Denúncia pede cassação do mandato de vereadora de Joinville por falas sobre caçadores
Movimento PROARMAS enviou ofício à Câmara
Movimento PROARMAS enviou ofício à Câmara
A coordenação regional do movimento PROARMAS enviou à Câmara de Vereadores de Joinville uma denúncia contra a vereadora Liliane da Frada (Podemos) após falas dela sobre os caçadores. O denunciante pede a cassação do mandato da vereadora.
Em duas reuniões, a primeira da Comissão de Educação do dia 24 e a segunda na sessão ordinária do dia 30, a vereadora chamou caçadores de “bandidos” e “assassinos”. A vereadora ainda disse que caçadores são “uma praga que deveria ser exterminada” e que “deu graças a Deus quando soube de notícias de que caçadores foram mortos”.
Ela também fez uma postagem nas redes sociais fazendo essa comparação que foi apagada posteriormente. Liliane defende-se dizendo que se referia apenas a caçadores ilegais, apesar de não ter deixado isso claro nos momentos de suas falas na Câmara. “A fala foi impensada, num momento de tensão, e não reflete minha trajetória na defesa da vida, de todas as vidas”, disse em entrevista ao jornal O Município Joinville.
A denúncia feita por Edivaldo Gomes Ferreira, coordenador regional do movimento PROARMAS, acusa a vereadora de ter quebrado o decoro parlamentar, incitar ódio e a violência e desrespeito a uma atividade legalmente regulamentada.
“A vereadora extrapola os limites da liberdade de expressão, adotando discurso de ódio
que flerta com a apologia ao crime e à intolerância, o que configura flagrante quebra
de decoro parlamentar, conforme preceituado no Regimento Interno dessa Casa e na
Constituição Federal”, diz a denúncia.
O vereador Cleiton Profeta (PL) foi citado pela vereadora, que disse que ele “distorceu as declarações e publicou um vídeo que levou as pessoas a acreditarem que ela teria se referido aos Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC)”. Ele se manifestou dizendo que Liliane “deixou claro seu pensamento de que caçadores são bandidos e assassinos”.
A primeira fala da vereadora aconteceu durante a discussão do projeto dele que cria o Dia do CAC na cidade.
“Agora, ela tenta contornar a situação dizendo que tudo foi tirado de contexto. Após ser confrontada, tentou corrigir, mas deixou claro que, na verdade, os considera assassinos. Chegou a dizer que comemorou a morte de alguns. Em nenhum momento falou de caçadores ilegais. Toda a discussão era sobre CACs, ou seja, caçadores legais. Reforçou os ataques inclusive em suas redes sociais, mas foi covarde ao apagar a postagem após a repercussão negativa. Agora tenta convencer a todos de que eu sou um vilão que sempre a ataca, utilizando inclusive de subterfúgios feministas, dizendo que a confrontei por ela ser mulher”, disse Cleiton.
A vereadora diz que “embora não seja contra os CACs, é contrária ao “C” de caçador”. “Há mais de 15 anos atuo na defesa da causa animal, e apoiar isso seria incoerente com tudo o que defendo. Na comissão, afirmei que, sob o olhar das vítimas – os animais – vejo o caçador como um bandido. Já na tribuna, ao ser provocada pelo vereador, usei o termo assassinos, novamente me referindo exclusivamente aos caçadores ilegais. Palavra usada por todos os ativistas”, justificou.