Em meio à polêmica em cafeteria de Joinville, padre Fábio de Melo desabafa: “a um passo de desistir”
Ele vem recebendo críticas desde a demissão do gerente do estabelecimento
Ele vem recebendo críticas desde a demissão do gerente do estabelecimento
O padre Fábio de Melo divulgou nesta terça-feira, 20, uma postagem em seu Instagram lamentando a postura das pessoas nas redes sociais. A manifestação vem em meio a várias críticas que ele recebeu depois da demissão do gerente da Havanna, em Joinville, após ele relatar a experiência ruim que teria tido no estabelecimento.
O gerente demitido da cafeteria negou que tenha tratado mal o padre em um longo vídeo publicado no fim da última semana.
No seu Instagram, sem citar diretamente o caso ocorrido em Joinville, declarou que a crueldade é “da natureza humana” e que os ataques em relação a ele “são orquestrados”.
“Eu estou a um passo de desistir. Proteja-se. Em proporções diferentes, é claro, mas você está sob a mira da mais assertiva armadilha que o Diabo criou: o mundo virtual”, escreveu.
“As pessoas querem odiar. A qualquer custo, querem odiar. Por qualquer motivo. Elas precisam eleger um foco para a manifestação de seus lados sombrios. Querem extravasar o fel que circula pelas veias, desaguar nos outros as enchentes que naufragam as embarcações de seus sonhos. Quanto maior a insatisfação existencial, maior será a urgência de destruir os outros.
É da natureza humana a crueldade, mas as redes sociais estimulam a coragem de dizer o que não se diria pessoalmente. A polarização política está por trás de tudo. Sempre esteve.
E ninguém está realmente preocupado com a questão que atualmente foi levantada para o estímulo do ódio.
Os ataques são orquestrados pelos que não ficaram satisfeitos em não nos ter nos palanques de suas predileções. Eu sempre escolhi em não estar em nenhum deles. Por isso sou atacado pelos dois lados.
Ninguém viu o meu voto, mas juram que sabem qual é o meu posicionamento político.
O ódio virtual se manifesta da pior forma. Mentindo, caluniando, blasfemando contra o sagrado de nossas escolhas, achincalhando as pessoas que amamos, nossos familiares e amigos. O principal instrumento do ódio é a palavra, a pior de todas as armas. Ela fere, adoece, pesa tanto que prostra a alma.
Ainda que o post seja uma homenagem à minha mãe, lá estão os comentários desqualificando a minha vida, ferindo a minha honra, atentando contra a minha verdade. E tão desproporcional a medida que se estabelece entre o que “realmente aconteceu e o ataque” que nós chegamos à conclusão de que as pessoas não querem a verdade. Elas só querem a versão que melhor se adapta à sua necessidade de odiar. E odeiam. E estimulam que outros odeiem também.
Não sei como você tem sobrevivido às novas versões de guerras. Eu estou a um passo de desistir. Proteja-se. Em proporções diferentes, é claro, mas você está sob a mira da mais assertiva armadilha que o Diabo criou: o mundo virtual“.