Da arte na rua ao reconhecimento: saiba quem é artista de grafites famosos em Joinville
Bruno Bilbo é famoso pelas lagartas que pintou pelas ruas do município
Você já caminhou pela rua e viu uma lagarta em algum muro ou parede? Ou viu alguma pintura de rua que chamou a atenção? Então talvez você já tenha visto uma obra do artista joinvilense Bruno Bilbo.
Aos 12 anos, por meio da prática do skate, ele conheceu a arte do grafite. Aos 16 anos, em 2004, fez a primeira arte. A repercussão do trabalho veio nos últimos anos, por meio das pinturas de lagarta que foram espalhadas pelo artista nas ruas da cidade.
“Era bizarro, todo mundo, desde criança até idosos viam a lagarta na rua, tiravam foto, e muitas vezes até me mandavam. Era muito massa, as vezes fazia 100 lagartas por mês, só saia por aí e fazia”, conta Bruno.
A ideia era de que as lagartas aos poucos virassem borboletas. Assim, as pessoas que passassem pela rua todos os dias, poderiam acompanhar a arte se desenvolvendo. O artista afirma que a arte de rua seria uma oportunidade de todos terem contato com arte no dia a dia.
“Muitos diziam que o filho, dentro do carro, ficava sempre falando aos pais quando encontrava a lagarta no meio da rua, muitos vieram me dizer isso”, declara.
Bruno começou pintando na rua, mas hoje é contratado por empresas. Já pintou para grandes nomes, como Döhler, Celesc, Garten Shopping e até para a Prefeitura de Joinville. No 38º Festival de Dança de Joinville, pintou a famosa sapatilha instalada na frente do Teatro Juarez Machado.
“Não sei como essa virada aconteceu, antes pintava na rua, e do nada passei a fazer arte em empresas” afirma. Conforme o artista, há preconceito com a arte do grafite, contudo, isso vem mudando nos últimos tempos “Tá melhorando bastante, as pessoas estão passando a reconhecer o valor do grafite, a gente vai se ajudando”, diz.
As artes não se resumem a grafite na rua e para empresas. Bruno também está criando uma série de personagens para exibir em uma exposição.
Bruno pintava muito na rua, mas diz que nos últimos anos os artistas da região têm tido por repressão policial. “A dica que eu dou para quem quer começar a fazer grafite é para. Infelizmente é muito difícil viver disso, é como se fosse ser um artista musical, é tudo ou nada”, afirma.
Ações sociais
Além de pintar, o artista joinvilense também faz ações sociais, ensinando a arte do grafite para adolescentes e pintando voluntariamente para organizações voluntárias. “Me sinto privilegiado em trabalhar com isso, então é minha forma de retribuir”, diz Bruno.
“Um dos meus alunos dessas aulas que dei, hoje pinta e vive do grafite, sempre quando me encontra lembra que tem a primeira lata que ganhou de mim e foi quando começou a pintar, e ele é muito bom”, afirma o artista.
Bruno fez um trabalho voluntário no começo de março, em uma biblioteca construída por um grupo voluntário, dentro de uma comunidade de crianças carentes no bairro Paranaguamirim. “Essa que é a ideia, de que as crianças que vierem estudar aqui, vejam a arte e tenham a semente da arte”, disse na inauguração do espaço.