Em Joinville, quarentena prejudica a venda de Páscoa neste 2020

Proprietários de chocolaterias precisaram rever suas formas de vendas e optaram por realizar entregas aos clientes

Em Joinville, quarentena prejudica a venda de Páscoa neste 2020

Proprietários de chocolaterias precisaram rever suas formas de vendas e optaram por realizar entregas aos clientes

Fernanda Silva

A data mais importante do ano para as chocolaterias é sem dúvida a Páscoa. Porém, as lojas estiveram fechadas desde 18 de março, quando foi iniciada a quarentena, e só puderam reabrir no dia 4 de abril, com a flexibilização do decreto estadual. Mesmo assim, as vendas de chocolates acabaram prejudicadas.

No caso de franquias, por exemplo, os pedidos de Páscoa precisam sempre ser feitos com muita antecedência, explica Tania Signor, proprietária da Cacau Show. Ela conta que os pedidos foram feitos no início do segundo semestre de 2019.

“O Natal deste ano já está comprado”, afirma. As compras também são baseadas na Páscoa anterior, ou seja, para este ano, era esperado vender igual ou mais que o ano passado.

No caso da Chocopp, fundada pela família de Alexandre Levi Coppi sócio da chocolateria, a fábrica fica em Joinville, então não há necessidade de encomenda prévia. 

Os estabelecimentos de Tania e Coppi ficam localizados em um shopping da cidade. Mesmo com a abertura das chocolaterias no dia 4 de abril, ambos não puderam abrir suas lojas no local. A saída para conseguir vender foi fazer o delivery de chocolates.

Tania também possui a franquia da Cacau Show em Pirabeiraba, então conseguiu encaminhar seus clientes para o local. Ainda assim, conseguiu abrir uma loja na área exterior do shopping, de forma que as pessoas não precisassem entrar no local. 

As medidas tomadas conseguiram fazer o estoque girar, mas ainda não foi como o esperado. As vendas seriam maiores caso não houvesse quarentena.

“A maior dificuldade foram com as incertezas”, conta o sócio da Chocopp, já que no início da quarentena não sabiam como ficariam as vendas, o que acabou afetando até mesmo a produção dos chocolates caseiros. “Então começamos a bolar estratégias e analisar, conseguimos canalizar nossas vendas através do WhatsApp”, conta Coppi.

Já que não pôde abrir a loja do shopping, a família também optou pelo sistema de entregas. Os chocolates também podem ser adquiridos diretamente na fábrica, localizada no bairro Iririú. Apesar das saídas que encontraram, assim como no caso de Tania, as vendas não foram semelhantes aos anos anteriores. 

“É frustrante, esperamos o ano inteiro para uma data essencial pro nosso negócio, numa situação como essa.”, comenta Coppi. Ele ainda cita a questão da ajuda emergencial aos empresários locais. “Distribuir R$ 600 pra cada um. O que você faz com isso, vai manter uma família inteira? Se o salário mínimo é mil reais?”, questiona.

No caso de Tanira Machado, proprietária da Brasil Cacau, a situação foi um pouco diferente. A loja fica localizada dentro da galeria de um supermercado, estabelecimento considerado essencial. Ainda assim, Tanira precisou manter a loja fechada até o dia 4 de abril.

Ela conta que ainda assim conseguiu fazer as vendas de Páscoa por causa das empresas que haviam feito encomendas antecipadas. Os chocolates foram recebidos já em janeiro e colocados à venda em março, antes do decreto ser anunciado. Além das encomendas, outra saída foi o delivery.

Apesar de ter conseguido realizar a venda dos ovos, a saída de chocolates nesta Páscoa não correspondeu à expectativa. Isso porque os produtos da linha regular, como trufas, tabletes, entre outros, não puderam ser entregues pela franquia, pois a loja ficou um período fechada.

“Nem todo munda dá só os ovos, tem gente que compra pelúcias, canecas, cestas”, conta. Tanira acredita que as vendas seriam maiores caso conseguisse receber normalmente o seu estoque.

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