Empresas de Joinville discutem capacitação para combate de apagão de mão de obra
Falta de profissionais qualificados é uma das principais preocupações de empresas joinvilenses
Falta de profissionais qualificados é uma das principais preocupações de empresas joinvilenses
A falta de profissionais qualificados tem se mantido como um dos principais fatores de preocupação de empresas joinvilenses de todos os segmentos. O assunto foi debatido na Acij, na manhã desta sexta-feira, 30, no evento “Recrutamento Estratégico – iluminando o apagão de mão de obra”, promovido pela entidade em conjunto com a Prefeitura de Joinville e a Fiesc.
Marco Aurélio Prass Goetten, gerente-executivo do Sesi/Senai em Joinville, apresentou três aspectos considerados importantes para que as empresas reduzam a falta de profissionais qualificados. O primeiro deles é parar de perder funcionários que estão no quadro da empresa.
O segundo, é oferecer saúde e segurança aos profissionais, por meio de um ambiente agradável de trabalho. E o terceiro aspecto é ampliar a capacitação.
“A educação precisa ser a porta de entrada das empresas. Observamos que isso tem feito a diferença na hora da contratação”, explicou Goetten enquanto cita programas feitos na região em conjunto com empresas e poder público.
De acordo com dados do Observatório da Fiesc, a falta de mão de obra é geral no Brasil, embora Santa Catarina tenha um nível maior de empregabilidade. Cerca de 65% das pessoas estão ocupadas no estado, 96% delas fazem parte do mercado formal de trabalho.
Max Polastri, responsável pela área de Recursos Humanos na ArcelorMittal Vega, apresentou dois programas que a empresa está desenvolvendo, junto com o Senai, para formar profissionais que estarão aptos para trabalhar na própria empresa ou em outras da região.
O Programa Sustentabilidade Técnica, criado em 2018, com o curso técnico em eletromecânica, tem 300 alunos de São Francisco do Sul entre egressos e os que estão cursando.
“Dos estudantes que já concluíram o curso, 89% estão trabalhando na ArcelorMittal Vega ou em empresas da região”, comenta. O programa ampliou e lançou uma nova frente de atuação, o Programa Sustentabilidade Técnica Júnior, com 40 jovens, entre 15 e 17 anos, das fases iniciais do ensino médio de escolas públicas de São Francisco do Sul.
Max falou ainda sobre o programa criado para inserir mulheres na empresa. “A meta é ter 30% de mulheres entre os empregados até 2030. Graças ao programa, já temos 18% de mulheres no quadro.”
Robson Leandro Luiz, gerente sênior de Recursos Humanos da Nidec, falou sobre o programa Talento Nidec – de candidato a colaborador.
O gestor destacou alguns pontos que levam as pessoas a querer trabalhar na empresa. Entre eles a confiança na marca, a presença na região, a alta tecnologia e as oportunidades globais de desenvolvimento.
“Nossa estrutura permite que os profissionais possam migrar de áreas”, lembrou. Um dos critérios apontados por Robson, na hora da contratação, é ter profissionais com valores pessoais alinhados com os gestores.
“A comprovação de capacitação técnica é importante, mas soft skills e inteligência emocional são fundamentais.”
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Fernando Bade, disse que Joinville vai continuar crescendo e é importante apoiar ações para contratação de pessoas qualificadas.
“Temos o Joinville Emprega Mais, que foi criado a partir de levantamento de pessoas que estão fora do mercado de trabalho. Estamos trabalhando nos ajustes do programa para fazer o terceiro ciclo em 2023”, garantiu Bade.
No primeiro ciclo, encerrado em julho, 218 pessoas concluíram os treinamentos e 50% dos participantes foram contratados.
Para Margi Loyola, presidente da ACIJ, o Joinville Emprega Mais é a primeira oportunidade para as empresas recrutarem pessoas. “O programa muito nos orgulha. O grande problema que a gente vê ainda no recrutamento de mão de obra é o engajamento. Mundialmente o engajamento caiu 80%. Como fazer para reter os profissionais, principalmente no chão de fábrica?”, destacou a presidente da ACIJ.
Segundo ela, os profissionais terão maior engajamento se as empresas derem essa oportunidade para ingressarem no mercado de trabalho, por meio do programa.
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