Eduardo Zimmermann fala de relação com Bolsonaro, escola sem partido e projeto de metrô
Quinto candidato da sabatina com os concorrentes a prefeito foi entrevistado pelo jornal O Município Joinville nesta quarta-feira, 14
Profissão: Engenheiro Mecânico
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna: 36
Confira o perfil completo de Eduardo Zimmermann.
Eduardo Zimmermann é o quinto entrevistado da série de sabatinas ao vivo do jornal O Município Joinville que conversará, até 6 de novembro, com todos os 15 candidatos a prefeito da cidade.
Engenheiro Mecânico, Eduardo também é administrador e especialista em Controle Público pelo Tribunal de Contas.
Esta é a primeira vez que se candidata a prefeito. A candidatura, em chapa pura, conta com o vice Capitão Ávila, membro das Forças Armadas.
Durante a transmissão, o candidato reafirmou sua proximidade com Jair Bolsonaro e sua família e comentou sobre a ação judicial movida pelo Patriota de Joinville pelo uso da imagem do presidente em seu material de campanha.
Eduardo também criticou as medidas de isolamento adotadas pelos governos municipal e estadual durante a pandemia do coronavírus e afirmou que, caso prefeito, “de forma alguma” teria decretado lockdown em Joinville.
Além disso, também defendeu sua proposta da criação do Escola Sem Partido no município a fim de resgatar “os bons costumes” e citou a criação de projetos de metrô e teleféricos na cidade como alternativas de transporte público.
Assista a entrevista na íntegra:
Relação com Bolsonaro
Durante a transmissão, Eduardo Zimmermann fez questão de destacar sua proximidade com Jair Bolsonaro, inclusive, vestia uma camisa com a foto do presidente.
Em 2019, o candidato foi coordenador-geral de gestão no ministério da ministra bolsonarista Damares Alves na Secretaria Nacional da Juventude, em Brasília, e também participou do movimento para a criação do partido Aliança pelo Brasil, no entanto, disse que a relação com o presidente começou anos antes.
“Já estive no gabinete do presidente da República, já trabalhei com Damares Alves em Brasília e tive contato com toda a família, todos os filhos. Não tenho problema nenhum em dizer que apoio o presidente e seus valores”, destacou.
Questionado sobre a ação judicial movida pelo Patriota de Joinville por conta do uso da imagem do presidente Jair Bolsonaro em seu material de campanha, Eduardo disse que há uma diferença entra quem tirou fotos com Bolsonaro depois da quarentena, “com ele de máscara”, com quem “está com ele há anos e anos”.
“Em 2014, escrevi uma carta ao então deputado Bolsonaro e pedi para que ele fosse presidente da República. Ele me respondeu. Então, de Joinville, acho que não tem ninguém com este contato. Já ganhamos esta liminar e não tenho medo”, frisou.
Pandemia
Eduardo fez críticas às medidas de isolamento social adotadas pelo município e, questionado sobre o assunto, disse que “de forma alguma” teria decretado as medidas de restrições em março e desde o início foi contra “qualquer tipo de lockdown”.
“Eu sou a favor da liberdade, dos negócios, das pessoas. Se o comerciante acredita que isso (uso de máscaras e álcool em gel) é importante para o seu estabelecimento, que o faça. Se o cidadão acredita que é importante para a própria proteção, que o faça. Agora, não é uma canetada de um prefeito, de um governador, deputados e vereadores que vai fazer com que a questão de saúde seja resolvida”, disse.
Caso estivesse no comando da cidade, disse que “lutaria com unhas e dentes” contra as “péssimas determinações do estado” e que não aceitaria intervenção do governo estadual em Joinville.
Durante a pandemia, as UTIs públicas para tratamento de Covid-19 atingiram a lotação máxima em pelo menos três oportunidades no município. Caso prefeito e com medidas mais afrouxadas com relação à pandemia, Eduardo foi questionado se a saúde não poderia entrar em colapso sem isolamento social, e respondeu que: “70% das internações em Joinville são por acidente de trânsito […] colapso em internações teve a vida toda, não foi o coronavírus que trouxe a lotação pra cidade”.
O candidato também defendeu o uso, entre outros medicamentos, da ivermectina e hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 e, acredita que as lotações de UTIs se deram também ao não uso desses remédios, que faziam parte do “protocolo que estava dando certo”.
Escola sem partido
Durante a transmissão, Eduardo defendeu a criação do programa Escola Sem Partido em Joinville e explicou que o movimento é para as pessoas que querem que as crianças não sejam “ideologizadas” dentro das salas de aula.
“É isso que nós buscamos: um ensino de qualidade, que seja mais matemático, ensino de idiomas e bons costumes. Que volte a ter educação cívica, a cantar os hinos nacional, do estado e da bandeira. Hino de Joinville. Temos que resgatar esses valores para termos crianças com sentimento patriótico na cidade, com vontade da nossa nação”, defendeu.
Para entrar em vigor, Eduardo acredita que o projeto não precise necessariamente de aprovação da Câmara de Vereadores pois, ao seu ver, a competência é do poder executivo municipal. No entanto, pensa que “a Câmara poderia estabelecer algumas regras em que o projeto estaria atrelado, mas hoje não há obrigatoriedade sobre isso.”
Em agosto deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou inconstitucional em Alagoas um projeto parecido com o “Escola Sem Partido”. O ministro Luís Roberto Barroso, na época, defendeu que a Constituição e legislação federal protegem o pluralismo de ideias em Joinville.
Questionado se havia estudado sobre o assunto e como aprovar a proposta sem que seja judicializada, Eduardo respondeu que não está por dentro da situação de Alagoas, “mas em terra de Renan Calheiros é claro que este tipo de processo já foi enviesado por alguém da esquerda”.
Projeto de metrô
Eduardo Zimmermann disse que é preciso pensar em Joinville para daqui até 40 anos e, caso seja eleito, já tem “diversos projetos de mobilidade” para colocar em prática.
“Hoje, por exemplo, a cidade não tem projeto de metrô. Nós temos que voltar a pensar em metrô, temos que voltar a pensar em outras alternativas”, disse.
Entre suas propostas, sem se aprofundar muito no assunto, além do metrô, o candidato também citou que uma das alternativas de transporte na cidade seria o teleférico, que atravesse o morro do Boa Vista, com vista para a Baía da Babitonga, e ligação com Morro do Finder.
Com relação à concessão do transporte coletivo de Joinville, exigida judicialmente, disse que “se for mantido o status quo e tiver essa licitação em 2023, a nossa ideia é que seja uma licitação para pelos menos quatro empresas, porque assim nós conseguiremos fazer uma competição que vai gerar qualidade e redução de tarifa”.
Durante a transmissão, Eduardo, que é ex-secretário do Meio Ambiente de Santa Catarina, além de mobilidade, bateu bastante na tecla de desburocratização da cidade e liberação de alvarás. Ele defendeu que é preciso “desatar as amarras que fazem de Joinville um dos piores municípios para se estabelecerem as empresas.”
“Uma Havan que não consegue abrir, vai poder abrir, assim como outros negócios. E pontes e elevados em que foram usados desculpas por gestões anteriores dizendo que o problema era ambiental e não permitiam as construções, nós temos as soluções jurídicas para que essas contruções saiam do papel. Coisa que não foi feita por medo, por desconhecimento da legislação e por falta de vontade politica”, criticou.
Também citou que quer explorar a orla da baia, criando uma avenida beira-mar no município e incentivo a empreendimentos como marinas, uma vez que, segundo ele, “há uma falácia de que é tudo mangue”. Para o candidato cabem quatro Balneários Camboriú em Joinville.