Drico do PSTU fala sobre criação de conselhos populares, estatização do transporte público e candidatura LGBT
Segundo candidato da sabatina do jornal O Município Joinville foi entrevistado nesta quarta-feira, 7
Segundo candidato da sabatina do jornal O Município Joinville foi entrevistado nesta quarta-feira, 7
Idade: 37 anos
Naturalidade: Joinville
Profissão: Professor
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna: 16
Confira o perfil completo de Drico do PSTU.
Drico do PSTU é o segundo entrevistado da série de sabatinas ao vivo do jornal O Município Joinville que conversará, até 6 de novembro, com todos os 15 candidatos a prefeito da cidade.
Professor da rede estadual de ensino, Drico é ativista de movimentos sociais desde a adolescência, principalmente da causa LGBT.
Esta é a primeira vez que se candidata para um cargo público. A candidatura, em chapa pura, conta com o vice Ricardo Lautert, também professor.
Durante a transmissão, o candidato defendeu a criação de conselhos municipais e enfatizou que os trabalhadores devem ter uma participação mais ativa na tomada de decisões.
Drico também criticou a forma como operam as empresas de transporte coletivo da cidade e propôs a estatização do serviço, assim como a criação de uma empresa municipal de construções.
Além disso, sendo único candidato homossexual que concorre à prefeitura, falou sobre suas propostas à população LGBT, criticou o sistema capitalista e disse que a crise, principalmente a sanitária, “é reflexo dos governos atuais”.
Assista a entrevista na íntegra:
Durante a conversa, Drico afirmou que sua prioridade será envolver a classe trabalhadora na tomada de decisões. Para colocar este plano em prática, propõe a criação de conselhos municipais populares.
O candidato fez críticas à forma como atua a Câmara de Vereadores do município. Na sua visão, os vereadores não dialogam com a comunidade e não a envolvem a população — a principal interessada — nos debates.
“A ótica precisa ser invertida. Se eles (vereadores) não fizerem, precisam ser substituídos. Quem tem que representar o povo é o próprio povo”, afirma.
Para ele, a mudança na Casa deve partir desde reduções salariais até a estruturação de determinações, que precisa ser baseada no apelo popular.
“Agora, todo mundo está dizendo que vai lutar pela saúde, educação… Mas de que forma está sendo feito isso? Estão se alinhando com maracutaias, com projetos não voltados à população. Nada melhor que o próprio trabalhador para falar de suas mazelas”, defende.
Drico discorda de como operam as empresas de transporte Gidion e Transtusa na cidade e da forma como o serviço é fornecido para os passageiros.
Para ele, sem a licitação do transporte público — exigida pela Justiça —, as duas empresas representam um “monopólio” e a alternativa para modificar este modelo seria estatizar o serviço.
“Se é serviço público, tem que ser estatal”, destaca.
Para que isso possa acontecer, de acordo com Drico, seu governo criaria uma empresa municipal de transportes, que teria 10% de investimento do orçamento e possibilitaria que os trabalhadores fossem efetivados.
“Também (atuaríamos) sem redução de salário desses trabalhadores que hoje são precarizados. Cerca de 600 trabalhadores foram demitidos com a promessa de que o preço da passagem iria baixar. Nossa proposta é a redução de 50% no preço, rumo à tarifa zero”, destacou.
Uma das propostas de Drico para enfrentar o desemprego, a falta de moradia e fornecer serviços públicos essenciais para os joinvilenses é a criação de uma empresa municipal de construções.
O candidato do PSTU citou que, com base nos dados da Secretaria de Habitação, em Joinville existem 43 mil moradias e ocupações irregulares. Para ele, os planos habitacionais do estado e município são insuficientes e apresentam problemas na infraestrutura.
“Há uma lista extensa de pessoas na espera da regularização. Como diminuir esta lista? É criando esta estatal que vai ser direcionada e dirigida pelo município, com as verbas do município, para construção de obras e geração de empregos. Só aí vamos ter algo que pode amenizar esta situação de crise”.
Para a estruturação dos projetos, pensa em utilizar a ciência das faculdades e dos estudantes para gerar recursos aos que mais necessitam de moradia.
Questionado se esta proposta de governo não poderia desequilibrar as contas da prefeitura e infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o candidato afirmou que “leis que supostamente surgem para controlar a dívida pública não temos que pagar. Fomos nós, os trabalhadores, que fizemos? Não vamos deixar de ajudar o nosso povo pra pagar milhões em dívidas”, declarou.
Drico é o único candidato homossexual que concorre a prefeito em Joinville. Assim sendo, disse que a pauta é importante e “irrevogável” em seu governo.
“Neste sistema, saímos pela manhã de casa e não sabemos se voltaremos à noite. Viver no capitalismo todos os dias é uma selva”.
Uma de suas propostas para a comunidade LGBT é a garantia de “empregos dignos”, criação de abrigos aos que vivem em situação de rua e assistência diferenciada na saúde.
“Por conta do preconceito, muitos são expulsos de casa ou vivem na marginalidade. O estado é responsável pelo cidadão. Na saúde, precisamos de atendimento diferenciado, pois sofremos com violência física e verbal. Somos o país que mais mata LGBTs”, ressaltou.
Durante a transmissão, Drico fez críticas ao PT e ao PSOL e disse que não fizeram e jamais fariam uma frente de esquerda com as siglas, “que negociaram direitos (da população) e fazem alianças partidárias ‘com certos partidos'”.
Também lembrou que o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), já foi filiado ao PP, partido que era base do governo Lula (PT).
“Fora, Mourão. Fora, Bolsonaro. Por uma prefeitura socialista e dos trabalhadores”, finalizou.