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Eleições 2024: veja como foi painel com candidatos a prefeito de Joinville na Acij

Evento foi organizado pelo Conselho das Entidades

A menos de duas semanas das Eleições 2024, os cinco candidatos a prefeito de Joinville se reuniram em um painel organizado pelo Conselho das Entidades nesta segunda-feira, 23. O evento aconteceu na Associação Empresarial de Joinville.

O evento iniciou às 18h, no salão nobre da Acij. A ordem de fala dos candidatos foi sorteada previamente: Sargento Lima (PL), Luiz Claudio Gubert (MDB), Rodrigo Bornholdt (PSB), Adriano Silva (Novo) e Carlito Merss (PT) falaram individualmente ao longo da noite.

Cada candidato teve dez minutos para apresentar as prioridades que constam no manifesto. Depois, doze minutos para responder a três perguntas, com quatro minutos para cada, e mais três minutos para considerações finais.

Sargento Lima (PL)

Sargento Lima foi o primeiro a falar. Ele destacou que o não-aumento da carga tributária é uma pauta defendida na campanha e coloca que é preciso colocar Joinville no mapa para atrair investidores.

Quanto ao pedido de apresentar plano para melhorar a ação da guarda municipal, Lima pontua que o órgão precisa de retaguarda jurídica, para trabalhar amparado pela Constituição.

Lima cita ainda o pedido de despoluição, dragagem e requalificação da orla do rio Cachoeira até 2026. Ele destaca a proposta de dragagem contínua ao longo do ano para ajudar a melhorar problemas como a dengue e enchentes.

Quanto à pavimentação comunitária, o candidato cita que é necessário discutir uma proposta com a Câmara de Vereadores e que o trabalho deve ser feito tecnicamente e não por indicações políticas. Coloca que para quem não tem condições de pagar, é preciso de auxílio da Assistência Social do município.

Em relação ao pedido de criar um novo espaço para feiras e congressos, o candidato também entende que é necessário oferecer condições para os eventos e cita eventos que o município já perdeu por burocracia e falta de estrutura.

Lima também menciona que o Centro da cidade é pouco atrativo e precisa de melhorias básicas, como iluminação pública e segurança. Além disso, destaca a importância de valorizar profissões do setor de turismo, como camareiras e manobristas, e convencer os jovens de que essas carreiras são dignas.

Na saúde, o candidato do PL afirma que a organização social como gestora do Hospital São José é uma realidade que precisa ser encarada. Ele cita que o repasse prometido pelo governador Jorginho Mello (PL) em 2022 enfrenta burocracias e na visão de Lima, o governador foi “benevolente” em pagar parcelas. O candidato afirma que viu os relatórios apresentados pela administração pública e alegou que são desorganizados. Para a saúde básica, ele tem ideia de fazer mutirão de cirurgias e quer propor aos médicos que trabalhem mais e ganhem mais, para que atendam em horário estendido.

Também falou sobre o uso de um “Zap da Saúde” para reduzir absenteísmo em consultas e a criação de um ônibus da mulher para exames.

Na Educação, Lima diz que é necessário fazer mais convênios com creches particulares para comprar vagas e solucionar o déficit de 6,5 mil crianças que estão na fila. Também propõe a creche integral e defende a expansão de escolas cívico-militares.

Luiz Claudio Gubert (MDB)

Luiz Claudio Gubert iniciou falando que o pedido de alcançar a meta em menor prazo de 90% de cobertura do esgotamento sanitário até 2028 é difícil. Com atuação na Águas de Joinville, o candidato acha pouco provável que a meta seja possível de atingir porque a cidade não comporta tantas obras ao mesmo tempo.

Para ele, é difícil fazer a duplicação da Monsenhor Gercino até o fim do mandato por questões financeiras, mas entende que é possível fazer a requalificação e criação de um binário. O candidato também reconhece que a duplicação da Dona Francisca é necessária e urgente e garante que se eleito vai buscar recurso para a obra.

Gubert também fala que fazer a abertura da rua Almirante Jaceguay é uma questão de honra.Cita a revitalização do Centro e se compromete a dar continuidade ao trabalho já iniciado. Fala que a guarda municipal vai ser reestruturada e colocada na rua.

