“Ele não consegue definir o que aconteceu”, diz advogado de autor do atentado em Saudades
Demetryus Eugenio Grapiglia disse que conversou com Fabiano Kipper Mai no presídio
O advogado de defesa de Fabiano Kipper Mai, autor do atentado na creche em Saudades (SC), Demetryus Eugenio Grapiglia, falou, em vídeo, sobre os argumentos da defesa. O novo advogado do autor assumiu o caso na quinta-feira, 13.
Em um primeiro momento, Grapiglia afirma que é necessário um exame de sanidade mental para definir se o jovem era imputável – que pode responder por seus atos – ou não.
O advogado afirma que após conversas com Kipper Mai no presídio, o autor não consegue definir o que ocorreu com ele no momento do atentado.
“Ele não consegue definir o que aconteceu. Conversando durante um período bastante extenso no presídio em que ele está, ele não consegue entender realmente, pelo menos conversando comigo, o que teria acontecido com ele”, conta.
Discordâncias
Grapiglia disse que assistiu as entrevistas dos delegados da Polícia Civil que atuam no caso. Em uma delas, o delegado Jerônimo Ferreira disse que o autor tinha consciência do ato.
“Ele estava consciente o tempo todo e tudo foi planejado. Ele tinha consciência do que ele fez foi errado. Isso mostra o total discernimento”, disse o delegado na coletiva.
O advogado de defesa do autor, porém, discorda, alegando que ainda é cedo para concluir algo em relação ao crime. “Assisti algumas entrevistas coletivas da Polícia Civil. Em alguns momentos foi dito que [o Fabiano] tinha certeza absoluta, que ele entendia do caráter ilícito. Eu discordo com relação a isso”, defende.
“Pode eventualmente vir a ser confirmado esse diagnóstico. Porém, o que eu discordo é que é uma afirmativa tão precípua para nos afirmarmos que ele é imputável”, continua.
Depoimento
Ainda falando sobre o assunto, Grapiglia afirma que as perguntas feitas a Kipper Mai não serão suficientes para definir o que ocorreu com o autor durante o atentado.
“Para afirmar que o Fabiano é imputável ou inimputável, depende de várias entrevistas, várias sessões com conversas, perguntas e principalmente com aplicação de alguns testes. [Apenas] perguntas não seriam suficientes para nós entendermos se ele é ou não um psicopata”, afirma.
Por fim, o advogado diz que não está constrangido em defender o jovem no caso e lamentou as mortes. “Não tenho nenhum constrangimento em trabalhar para o Fabiano. Separo o lado emocional e o lado racional. Lamento pelas mortes das pessoas”, finaliza.
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