Duas Tartaruga-de-couro foram encontradas encalhadas em praias de Itapoá, em menos de uma semana. Ambas foram resgatas já sem vida e em avançado estágio de decomposição
pela equipe da Univille que participa do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP/BS). A universidade é responsável por monitorar o trecho entre Araquari a Itapoá.
A primeira tartaruga, um macho adulto, foi encontrado pela própria equipe na quarta-feira, 14, na Barra do Saí. O animal tinha comprimento total de 1,78 metros e pesava cerca de 250 quilos. Ele apresentava um corte na região ventral.
Já a segunda tartaruga era uma fêmea e foi encontrada por populares durante a sexta-feira, 16, na praia do Pontal. Ela tinha comprimento total de 1,57 metros e peso estimado em 180 quilos.
As duas tartarugas-de-couro foram trazidas para a Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univille para realização de necropsia. Segundo a equipe, é raro o encalhe desta espécie na costa.
Por enquanto, não foi possível determinar a causa da morte dos animais, mas um plástico de tamanho grande foi encontrado no estômago da tartaruga-de-couro fêmea, o que pode ter contribuído para o óbito do animal.
Desde 2015, o PMP-BS/ Univille resgatou 24 tartarugas-de-couro, sendo que 9 encalharam em Itapoá.
Tartaruga-de-couro
A espécie também é conhecida como tartaruga-gigante, uma espécie oceânica e que está criticamente em risco de extinção no litoral do Brasil. Altamente migratória, a tartaruga pode se alimentar em um continente e desovar em outro. O litoral norte do Espírito Santo é o único sítio de desova da espécie no país e a temporada já começou, pois segundo o Projeto Tamar, fêmeas já foram avistadas desovando na areia da praia.
Possuem mandíbulas poderosas em formato de W com lâminas afiadas para a captura de águas-vivas, caravelas e outros organismos gelatinosos. A carapaça é diferenciada, composta por uma fina e resistente pele e milhares de pequenas placas ósseas, formando sete quilhas longitudinais, daí o nome popular, de couro. Possui o corpo de coloração preta ou cinza com pequenas manchas brancas e as nadadeiras dianteiras podem atingir mais de dois metros.
O que fazer se encontrar um animal marinho
Caso encontre um animal marinho morto ou debilitado, acione o PMP-BS pelos telefones 0800 642 3341 e (47) 3471-3816 ou no WhatsApp (47) 99212-9218.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A Univille monitora o Trecho 05, compreendido entre Araquari a Itapoá.