Doutor Dalmo fala de um quarto PA, hospital São José e ligação entre as zonas Sul e Leste
Sexto candidato da sabatina com os concorrentes a prefeito foi entrevistado pelo jornal O Município Joinville nesta sexta-feira, 16
Sexto candidato da sabatina com os concorrentes a prefeito foi entrevistado pelo jornal O Município Joinville nesta sexta-feira, 16
Naturalidade: Joinville
Profissão: Médico
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna: 17
Confira o perfil completo de Doutor Dalmo.
Doutor Dalmo Claro é o sexto entrevistado da série de sabatinas ao vivo do jornal O Município Joinville que conversará, até 6 de novembro, com todos os 15 candidatos a prefeito da cidade.
Médico, Dalmo já foi secretário da Saúde no governo de Colombo e deputado estadual pelo PSD. Esta é a primeira vez que se candidata a prefeito. A candidatura, em chapa pura, conta com o vice Derian de Oliveira, empresário.
Durante a transmissão, defendeu a criação de um quarto Pronto Atendimento na cidade, passar o Hospital São José para uma administração comunitária e afirmou que “faria igual” aos governos municipal e estadual durante a pandemia da Covid-19.
Dalmo também comentou sua polêmica retirada de candidatura por dois dias e a retomada como candidato para concorrer ao pleito nas eleições municipais 2020.
Além disso, também defendeu a criação de pontes para ligar as zonas Leste à Sul-Sudeste como alternativa de mobilidade no trânsito e citou a limpeza de rios como possível saída para os alagamentos no município.
Assista a entrevista na íntegra:
Doutor Dalmo afirmou que era necessário reconhecer os avanços na saúde de Joinville nos últimos anos, em especial a ampliação das equipes de saúde da família, mas que tem pontos a melhorar, principalmente na infraestrutura das unidades de saúde.
O médico acredita que seja necessária a instalação de um quarto Pronto Atendimento na cidade, para dar conta de atender a população de mais de 600 mil habitantes e dar acesso a um atendimento mais rápido aos que moram em regiões mais afastadas.
“A atual administração entende que não é necessário, que três PAs conseguem atender a população. Mas eu considero que nós temos que olhar a questão geográfica do munícipe que reside do outro lado da BR-101 e que precisa se deslocar ao PA Norte, Leste ou Sul para poder ser atendido”, defende.
Dalmo afirma que a questão hospitalar de alta complexidade é bem atendida no município, porém há defasagem no “setor de média complexidade ambulatorial” — que seriam consultas com especialistas e exames especializados, como raio X, ressonância magnética, tomografia e ultrassonografia. Para resolver o problema, ele defende a criação de uma policlínica.
“Está no meu projeto a policlínica, que poderia abrigar os médicos especialistas, os exames especializados e também fazer este tipo de cirurgia de baixa e média complexidade, que não existe internação. Isso vai desde uma biópsia, que é mais simples, mas também de varizes, uma érnia, enfim, que podem ser realizadas de manhã ou até de tarde e o paciente pode já ir para casa à noite. Será um grande desafio ao município, mas vai melhorar a assistência médica pelo SUS”, afirma.
Também na área da saúde, Doutor Dalmo defende que, para reduzir os gastos públicos com o Hospital Municipal São José uma alternativa seria passar a administração da unidade para uma associação comunitária.
Para explicar como funciona, Dalmo usou como exemplo o Hospital Regional de Chapecó, que é administrado por uma associação comunitária, onde a maior parte são empresários e lideranças da cidade, como dirigentes lojistas, pequenas e micro-empresas e maçons.
“Eles fazem a administração e contratam executivos para tocar o hospital. Em Jaraguá do Sul é igual, com o Hospital São José. Ele era de uma associação religiosa das freiras dominicanas e vinha com dificuldades. Foi assumido por um grupo de empresários que fizeram uma coadministração com as irmãs e o patrimônio foi passado para uma associação comunitária, ou seja, é da comunidade”, explica.
O médico ainda afirma que uma associação comunitária consegue captar doações mais facilmente e tem mais agilidade na contratação e é diferente de uma organização social, que é uma entidade privada.
Com relação a condução da pandemia das autoridades do estado e do município, Dalmo evitou fazer críticas e disse que, no início, “teria agido igual”, mas que hoje, olhando para trás, acha que Santa Catarina decretou as medidas de isolamento social muito cedo, o que, ao seu ver, acabou dificultando, principalmente, a vida dos empresários.
“E precisa flexibilizar um pouco mais agora, mas não faço reparos, porque provavelmente teria feito igual”.
