Eleições 2022: ala do Psol de Joinville critica federação com a Rede
Documento foi assinado pelo ex-vereador Adilson Mariano e por Mayara Colzani, candidata a prefeita em 2020
Documento foi assinado pelo ex-vereador Adilson Mariano e por Mayara Colzani, candidata a prefeita em 2020
Na noite desta segunda-feira, 18, o diretório nacional do Psol aprovou a federação partidária com a Rede Sustentabilidade para as eleições de 2022. O objetivo da junção é atingir a cláusula de barreira, que restringe ou impede a atuação parlamentar de um partido que não alcança um determinado percentual de votos. A decisão, porém, é alvo de críticas da ala Esquerda Marxista, que integra o Psol de Joinville.
Sete integrantes da sigla na cidade assinaram um manifesto nacional contra a união. Entre os nomes estão o do ex-vereador Adilson Mariano e de Mayara Colzani, candidata a prefeita em 2020. O texto crítico foi apoiado por 16 correntes internas do partido e assinado por mais de 500 lideranças regionais.
O manifesto critica a Rede. “É um partido que tem muitas figuras nitidamente de direita e com pautas conservadoras. Como poderemos nos misturar com elas nas eleições? Totalmente contraditório”, opina.
De acordo com Adilson Mariano, a federação entre as duas siglas colocará em jogo o futuro do Psol como partido socialista. Isso porque, para ele, implicará estabelecer um programa, estatuto e direção comuns que perdurarão por quatro anos, fazendo com que a sigla terá todas as candidaturas unificadas com a Rede.
A Rede já havia aprovado o processo de federação partidária com o Psol, por unanimidade, em 12 de março.
De acordo com o presidente do Psol Joinville, Guilherme Weiler, o posicionamento das 16 correntes do partido não foi realizado pela maioria, nem pela base e pela direção.
Guilherme destaca que alguns militantes do partido não concordam com a posição, porém, este é o motivo que vai assegurar a cláusula de barreira. “É para que a gente consiga se manter vivo e atuante. Somos os principais partidos que batem no governo Bolsonaro hoje”, analisa.
Em Joinville, segundo ele, a maioria dos filiados ao Psol é a favor da federação. “Um acordo programático, porque existe um estatuto mínimo a ser seguido pelos dois partidos. Vai nos garantir que nenhum programa seja alterado. A gente não vai retroceder em nada”, crava.
No modelo inédito que passará a vigorar em 2022, os partidos deverão se manter unidos por pelo menos quatro anos, funcionando como um único partido no Congresso, dividindo fundo partidário, tempo de televisão e unificando o conteúdo programático.
Aprovada pelo Congresso e Superior Tribunal Federal (STF), as federações partidárias permitem que siglas se juntem em eleições, sem que seja necessário fundir os diretórios.
Na prática, a novidade ajudará partidos a alcançar a cláusula de barreira, instrumento criado para reduzir o número de partidos com pouca representação na Câmara dos Deputados.
A ideia ainda pune as siglas que descumprirem o prazo mínimo de permanência na federação, que é de quatro anos, além de outros motivos como a perda do programa e das inserções de rádio e televisão e a vedação de ingresso em federação por um semestre.
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