Dive confirma duas mortes por reação a vacina contra Covid-19 em Santa Catarina
Após mais 8 milhões de doses aplicadas em todo estado, dois óbitos foram confirmados
A diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina confirmou que duas pessoas morreram após reação a vacina contra Covid-19 no estado. Os dois casos foram no Vale do Itajaí, em Blumenau e Timbó, e aconteceram após aplicação da vacina da AstraZeneca.
Em Blumenau, a vítima foi um advogado de 28 anos, que faleceu em agosto. A outra morte que teve relação casual com a vacina, em Timbó, foi de uma mulher de 27 anos. Em ambos os casos o óbito foi classificada como Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (STT), após aplicação da AstraZeneca.
Os dois casos foram notificados e investigados pelas equipes de imunização estadual, regional e municipal, com apoio do Ministério da Saúde. Esse trabalho de investigação está ocorrendo em todos os 27 estados. Um boletim com informações atualizadas deve ser divulgado pelo Ministério da Saúde nos próximos dias.
Dados divulgados pela DIVE-SC
Em boletim, a DIVE-SC informou que os Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV) contra a Covid-19 no estado – sejam casos graves ou leves – representaram 0,1% do total de doses aplicadas na população catarinense no período de 18 de janeiro a 30 de setembro de 2021. Do total de 8.790.520 doses aplicadas nesse período, foram notificados 10.251 casos suspeitos de EAPV. Confira abaixo trecho da nota:
O estado de Santa Catarina registrou 19.736 mortes por COVID-19 até a última quarta, 9, o que equivale a uma taxa de mortalidade de 275 óbitos por 100 mil habitantes. No mês de março, durante o pior momento da pandemia no Estado, quando a cobertura vacinal ainda era baixa, a média móvel chegou a 136 óbitos por Covid-19 no período de 7 dias. No momento atual, com uma cobertura vacinal acima de 62% da população total, o Estado tem registrado uma média móvel de 7,6 óbitos por Covid-19 nos últimos 7 dias, uma redução de 36% em relação ao período de 7 dias anteriores.
Ou seja, com o avanço da vacinação em todo o Estado, ocorre uma mudança no perfil de gravidade da pandemia, com uma redução nos casos graves e óbitos , bem como na diminuição da taxa de ocupação de leitos de UTI-adulto para tratamento de pacientes Covid-19 que já foi 100% durante o mês de março, e que vem alcançando pouco mais de 20% nas últimas semanas.
Esses dados demonstram que as vacinas aplicadas apresentam um perfil favorável de benefício, tendo reduzido as internações pelas formas graves da doença e consequentemente óbitos, que superam em muito os riscos potenciais de quem recebe a vacina.
Estudos sobre vacina AstraZeneca e Trombose
Um artigo publicado por especialistas no Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry estudou e constatou uma relação entre a vacina da AstraZeneca e casos de trombose e AVC. A publicação liderada pelo professor David Werring, relatou uma síndrome induzida pela vacina, onde trouxe três exemplos de ocorrência do caso.
Em nota, eles ainda reforçam a importância de monitorar a saúde dos pacientes jovens que forem submetidos a dose.
Pacientes jovens que apresentam acidente vascular cerebral isquêmico após receberem a vacina Oxford – AstraZeneca devem ser avaliados urgentemente para testes laboratoriais (incluindo contagem de plaquetas, dímeros D, fibrinogênio e anticorpos anti-PF4) e avaliação para tromboses venosas coexistentes
Apesar das relações, Hugh Markus, membro Departamento de Neurociências Clínicas da Universidade de Cambridge, lembra que “esses efeitos colaterais são raros e muito menos comuns do que a trombose venosa cerebral e acidente vascular cerebral isquêmico associado à própria infecção por Covid-19”, finaliza.