Peça musical foi para Edson Kolosque da Conceição início da vida de Papai Noel de Joinville
Professor de história trabalha como personagem natalino há quatro anos no Garten Shopping, em Joinville
Professor de história trabalha como personagem natalino há quatro anos no Garten Shopping, em Joinville
Nascido em Coronel Vivida, interior do Paraná, Edson Kolosque da Conceição, de 50 anos, se transforma todo ano em Papai Noel para realizar sonhos e trazer alegrias para adultos e crianças no Natal.
O professor da rede pública estadual chegou a Joinville há 30 anos, hoje é casado e pai de quatro filhos. Ele já fez de tudo um pouco. Na infância, ainda em terras paranaenses, vendia picolé e engraxava sapatos.
Alguns anos depois, em 2005, se formou em História na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. A carreira como “bem velhinho” começou em 2011, quando era diretor de cultura em Itapema (SC)
Lá seria feita uma peça musical de Natal. Ele, então com 40 anos, estava com a barba um pouco grande e o convidaram para encenar o Papai Noel. O convite foi aceito e a carreira não pararia mais.
“Depois da peça chegou um casal e perguntou se eu queria ir na casa deles no dia 24 de dezembro entregar os presentes”, conta, rindo.
Da participação no Natal de uma família desconhecida, Edson se “profissionalizou” e trabalhou em eventos na noite de Natal. Lojas, condomínios, empresas, etc. Em 2017, passou a trabalhar também no Garten Shopping, em Joinville.
A preparação começa bem antes do mês natalino, já que a barba começa a crescer em junho. Junto, o trabalho mental para ter um cronograma de horários para ir ao banheiro, assistir filmes e programas infantis com os filhos para saber o que as crianças estão consumindo e o que pretendem pedir de presente.
“As pessoas acham que só a criança que fica ansiosa, mas nós também”, afirma.
Quando veste a roupa vermelha, os cuidados com temas sensíveis fazem parte do trabalho do historiador. Para ele, é preciso saber qual linguagem usar e o que perguntar.
“Por exemplo, ao perguntar se está obedecendo, é necessário ver se tem pai e mãe ao lado, se não, é sobre obedecer em casa”, explica.
O professor afirma que vira oficialmente Papai Noel assim que veste a roupa, porém, já é o personagem mesmo sem ela.
“Só pela barba isso já acontece. Em mercado, farmácia e qualquer lugar”, analisa.
No shopping, quando as crianças o olham e abraçam, para Edson, é uma felicidade e alegria estar representando o momento.
“Quando eles chegam perto os olhos brilham, os corações batem mais fortes”, se emociona.
A realização de sonhos é também para adultos. Ele lembra a história de uma idosa que tinha o desejo de entregar a primeira carta de Natal ao Papai Noel. Quando ela tinha 70 anos, Edson realizou a meta de vida.
Por conta da pandemia, o Natal deste ano, assim como toda a vida, está diferente. Pouco contato físico e o mundo virtual como alternativa.
Com o uso da tecnologia, o Garten Shopping está promovendo o encontro do Noel com os clientes através de uma tela com transmissão simultânea.
Para Edson, o problema é menor porque as crianças já nasceram na Era Digital e conseguem se divertir. “O Papai Noel explode na tela, tem filtros e coisas bem legais”, conta.
Apesar de todas as tristezas que a pandemia trouxe, o professor de história destaca que é possível tirar coisas positivas do momento.
“Os presentes mais pedidos são bicicleta e patinete. Há muito tempo era celular e computador. Elas querem sair de dentro da casa para brincas”, destaca.
Ele ainda sorri ao compartilhar que outras crianças ainda pedem vacina contra a Covid-19.
Se a maior parte da população adora comemorar o Natal, imagina o próprio Papai Noel. Cozinheiro nas horas vagas, ele diz que o seu será em família e deseja que todos tenham uma celebração em harmonia e paz.
“Esse é o Natal da esperança. Que 2021 seja um ano melhor. Que tenhamos um aprendizado com 2020, é necessário fazer uma reflexão”, finaliza.
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