Eleições 2024: o que os candidatos a prefeito de Joinville pensam sobre o transporte coletivo
Reportagem de O Município Joinville enviou a mesma pergunta aos cinco candidatos
Reportagem de O Município Joinville enviou a mesma pergunta aos cinco candidatos
Os candidatos ao cargo de prefeito de Joinville nas Eleições 2024 enviaram à reportagem de O Município Joinville quais devem ser as prioridades de cada um no transporte público da cidade. Dos cinco candidatos que concorrem ao cargo, todos enviaram suas respostas.
Os cinco candidatos responderam à pergunta “Você é a favor ou contra a tarifa zero no transporte público e por quê? O que é necessário, além da licitação, para garantir que Joinville tenha mais linhas e uma tarifa mais acessível?”, enviada pela reportagem.
Dois candidatos se disseram favoráveis à tarifa zero, mas afirmaram não ser possível realizar ela no primeiro momento e citaram a tarifa social. Outros dois afirmaram ser contra a tarifa zero.
Apenas um candidato citou a possibilidade de estudos para outros modelos de transporte coletivo, além do ônibus.
Sou contra a tarifa zero porque a tarifa zero não existe. Afinal de contas, todos pagam esta conta. Vamos avançar na licitação que prevê a inclusão de tecnologias e mais conforto, com base no estudo que já executamos com apoio da Fipe. Vale lembrar que nossa gestão conseguiu detalhar as planilhas do transporte público e ter conhecimento dos valores que este sistema custa. Portanto, sou a favor de um sistema mais eficiente e que beneficie sempre o usuário, com o menor custo possível.
A questão da mobilidade urbana é fundamental no nosso tempo. Dela depende, por exemplo, o necessário movimento de transição energética que preocupa o mundo inteiro. Já tenho assegurado com o governo federal o envio de 20 ônibus elétricos para Joinville, o que independe da minha eleição. Inicialmente, é importante dar as condições ao cidadão para que volte a utilizar em massa o transporte coletivo, o que passa por uma tarifa mais acessível, fluidez no trânsito, mais linhas e uma condição confortável de deslocamento. Neste sentido, o objetivo é modernizar o gerenciamento do tráfego e atualizar o plano viário municipal com a introdução do conceito de rua completa, além de ciclovias e modais alternativos de transporte. Cumpre dizer, ainda, que a licitação do transporte coletivo em Joinville é a meta inicial e inescapável, até para termos condições legais de incluir o município na rota dos investimentos nacionais e internacionais. Sou a favor da tarifa zero, sem dúvida, mas quero dar os primeiros passos com a criação de uma tarifa social e com a gratuidade aos fins de semana, de modo que a nossa população, sobretudo a da periferia, possa acessar os espaços de lazer e cultura.
Eu sou a favor de uma tarifa justa, que não sobrecarregue o trabalhador e as pessoas que realmente necessitam do transporte coletivo. E isso nós vamos trabalhar muito forte. Inclusive, vamos estudar a possibilidade e, se houver, oportunidade financeira de fazer um subsídio para essa tarifa. Nós temos que estudar novas formas, novos modais de transportes coletivos. Hoje a gente se utiliza praticamente só do ônibus e isso é uma boa maneira de transportar a população, mas não há só essa forma. Há a possibilidade de implantação de veículos leves sobre trilhos, ou também de outras formas de transporte. Promover, também, o programa de incentivo à mobilidade ativa. Há também a questão da licitação. Estamos aguardando o atual governo, que está trabalhando nisso. Houve a oportunidade de ir às audiências públicas, onde houve a manifestação a respeito. Resta saber a decisão que será tomada, qual é a modelagem adotada do transporte coletivo; se serão duas empresas ou mais. Essa é uma questão mais técnica-jurídica, que já está em andamento na Prefeitura de Joinville.
Sou a favor da tarifa zero, mas infelizmente ela é inviável em Joinville nos próximos quatro anos. O caminho inicial é a tarifa social, voltada para idosos, estudantes e portadores de deficiência, seguido por políticas públicas que estimulem o uso do transporte público e com isso a redução da tarifa.
Antes de mais nada, pretendo olhar com lupa para essa licitação que não tem fim. Precisamos ter mais ônibus na rua. Ou a terceira empresa concessionária do serviço supre as necessidades da cidade, ou vamos preparar um novo edital. O transporte coletivo deve estar mais presente na cidade do que o automóvel. Em 2015, quando o plano sobre a mobilidade na cidade foi divulgado, um dos objetivos era reduzir de 41% para 20% a parcela de deslocamentos com carros e motos. Assim, em 2025, apenas uma a cada cinco viagens dentro da cidade seria feita por meio de automóvel ou motocicletas. Seria uma virada do transporte coletivo sobre o individual. Já na última pesquisa de origem e destino de Joinville, realizada em 2020, o transporte individual avançou, passando para 54% dos deslocamentos. Ou seja, um retrocesso. O que a população exige é mais ônibus para ir estudar e trabalhar, com menor intervalo entre os coletivos e carros menos lotados. E abrigo de ônibus decente, e não caindo aos pedaços como é hoje. Não concordo com a tarifa zero, já que nem ônibus suficiente o joinvilense tem à disposição e não é justo cobrar do cidadão que paga imposto um benefício que talvez ele não vai tirar proveito.