Em audiência pública, comerciantes cobram mais segurança no Centro de Joinville
Tráfico de drogas e esmolas foram citados como parte do problema da segurança na região
Em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores nesta terça-feira, comerciantes cobraram do poder público mais segurança no Centro de Joinville. O encontro promovido pela Comissão de Proteção Civil reuniu vereadores, lojistas, entidades, representantes da prefeitura e da Polícia Militar.
Durante a reunião, o tráfico de drogas e a doação de esmolas foram citados como parte do problema da segurança na região.
O comerciante Laercio Batista disse que existe uma organização criminosa que atua no Centro de Joinville e que há troca constante de traficantes na região da Praça da Bandeira. Em sua fala, também questionou a ausência de placas contra a doação de esmolas.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), José Carlos Ramos, também cobrou aumento do efetivo policial e classificou a questão como um problema político.
A partir disso, os participantes da audiência como possíveis soluções o aumento do efetivo policial e apoio para campanhas contra as doações de esmolas nas ruas do Centro da cidade.
Tráfico de drogas
O comandante do 8° Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Celso Mlanarczyki Junior, esclareceu que há casos em que “ondas de furto” em uma determinada semana passam uma impressão que há muitos casos em prática, porém salientou que uma análise em um espaço temporal maior pode não confirmar essa impressão.
Segundo dados apresentados pelo militar, houve uma redução nas ocorrências de furto e roubo em comércios das áreas centrais, uma queda 28% e 21%, respectivamente. Entretanto, as denúncias contra o tráfico de drogas aumentaram 22%. Os dados corresponde ao período entre 2019 e 2021, em meio à pandemia da Covid-19.
Ainda segundo o tenente coronel, somente em 2021, fora presas 1.756 pessoas nos bairros da área central de Joinville.
Entre as possibilidades de soluções, Celso Junior apontou a necessidade de apoio da Prefeitura para a instalação de câmeras inteligentes. Ele também defendeu a valorização do policial e o uso da rede de vizinhos.
Brandel Junior (Podemos) apontou que a ação pontual é coibir o tráfico de drogas. O vereador parabenizou os dados apresentados na reunião, mas cobrou ações.
O secretário municipal de Proteção Civil, Paulo Rigo, destacou as ações do município que contribuem para a diminuição da criminalidade, como investimentos na iluminação pública, o embelezamento das praças e a criação de um cinturão de monitoramento da cidade, esse último em andamento.
Doação de esmolas
A recorrência de doação de esmolas na região central também foi uma questão levantada pelos participantes da audiência pública.
O representante da Associação Diocesana da Promoção Social (Adipros), Fernando Baraúna pediu para que os moradores em situação de rua não fossem taxados como criminosos e ressaltou que muitos são aliciados pelo crime. Na opinião de Fernando, “há muita gente vindo pra cá, como muitos imigrantes que vieram no passado. É nosso tempo de dar oportunidade e não deixar se multiplicar ainda mais essa realidade tão gritante na cidade”.
O vereador Pastor Ascendino (PSD) declarou que o crescimento da população de rua é o retrato da miséria social que se aprofunda no país. Para ele, é reação aos altos índices de desemprego, arroxo salarial, consumo de entorpecentes, violência e falta de políticas públicas eficientes.
Já o tenente coronel Celso Junior afirmou que se a pessoa quer morar na rua, é um direito dela, entretanto cobrou da Secretaria de Assistência Social soluções práticas para a questão.
Neste sentido, a secretária municipal de Assistência Social, Fabiana Cardozo, defendeu uma campanha contra a doação de esmolas. Para ela, este pode ser um processo educativo para comunicar à população que a ajuda correta é encaminhar as pessoas em situação de rua para o Centro Pop.
Como um encaminhamento da reunião, Pastor Ascendino propôs a elaboração de uma moção, pedindo para a Prefeitura de Joinville amplie investimento em publicidade contra a doação de esmolas. Para o legislador, é necessário conscientizar a população.
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