CPI do Rio Mathias ouve ex-funcionários da Companhia Águas de Joinville
Companhia aproveitou obras de macrodrenagem para, ao mesmo tempo, fazer a expansão da rede de tubulação, que acabaram danificadas no processo
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores, que apura irregularidades nas obras do Rio Mathias, ouviu nesta quarta-feira, 7, ex-funcionários da Companhia Águas de Joinville. Entre as pautas da reunião estava a decisão da companhia em aproveitar as obras de macrodrenagem para, ao mesmo tempo, fazer a expansão da rede. Tubulação acabou sendo danificada no processo.
Foram ouvidos Luana Siewert Pretto, que ocupou os cargos de diretora técnica, entre 2017 e 2018, e de presidente, entre 2018 e 2020, Jalmei Duarte, que foi presidente entre 2015 e 2018, Clarissa Santos, gerente de projetos entre 2014 e 2018, e Michel Bitencourt, gerente de obras, entre 2014 e 2016, e gerente de manutenção, entre 2016 e 2018.
O presidente da CPI, vereador Willian Tonezi (Patriota), perguntou a todos os convocados de quem foi a decisão de aproveitar as obras do Rio Mathias para fazer a expansão da rede de água e esgoto da companhia, mas nenhum dos ex-dirigentes e coordenadores soube responder com certeza.
Jalmei Duarte chegou a falar que pode ter sido uma decisão da área técnica, mas quando pressionado a dar uma resposta, afirmou que pode ter sido ele, mas que não se recorda. “Eram muitas obras na época, não me lembro com detalhes de todas”, afirmou.
Clarissa dos Santos afirmou que a ordem partiu de cargos superiores ao dela na hierarquia da companhia, mas não soube informar com certeza um nome, citando a possibilidade de ter sido o ex-diretor técnico Dieter Nermann. Inclusive, ele é um dos convocados para depor na próxima reunião da CPI, marcada para segunda-feira, 12.
Michel Bitencourt, por sua vez, mostrou-se indignado com Jalmei Duarte por não saber quem tomou a decisão. “Nunca um presidente pode dizer que uma decisão é do corpo técnico”, advertiu.
Danos na rede
Outro ponto explorado nas oitivas desta quarta-feira foram danos à rede causados durante a execução da obra. Na visão de Michel Bitencourt, houve descuido da empreiteira com a rede sanitária durante as obras do Rio Mathias.
De acordo com Luana Pretto, foram registrados rompimentos na tubulação, causados pela empresa, e que geraram vazamentos de água e esgoto. Quando isso acontecia, o fornecimento de água à população era interrompido para os devidos reparos.
Segundo os relatos de Luana e demais convocados da reunião, a companhia enviou sucessivos ofícios à empresa em busca do ressarcimento financeiro das manutenções.
A CPI aprovou, ao final da reunião, a solicitação desses ofícios à Águas de Joinville. A CPI vai enviar, ainda, ofício pedindo as atas das reuniões do Conselho Administrativo da empresa pública no período de 2013 a 2020.
Além de Dieter Neermann, o engenheiro Cesar Meyer, o ex-presidente Roberto Luiz Carneiro, e o então gerente de obras Thiago Amorim, além de todos os ex-presidentes do Conselho Administrativo da Águas de Joinville do período entre 2014 e 2020 devem ser ouvidos pela CPI na próxima reunião.
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