguiu contato com um médico que emitiu o documento completo, que incluía a indicação de que ela estava apta para se vacinar.

Na sexta-feira, 25, Evelyn pôde ser vacinada, mas somente após vencer essas dificuldades. “Conheço outras mulheres que tiveram o mesmo problema e ainda não conseguiram tomar a vacina”, lamenta.

Para ela, o processo deveria ser facilitado, considerando as dificuldades que a pandemia já traz para mães com crianças pequenas e de colo. Ela, por exemplo, precisou se deslocar diversas vezes com o bebê para as unidades de saúde, o que tornou a experiência ainda mais difícil.

Como o caso de Evelyn não foi o único a ser registrado, a Prefeitura de Joinville destaca que a exigência da permissão médica para o grupo vem do Ministério da Saúde. Além disso, comenta que o município também não pode “obrigar” os médicos a fazerem as declarações, portanto, fica a critério de cada profissional a indicação da aplicação da vacina para as mães lactantes.

A partir disso, a prefeitura reforça que os imunizantes somente serão aplicados em gestantes, puérperas e lactantes com o comprovante de que fazem parte do grupo prioritário e a indicação médica para a vacinação, também necessária em outros grupos de riscos, como pacientes com câncer e HIV.

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