No dia 16 de setembro, a assessoria do então candidato Doutor Dalmo emitiu um comunicado onde o PSL de Joinville havia desistido da candidatura própria para apoiar o candidato do MDB, Fernando Krelling.
O médico explica que, enquanto ocorria a convenção do partido em Joinville, chegou uma orientação do PSL estadual para que o partido coligasse com o MDB. No entanto, dois dias depois, o partido voltou atrás e lançou novamente Dalmo para concorrer ao pleito.
Com um custo menor, propõe ligar toda região Sul-Sudeste com a zona Leste. Para isso, em seu plano de governo, pretende fazer uma ligação que começa da rua Jarivatuba, no limite entre os bairros Fátima e Adhemar Garcia, e construir uma ponte de 40 metros até a rua Vereador João Ferreira com a Anêmonas, e levá-la até até o rio Itaum-mirim, onde passa a ponte Mauro Moura.
“Ligar esses pontos e fazer uma segunda ponte. Naquele trecho o mangue ainda é um pouquinho maior, mas é pouco mais de 200 metros, não são mil metros da ponte do Adhemar. Ali é uma ponte que deve custar, eu acredito, uns R$ 25 a R$ 30 milhões, não os R$ 200 milhões da outra. Ali, liga com a rua Gustavo Richard e sai direto na Santo Agostinho. Dali o munícipe poderá acessar a Ponte do Trabalhador e a Mauro Moura”, explica.
Além de melhorar a mobilidade, defende, a criação desta segunda ponte, na sua visão, sairia em um terreno da prefeitura, onde poderia iniciar seu projeto, “um sonho antigo”, de conseguir implementar uma beira-mangue.
“A beira-mangue seria uma via que poderia contornar todo Boa Vista, passando por trás da Tupy, passando junto a ponte dos Espinheiros, contorna o Comasa, Jardim Iririú, entra no Aventureiro e sai na Santos Dumont. É uma alternativa não só de ligação com a zona sul e sudeste mais rápida, mas no trânsito. Mesmo custando mais que a ponte, valeria mais a pena porque daria mobilidade à cidade”.
Para diminuir os alagamentos em Joinville, Dalmo acredita que, em primeiro lugar, é necessário promover a limpeza dos ribeirões que cortam a cidade.
Ele afirma que Joinville é uma cidade que está à beira e em cima do mangue, principalmente as regiões Sul e Leste, próximas à baia da Babitonga, que são intercortadas por pequenos riachos.
“Então alguns desses riachos que desembocam no mangue têm que ser limpos periodicamente, e nós sabemos que, infelizmente, culturalmente formamos uma deseducação e uma minoria da população ainda joga lixo e entulho dentro de ribeirões. Isso precisa ser limpo”, defende.
Ele cita uma uma limpeza feita pela prefeitura há doze anos no entorno da bacia do rio do Braço após uma grande enchente e, de acordo com Dalmo, após a ação, não teve mais alagamentos na região.
O candidato usa como exemplo o rio Cachoeira, próximo ao Centro da cidade, que quando chove enche e alaga todo entorno central. Ele acredita que, se fosse feito uma limpeza, poderia evitar os alamentos após enchentes.
“Eu acredito que se abrirmos esse gargalo que existe ali, penso que o rio começará a circular mais livremente e possa desafogar o Centro desse escoamento das enchentes da chuvarada que dá”, afirma.
Durante a transmissão, Dalmo, que já foi secretário da Saúde do estado no governo de Raimundo Colombo (PSD), também afirmou ser necessário cortar gastos do poder público, inclusive com o hospital São José, mas defende a ideia de que é preciso “estar lá dentro” antes de prometer cortes. Também criticou os gastos da atual gestão com publicidade para a prefeitura e para a Águas de Joinville.
Sem citar o nome de Eduardo Zimmermann, disse que “não tem muito o que inventar” com relação ao transporte público, e como a cidade “é muito espalhada” e o custo é alto, seria inviável passar uma linha de trem ou metrô na cidade.
Também disse que Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que não apoiará candidatos a prefeito e que não autoriza que usem sua imagem em campanha.
“Não estou sendo apoiado por ele (Bolsonaro) porque ele não está apoiando ninguém e eu não me aproprio de coisas que não são minhas. Tem gente que está falando, né? Eu acho que é usar indevidamente o nome do presidente. Eu votei no Bolsonaro, mas não estou me apropriando disso, não estou falando em campanha. E acho que ele não seja o candidato apoiado por ele, porque não tem candidato apoiado por ele.”