Duplicação da rua Ottokar Doerffel, em Joinville, será feita em etapas; entenda obra
Engenheiro responsável pelo projeto detalha situação da obra
Engenheiro responsável pelo projeto detalha situação da obra
A primeira entrada duplicada de Joinville deve ser a rua Ottokar Doerffel, que passa pelo bairro São Marcos, vai até o Atiradores e termina na entrada para o Centro da cidade. Embora a ideia do projeto seja discutida há algum tempo, os primeiros passos para a realização da obra começaram em 2022.
Em entrevista ao jornal O Município Joinville, o engenheiro e diretor da Secretaria de Infraestrutura Urbana Fabiano Lopes de Souza explica o que a população pode esperar da duplicação.
A duplicação da rua Ottokar Doerffel deve contemplar o trecho que começa na rua Coronel Santiago, no bairro Anita Garibaldi, até a BR-101. O projeto é realizado em sintonia com o bairro-cidade Cidade das Águas, que será construído nas mediações da Ottokar. O estudo de impacto de vizinhança do empreendimento prevê um apoio financeiro para a duplicação da via.
Assim como o Cidade das Águas, a duplicação da via será nos padrões arquitetônicos e urbanísticos voltados à inovação, relação com o meio ambiente e paisagismo de conexão entre natureza e um grande centro urbano.
Além da modernidade visual, a via duplicada promete ciclofaixa ampla e segura, haverá também espaço para circulação de pedestres, carros e transporte coletivo. Todo o projeto foi inspirado na Pedra Branca, uma cidade criativa em Palhoça, que também é referência no projeto Cidade das Águas.
Serão cerca de 2 quilômetros (km) de obras, divididas em etapas que vão depender da disponibilidade de verba para serem realizadas. Como o projeto vai implicar em desapropriações de outros imóveis, foi decidido iniciar a primeira etapa na área que necessita do menor volume delas.
O primeiro trecho previsto, que já tem verba de emenda parlamentar destinada, é da rua Coronel Santiago, ao lado do Angeloni, até a rua Porto União. São cerca de 190 metros de duplicação, sem data de início. A previsão de Fabiano e da prefeitura é que a obra inicie ainda em 2023.
Conforme o engenheiro, devido à emenda parlamentar ser um recurso federal, destinado pelo deputado federal Rodrigo Coelho, precisa passar pela aprovação da Caixa Econômica Federal. O projeto foi encaminhado e analisado pela Caixa, mas voltou para equipe técnica da prefeitura e Amunesc para a realização dos retoques finais.
O entroncamento da rua Ottokar Doerffel com a Marquês de Olinda/Gothard Kaesemodel rendeu discussões. Isso porque há quem acredite que a melhor opção seja construir um elevado, mas o projeto não prevê tal estratégia.
Fabiano explica que a opção foi descartada pois um elevado seria mais prejudicial para a cidade. Isso porque os impactos seriam desde a ampliação de desapropriações a complicações no momento das obras. A estratégia adotada será uma grande rotatória.
O próprio projeto elaborado pela Amunesc, não prevê o elevado, conta Fabiano.
Para a realização da duplicação serão necessários mais de R$ 80 milhões. A duplicação em si prevê este valor, mas desconsidera os valores para desapropriações, que devem ser realizadas em todo o trecho da rua Coronel Santiago até a BR-101.
Essas desapropriações consistem na compra dos terrenos e estabelecimentos que ficam no caminho da ampliação da rodovia.
A prefeitura espera mobilizar o governo do estado para conseguir algum valor, mas até o momento não há qualquer sinalização de que o dinheiro virá de Santa Catarina. As duas emendas parlamentares já destinadas são de R$ 4 milhões.
Fabiano explica que o primeiro trecho da obra foi baseado no valor da verba. “O que é possível fazer dentro desses R$ 4 milhões? Então foi esse primeiro seguimento”.
Ele diz que primeiro foram destinados cerca de R$ 4 milhões e no fim de dezembro, mais quatro.
O valor das duas emendas deve ser suficiente para duplicar cerca de 300 metros da rua Ottokar Doerffel, do Angeloni até a rua Corupá. Caso falte algum valor, deve ser destinado pela própria prefeitura.
Entretanto, essa parte da obra ainda não tem previsão de início pois o primeiro trecho do projeto indica a duplicação até a rua Porto União. A prefeitura agora vai tentar viabilizar o segundo trecho, até a rua Corupá.
Embora o projeto completo tenha sido elaborado em uma parceria entre o poder público e a iniciativa privada, a duplicação do primeiro trecho solicita recursos federais. Esse dinheiro precisa ser aprovado através do projeto da Amunesc pela Caixa Econômica Federal antes da verba ser destinada.
“Quando ela [Caixa Econômica Federal] liberar, o recurso também vai ter que estar disponível para a gente poder licitar”, explica o engenheiro. O projeto de toda a duplicação foi elaborado pela empresa Azimute.
Fabiano conta ainda que o estudo para a desapropriação dos trechos da região já começou. Outros detalhes não foram divulgados devido à necessidade de aguardar a aprovação do primeiro projeto. Mas Fabiano acredita que as obras podem começar ainda em 2023.
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