Dois casos de hepatite aguda misteriosa em crianças de Joinville são investigados
Outros 13 casos são investigados em Santa Catarina
Outros 13 casos são investigados em Santa Catarina
Santa Catarina já soma 15 casos de crianças e adolescentes com hepatite aguda de origem misteriosa. Os pacientes registrados são de diversas regiões do estado e possuem idades entre 16 anos e cinco meses.
De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC), em abril deste ano a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o aumento
de casos de hepatite aguda de origem desconhecida. Até o momento não foi possível identificar exposições comuns, fatores de risco ou ligações entre os casos.
Além disso, os vírus comuns que causam hepatite viral aguda (vírus da hepatite A,
B, C, D e E) não foram detectados em nenhum desses casos.
Entre os principais sintomas registrados estão dores abdominais, diarreia, icterícia (olhos amarelados) e vômito. Conforme a nota técnica emitida pela Dive-SC na sexta-feira, 9, esses sintomas tendem a aparecer antes do quadro de hepatite aguda grave e aumento dos níveis de enzimas hepáticas.
A cidade com maior número de casos registrados foi em Florianópolis, onde, também, está a paciente mais nova com apenas cinco meses de vida. Já o primeiro caso foi registrado em Itajaí, em uma criança de sete anos, e depois em Balneário Camboriú, em um adolescente de 16 anos.
Nº do caso | Cidade | Idade |
1 | Itajaí | 7 anos |
2 | Balneário Camboriú | 16 anos |
3 | São José | 3 anos |
4 | Chapecó | 14 anos |
5 | Balneário | 13 anos |
6 | Garuva | 1 ano |
7 | Jaraguá do Sul | 7 anos |
8 | Chapecó | 7 anos |
9 | Joinville | 8 anos |
10 | São José | 4 anos |
11 | Ituporanga | 4 anos |
12 | Joinville | 16 anos |
13 | Florianópolis | 3 anos |
14 | Florianópolis | 5 meses |
15 | Florianópolis | 11 anos |
Diversas possibilidades sobre a causa da doença já foram levantadas. A principal hipótese é a diminuição de exposição das crianças a vírus e bactérias durante a pandemia, que causou uma baixa imunidade.
Pesquisadores identificaram a participação de dois vírus, que juntos causaram casos graves. A infectologista da Dive, Aline Vitali Grando, explica que são vírus comuns e que a falta de exposição das crianças as deixou mais sensíveis a eles. “Essas crianças deixaram de se expor a esses vírus, que são muito comuns. Então, quando elas têm uma exposição aos dois vírus elas têm o risco de ter um quadro muito mais grave.”
Também foram levantadas hipóteses relacionadas aos efeitos colaterais das vacinas contra Covid-19, porém foram descartadas já que a maioria das crianças afetadas não tinha recebido nenhum dos imunizantes para o coronavírus.
Apesar desta hepatite ainda não ter sido identificada, Aline destaca que existem vacinas para dois outros tipos da doença, a A e a B. “Outra informação muito importante é que pelo menos para duas hepatites, a A e a B, nós temos vacinas. E essas duas vacinas fazem parte da rotina das crianças. Então é fundamental checar a carteira vacinal das crianças e as levem para os postos de saúde para atualização. Com isso elas estarão protegidas para outras doenças que podem ser muito graves”, explica.
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