Em rede social, mulher denuncia estupro coletivo em Joinville

Crime teria ocorrido em 19 de outubro de 2019; processo envolve três homens suspeitos

Em rede social, mulher denuncia estupro coletivo em Joinville

Crime teria ocorrido em 19 de outubro de 2019; processo envolve três homens suspeitos

Na segunda-feira, 21, uma mulher criou uma conta no Instagram para denunciar um estupro coletivo que teria sofrido em 19 de outubro de 2019, quando tinha 21 anos, após uma festa em uma balada de Joinville.

Sem citar nomes, a jovem, que também não se identificou, dividiu o relato em cinco partes. Ela inicia contando que naquela noite havia saído para uma festa com os amigos e, ao chegar na balada, pediram um combo de bebidas para seis pessoas.

Em dado momento, uma de suas amigas a apresentou seu ex-chefe, “um médico bem conhecido de Joinville”, descreve ela.

Ela continua dizendo que, após ter cumprimentado este médico, não lembra mais do que ocorreu durante aquela noite, “apenas de alguns flashes”. Ela suspeita que tenha sido dopada. No dia seguinte à festa, a jovem realizou exames que, segundo ela, comprovaram o estupro.

Lembranças do ocorrido

No relato seguinte, descrito como “parte 2”, a jovem conta que acordou em um quarto de um apartamento sozinha, “descoberta e sem roupa”. A porta do quarto estava aberta, segundo ela. A jovem conta que, imediatamente, foi procurar seus pertences, como celular e bolsa. E, ao sair do ambiente, se deparou com pessoas desconhecidas.

“Não fazia ideia de como tinha ido parar ali”, escreveu. Foi neste momento, ao chamar um Uber para casa, que começou a ter curtas lembranças da noite passada.

“Eu lembrava de estar na cama sem conseguir me mexer direito, um homem muito velho na minha frente, e outro entrando pela porta entreaberta e tentando tocar nos meus seios”, recorda.

A jovem finaliza o relato dizendo que precisou de quase dois anos para conseguir mencionar o ocorrido. Ela ainda diz que precisou ir à terapia e utilizar medicamentos. O fato prejudicou, inclusive, sua vida acadêmica.

“Foram quase dois anos que eu levei para passar por cima de toda a vergonha, de toda a sensação de culpa, de todos os transtornos que isso me causou e ter a força para estar aqui contando para vocês”, contou. “Eu tive que parar de trabalhar, eu me submeti a uma relação abusiva por medo de não ter ninguém do meu lado”, completou.

A conta @relatojvlle tem, atualmente, mais de 3,3 mil seguidores.

 

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Três envolvidos

O processo, que tramita na 1ª Vara Criminal de Joinville, envolve três homens, um deles seria um médico dermatologista e outro um juiz trabalhista.

Ainda em 2019, a vítima, orientada por um advogado, registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami). Sem retorno, em outubro de 2020, ela entrou com um pedido no Ministério Público solicitando informações relacionadas à denúncia.

Neste mesmo documento, ela informa que ao entrar em contato com a polícia, a delegada da época havia sido transferida e a escrivã estava afastada por conta da Covid-19. O promotor de Justiça, então, deu dez dias para que a Dpcami repassasse informações sobre o caso.

O inquérito, à época, foi concluído pela delegacia e enviado para a Justiça. A 1ª Vara Criminal de Joinville, por meio de nota, disse que os processos relacionados a crimes dessa natureza tramitam em segredo de justiça.

Portanto, “não é possível prestar esclarecimentos sobre a existência e o andamento de processos dessa natureza em nome de pessoas determinadas, cujo acesso é permitido apenas ao Ministério Público e às partes com advogado constituído nos autos”.

O que diz a Polícia Civil

Também por meio de nota, a delegada Claudia Cristiane Gonçalves de Lima Gonzaga, titular da Dpcami Joinville, disse que “em relação ao suposto estupro coletivo” divulgado nas redes sociais, o fato está sendo objeto de investigação.

Mas, conforme Cláudia, não há detalhes do caso a serem divulgados, visto que, por se tratar de crime de natureza sexual, a investigação segue sob sigilo.


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