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“Deus me deu esse dom”: conheça cabeleireira de Joinville que corta cabelo de idosos voluntariamente

Bibiana trabalha como cabeleireira desde 2013

A cabeleireira Bibiana Burg, de 39 anos, corta voluntariamente o cabelo de idosos do Centro Geriátrico Blumengarten, no bairro Anita Garibaldi, em Joinville.

Bibiana trabalha como cabeleireira desde 2013. Uma das clientes dela trabalhava no centro para idosos e comentou que o local precisava de um voluntário para cortar o cabelo.

Após contato com os proprietários do local, a cabeleireira passou a cortar o cabelo dos idosos uma vez por mês. “Sempre pensar que um dia eu posso estar lá”, comenta. Ela não tem um dia fixo para ir ao centro geriátrico, mas sempre que é acionada corta o cabelo dos idosos.

Centro Geriátrico Blumengarten/Divulgação

Por conta da dificuldade de mobilidade de alguns dos idosos, o voluntariado praticado pela cabeleireira auxilia o centro.

Em mais de um ano cortando o cabelo dos idosos, Bibiana confessa que criou laços com eles. Porém, para ela, é muito triste quando volta ao lugar e descobre que algum dos idosos morreu. Recentemente, a morte de Terezinha afetou muito Bibiana. “Eu digo que ela era a campainha do lar, se chegasse alguém ela dizia: ‘olha chegou fulano, tá lá no portão’”, recorda.

Primeira experiência

Na primeira experiência cortando o cabelo dos idosos, Bibiana conta que estava nervosa. O nervosismo era tão grande que ela esqueceu de levar máquina de cortar cabelo. Além disso, ela também estava com cólica e a cadeira onde os idosos sentavam era baixa.

O processo de corte dos cabelos demorou mais do que deveria. Mas ela fala que isso não foi um incômodo, pois estava fazendo o que ama. “Deus me deu esse dom, então para mim, não é trabalho nenhum”, comenta.

Hoje em dia, o procedimento de corte se tornou mais rápido e dura cerca de três horas para atender todos os idosos. Ela até brinca com os idosos. “Eu tô para esperando, vocês não estão com pressa?”

Voluntariado no hospital

Uma vez, Bibiana foi até um hospital para cortar o cabelo de Teca, uma das idosas da casa que realizou uma traqueostomia. “Foi estranho, não gosto de hospital”, comenta.

Ela relembra que funcionários do hospital até estranharam a ação. Ainda, devido às condições da idosa, Bibiana precisou ter um cuidado extra com os fios de cabelo que seriam cortados.

Bibiana e Teca | Centro Geriátrico Blumengarten/Divulgação

Quando Bibiana conheceu Teca, a idosa contou para a cabeleireira que, quando jovem, tinha o cabelo vermelho igual o dela. Além disso, outra coisa em comum das duas é a paixão por motocicletas.

Teca sofreu um acidente de motocicleta após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) enquanto descia a Serra Dona Francisca (SC-418), que a deixou tetraplégica.

Quem é Bibiana?

A cabeleireira é natural de Candido de Abreu (PR), mas mora em Joinville há 20 anos. Quando se mudou para Santa Catarina, tinha um tio que trabalhava como barbeiro e foi assim que conheceu e se apaixonou pela profissão.

Em seu primeiro casamento, o marido de Bibiana não a apoiava a seguir a profissão de cabeleireira, por isso, ela trabalhou por mais de dez anos como costureira. Ela se divorciou e em 2009 casou com o atual marido, que sempre a apoiou.

Bibiana continuou trabalhando como costureira até o casal ter condições de comprar uma casa. Em abril de 2013, ela fez curso de cabeleireira e começou a trabalhar com o que sempre quis. Atualmente, a cabeleireira atende em casa e a domicílio.

“Planos a gente tem bastante, aventuras mais ainda”, comenta. Bibiana planeja continuar cortando o cabelo dos idosos do Centro Geriátrico Blumengarten e espera que mais pessoas realizem ações do tipo. “Espero que existam mais Bibianas”, finaliza.

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