Em relação ao Hospital São José, não acredita que a gestão por uma organização social seja a solução. Diz que é algo complexo e não é uma solução imediata. Gubert é a favor da estadualização do hospital. Tem como proposta aumentar as equipes de saúde da família e aprimorar a triagem, com atendimento por videochamada e WhatsApp. Também é a favor de construir uma UPA no Vila Nova e uma no Paranaguamirim.

Na educação, propõe a compra de vagas em creches para desafogar a fila de espera enquanto não se concluem as obras dos CEI. Quer elevar o nível do Ensino Fundamental, com propostas para valorização do profissional da educação e proporcionando estrutura física.

No turismo, defende que é preciso ouvir o setor e que o mesmo deve participar ativamente na construção de ideias e soluções. Cita a necessidade da revitalização da Cidadela Cultural Antartica. Defende uma requalificação do Centreventos Cau Hansen, com uma possível transformação do local em teatro. E apresenta a ideia de criar um complexo esportivo na cidade.

Rodrigo Bornholdt (PSB)

O candidato a prefeito Rodrigo Bornholdt inicia falando que Joinville precisa ser inserida num contexto nacional. Cita a colocação do município em 791º lugar no ranking de eficiência da Folha de São Paulo e defende que é preciso melhorar essa questão.

Rodrigo fala sobre a ideia de criar uma aceleradora de startups, para que Joinville chegue a um outro patamar de massa salarial.

Sobre a demanda referente ao tratamento de esgoto, o candidato do PSB defende a injeção de capital na Companhia Águas de Joinville. Ele defende que é preciso ter recursos além dos financiamentos.

Em relação à conclusão de obras, a preocupação de Rodrigo é financeira. Ele diz que no próximo ano a cidade deve enfrentar desafios por ter classificação C na capacidade de pagamento. Para financiamentos com a União, é necessário ter nota A ou B.

Na área da Saúde, Rodrigo cita a importância de ter um curso de Medicina da UFSC na cidade. Vê preocupação na defasagem da tabela do SUS e diz que é preciso analisar a necessidade de judicializar a questão, ponderando se vale a pena. Quanto ao Hospital São José, pensa que a gestão por organização social não é um modelo ideal.

Cita a criação de um aplicativo para a saúde e que é necessário resolver a demanda de atendimento por especialistas.

Na educação, o candidato entende que é preciso garantir que os alunos aprendam o básico, como interpretação de texto. Promete zerar a fila das creches e acompanhar a Secretaria de Educação para buscar investimentos necessários.

Rodrigo é a favor da economia criativa para incentivar o turismo, o lazer e a cultura. Defende que Joinville deve pensar no turismo de negócios, mas em outras áreas deve pensar em fortalecer a região metropolitana, integrando roteiros com outras cidades. .

Adriano Silva (Novo)

Candidato a reeleição, Adriano Silva afirma que muitos dos pontos apresentados pelo Conselho das Entidades estão em andamento pela administração municipal, principalmente na infraestrutura. Durante a fala, o atual prefeito destacou ações realizadas durante o mandato.

Sobre a abertura da rua Almirante Jaceguay, Adriano fala que enxerga como uma obra inviável no que tange ao orçamento, que deve custar mais de R$ 100 milhões, sem contar com desapropriações, e vai depender da capacidade de financiamento do município. Ele entende que a duplicação da Dona Francisca tem prioridade pelo maior pelo volume de tráfego.

Também citou o pedido das entidades de comprometer-se com o não-aumento de carga tributária e afirma que esse é um princípio do partido Novo. Adriano enfatiza que não tem intenção de aumentar os impostos.

Com relação ao Hospital São José, Adriano defende que seja gerido por uma organização social. Ele cobra que Joinville tenha apoio do governo do estado nas contas porque mesmo com a organização social, o custo continuaria alto.

Para Adriano, o objetivo é construir unidades básicas de saúde. Para o futuro, ele reconhece que é preciso melhorar o atendimento de especialidades. A solução, para o candidato, isso só será possível com tecnologia, como consulta online com especialistas de todo o país. Ele diz que é a única forma de reduzir a fila.

Na educação, fala na construção de 15 novas creches para criar 10 mil vagas e dar sequência ao trabalho já iniciado no mandato. No turismo, Adriano mencionou as ações realizadas ao longo dos quatro anos.

