Festival de Dança/Divulgação
“Deviam deixar o povo cristão entrar lá e ungir”: vereadores aprovam moção de repúdio por apresentação do Festival de Dança de Joinville
Espetáculo "Requiém SP" causou debates
A Câmara de Joinville aprovou por unanimidade nesta segunda-feira, 28, uma moção de repúdio, proposta pelo vereador Brandel Junior (PL), em relação à apresentação “Réquiem SP”, do Balé da Cidade de São Paulo, que foi apresentada na Noite de Gala do 42º Festival de Dança neste domingo, 27.
Na moção, o vereador “expressa profunda preocupação com o uso de recursos públicos e espaços culturais para promover manifestações que possam ferir valores familiares, espirituais e sociais”.
O espetáculo é marcado pelo uso de tecnologia para traduzir um cenário cheio de intensidade: o da maior metrópole da América Latina. “Réquiem SP”, do Balé da Cidade de São Paulo, é uma criação de Alejandro Ahmed que estabelece um diálogo entre distintas linguagens de dança, como o balé, o jumpstyle e as danças urbanas.
Os bailarinos estavam vestidos de preto, com maquiagem carregada e ao som de uma trilha envolvente, que em certos trechos era substituída por absoluto silêncio, reforçando uma atmosfera de tensão e intensidade no palco.
A apresentação do Ballet da Cidade de São Paulo provocou diferentes leituras do público. Comentários nas redes sociais mostram que enquanto alguns se emocionaram com a proposta artística e destacaram a potência reflexiva da performance, outros demonstraram certo estranhamento diante da abordagem escolhida.
Manifestação dos vereadores
Na tribuna, Brandel disse que há “uma indignação da sociedade joinvilense” em relação à apresentação. “É uma vergonha para a nossa cidade. Não podemos deixar que aconteça desta forma. Temos nas praças apresentações tão lindas, que representam a nossa cidade. Essa apresentação não representa o joinvilense”.
Cleiton Profeta (PL) disse que o papel da arte é ser subversivo, mas que deveria ter classificação indicativa, já que o evento foi assistido por crianças. “Tem que ter bom senso. Não tem nada a ver com censura. É inadequado para um evento público, é uma vitrine da nossa cidade. O joinvilense tem o direito de criticar”.
Pastor Ascendino Batista (PSD) disse que o povo cristão está “decepcionado” com essa apresentação. “Trouxe medo, terror, pânico. No mínimo, deviam abrir o Centro de Eventos para o povo cristão entrar lá e ungir aquele lugar, que está contaminado de má influência. Show de trevas”.
Como foi a votação
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