Décio Lima fala sobre disputa inédita do PT no segundo turno em SC: “É o improvável sendo provável”
Décio é o primeiro candidato do partido a chegar ao segundo turno no estado
Décio é o primeiro candidato do partido a chegar ao segundo turno no estado
O Partido dos Trabalhadores (PT) chegou pela primeira vez na história em um segundo turno de eleição ao governo do estado. Décio Lima, ex-prefeito de Blumenau, alcançou o feito ao receber 17,42% dos votos no dia 2 de outubro, deixando para trás o atual governador, Carlos Moisés (Republicanos), que teve 16,99%.
Agora, o petista está disputando o segundo turno com disputa o senador Jorginho Mello (PL), que teve 38,61%. Décio é o primeiro candidato neste segundo turno a dar entrevista ao Grupo O Município, seguindo a ordem alfabética por nome de urna. A segunda entrevista será com Jorginho Mello (PL).
Décio falou sobre o desempenho nas urnas no dia 2 de outubro, ao que ele intitula como histórico. “É o improvável sendo provável. Nós nunca havíamos tido uma possibilidade efetiva de conquistar o governo do estado. Já tivemos alguns momentos, mas ao longo da história cometemos muitos erros, principalmente naquilo que chamamos de pragmatismo da política catarinense. Isso nos levou a um isolamento ao longo da história, além da criminalização da nossa sigla nos últimos anos (…) mas a construção dessa frente democrática já trouxe os lampejos possíveis de sairmos como uma alternativa no estado”, afirma.
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Chegar ao segundo turno das eleições já era uma missão difícil para Décio e o PT em Santa Catarina. Agora, o que se aponta mais difícil ainda é conseguir uma virada contra o candidato do PL, que atingiu mais que o dobro de votos no primeiro turno. Enquanto Décio teve 710,8 mil votos, Jorginho recebeu mais de 1,5 milhão.
Entretanto, esse não é o pensamento de Décio. Ele afirma que está confiante com o crescimento que vem obtendo após o fim do primeiro turno, e que irá mostrar ao catarinense que ele é a “novidade”.
“Nosso desafio é mostrar que eu trago a novidade da política em SC. O outro candidato representa a continuação da velha política, daquilo que hoje é desprezado pela maioria do eleitorado brasileiro e catarinense. Eu sou o candidato de alguns valores que me diferenciam. Não sou o candidato da arma, sou do livro, do amor, da solidariedade, que vai fazer um governo plural, não partidário”.
Décio ainda diz que não se apresenta como candidato apenas de um grupo ideológico, mas que pretende trabalhar em harmonia. Segundo ele, o seu governo será também para o empresário, desde o pequeno até o grande, para o agronegócio e trabalhadores do campo. “Estou mostrando esse perfil, que na verdade é o perfil do catarinense. E é isso que o povo catarinense quer, alguém que não dogmatize esse processo (…) Acredito que esse é o elemento da vitória”.
Na eleição do dia 2 de outubro ficaram definidos os 40 deputados que farão parte da Alesc nos próximos quatro anos. Com maioria de viés de direita e até bolsonarista, um suposto governo petista deve ter uma grande oposição no legislativo catarinense.
Questionado sobre o tema, Décio diz que não vê o fato com preocupação. Ele relembra o período como prefeito em Blumenau, quando também teve uma vitória surpreendente e uma Câmara de Vereadores lotada de opositores.
“De 21 vereadores, elegi apenas três, ou seja, 18 eram de oposição. E no fim, nós tínhamos um espaço muito tranquilo, fazendo uma construção em nome do respeito. O poder legislativo é muito importante, mas não pode ser submetido como a política tem feito. Agora só se ganha congresso com orçamento. Eu não governarei assim. Não terei toma lá dá cá. Vou manter uma relação republicana e harmônica”.
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