Carlito Merss (PT)

O ex-prefeito Carlito Merss começou falando sobre a cobertura do tratamento de esgoto e citou trabalhos feitos durante o mandato. Sobre a conclusão da ponte Joinville dentro do cronograma, questiona de onde virá o valor.

Quanto à duplicação da Monsenhor Gercino, ressalta que se tiver dinheiro, é possível realizar a obra. Referente a abertura da rua Almirante Jaceguay, o candidato diz que é um sonho antigo, mas cita novamente a necessidade de recurso.

Em relação aos eventos, questiona por que Joinville está perdendo grandes atrativos, como a Acats, sendo que, na visão dele, a cidade tem estrutura igual ou melhor a de Balneário Camboriú, para onde muitos eventos estão sendo transferidos. É a favor de recriar a Promotur, para que dê mais facilidade aos processos. Também defende a volta da Fundação Cultural.

Na saúde, o ex-prefeito defende que é necessário construir a UPA no Vila Nova, lutar pelo curso de Medicina na UFSC, para a criação de um hospital universitário na região. É contra a gestão do Hospital São José ser feita por uma organização social. Não vê a estadualização como uma saída no momento, mas que pode ser uma solução um dia.

Na educação, defende que é preciso aproveitar bem os recursos o do Fundeb nas escolas de Joinville. Cita também a destinação de verbas parlamentares da deputada Ana Paula Lima e do deputado Pedro Uczai, ambos do PT, para construção de dois CEI na cidade.

Manifesto das entidades

Durante o painel, o Conselho das Entidades entregou um manifesto com pedidos para Joinville. O documento é assinado pelos presidentes da Acij, Guilher Bertani; da Acomac, José Haveroth; da Ajorpeme, Patrícia Furlan Hille; e da CDL, Marcos Antonio Bittencourt.

Confira quais são as reivindicações das entidades:

– Acelerar a execução da cobertura do tratamento de esgoto do município em menor prazo, objetivando viabilizar 90% de cobertura até 2028;

– Executar dentro do cronograma estabelecido, a conclusão da ponte Adhemar Garcia;

– Executar a duplicação da rua Monsenhor Gercino até o final do mandato;

– Executar a duplicação do trecho urbano da rua Dona Francisca, a partir da rótula do Tecelão até 2028;

– Executar a abertura da rua Almirante Jaceguay, como novo acesso à BR-101 até o final do mandato;

– Concluir a abertura total da avenida Santos Dumont até 2026;

– Implantar o modelo de pavimentação comunitária, como forma de melhorar o IDH das regiões periféricas e atender vias não prioritárias que aguardam pavimentação;

– Revisar/atualizar o plano viário, contemplando projetos para fluidez e melhoria da mobilidade no município, além da ampliação e abertura dos corredores de ônibus em 2025;

– Comprometer-se com os grandes eventos realizados na cidade e com a atração de novos negócios ligados ao turismo de eventos, lazer e hospedagem, além da reestruturação e/ou construção de nova área que contemple feiras, congressos e convenções de grande porte até 2027, tendo em vista o movimento econômico gerado e a recorrente preterição de Joinville para outros centros, como Balneário Camboriú;

– Ampliar os compromissos com o meio ambiente no município, notadamente com ações efetivas de despoluição, dragagem e requalificação da orla do rio Cachoeira até 2026 e, propor alternativa para resolução do imbróglio judicial em torno das obras de drenagem do rio Mathias, de modo a concluir a execução das obras, nos próximos quatro anos;

– Requalificar e propor melhorias que contemplem o embelezamento e segurança do Centro de Joinville, a partir do primeiro ano de mandato;

– Manter e ampliar os mecanismos de estímulo ao desenvolvimento econômico do município, contemplando a oferta dos serviços do Espaço do Empreendedor de forma descentralizada (bairros e/ou subprefeituras);

– Apresentar plano para melhorar a ação/atribuições da guarda municipal até março/2025, pois a comunidade tem a percepção de que é ausente em muitas situações;

– Comprometer-se com o não-aumento de carga tributária, direta ou indiretamente, notadamente em razão dos impactos decorrentes da implementação da reforma tributária ou como meio de compensação de eventuais perdas observadas pelo Município em razão da implementação do IBS e CBS;

– Comprometer-se com a gestão pública municipal que preze pela eficiência, inovação e economicidade, com foco na redução de despesas e melhor uso dos recursos públicos.

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