“Ela saiu gritando com o filho nos braços”, diz vizinha de criança que morreu afogada em Joinville
Menino de um ano e dois meses teria se afogado na manhã de quinta-feira, 13, no bairro Fátima
Na manhã desta sexta-feira, 14, a reportagem do jornal O Município Joinville foi até o endereço da criança que morreu no bairro Fátima, zona Sul de Joinville, e ouviu relatos da vizinha que acompanhou de perto o caso. A informação que se tem até o momento é de que a criança teria morrido afogada.
O relógio marcava 11h20 de quinta-feira, 13, quando Fábia* ouviu gritos vindos da casa ao lado. Quando saiu, se deparou com o desespero de sua vizinha, em frente ao seu portão.
“Ela saiu gritando com o filhos nos braços, ‘ele está morto, ele está morto’, ela dizia'”, lembra Fábia.
A vizinha conta que saiu imediatamente, pegou a criança e começou a fazer respiração boca a boca, na esperança de reanimá-la. Sem resposta, os pais do menino colocaram ele no carro e o levaram ao Pronto Atendimento Sul.
“Por volta das 11h30 chegaram aqui de volta dizendo que a criança já tinha dado entrada no PA morta”, conta Fábia.
Relato da mãe
Para a vizinha, que conhece o pai do menino desde a infância, a mãe da criança relatou que o casal dormia quando o filho mais velho, de dois anos, foi chamar.
A casa dos pais da criança se localiza ao final de uma rua sem saída, à beira de um rio. A princípio, conta Fábia, ela achava que o bebê, de um ano e dois meses, tinha caído e se afogado no rio, mas, de acordo com relato da mãe, ele caiu dentro de um balde que tinha água pela metade.
“O menino de dois anos, o mais velho da família, que foi chamar o casal. Como ele é muito novinho e não tem muita noção das coisas ainda, acredito que ele tenha demorado para chamar os pais e daí aconteceu a tragédia”, imagina a vizinha.
Ainda na tarde de quinta-feira, 13, uma viatura da Polícia Civil esteve no local e colheu depoimento de vizinhos.
Polícia não foi acionada
Segundo a delegada Cláudia Lopes Gonzaga, titular da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami), a Polícia Civil ficou sabendo do caso pela imprensa.
Por volta das 19h de quinta-feira, a perícia esteve no local da morte. Conforme a delegada Cláudia, a princípio, não há indícios de ação criminosa no caso, mas a causa da morte ainda precisa ser confirmada pelo Instituto Médico Legal (IML).
Fábia conta que os pais do menino não chegaram a acionar a polícia e nem o socorro, já que haviam o levado para atendimento e foi constatado o óbito no local.
“Ontem à tarde veio uma viatura aqui e me levaram para prestar depoimento. Ainda não sabemos oficialmente qual foi a causa da morte”, conta a vizinha.
A reportagem não conseguiu contato com a família. O menino foi sepultado na manhã desta sexta-feira.
*Nome fictício, entrevistada pediu para não se identificar