Por Lucas Koehler
Prestes a completar 100 anos em 2022, as Empadas Jerke, em Joinville, segue priorizando pela produção manual das massas salgadas e recheadas. Atualmente, em um dia, a empresa produz de 3 a 4 mil empadas. Dessas, 1,5 mil são vendidas na lanchonete. O restante é destinado para pedidos externos.
Da preparação da massa até chegar ao balcão, o processo completo leva 24 horas. Sem usar nenhum tipo de processo automático, a Jerke realiza, com técnicas manuais e tradição, a separação dos ingredientes, com quantidade exata para cada massa, recheia, congela, assa e coloca o produto na mesa do cliente.
Ao todo, no setor de produção, oito pessoas trabalham, diariamente, para preparar as empadas.
Porém, desde março de 2020, o local busca superar dificuldades durante a pandemia da Covid-19 para manter em atividade. Desde então, a lanchonete precisou demitir e pagar indenização para 18 funcionários. Para Ronaldo Jerke, de 82 anos, proprietário da lanchonete, este é o momento mais difícil do estabelecimento. “Até hoje não está bom, mas começa a voltar ao que era”, expõe.
Fundado pelo alemão Guilherme Jerke, o empreendimento, desde 1965, é gerenciado pelo filho, Ronaldo, que assumiu não só a administração, mas também se tornou o responsável por manter viva a receita das empadas e peixe defumado.
O início, porém, esteve cercado de dificuldades. “Foi difícil, ele não me ensinou a parte financeira. Eu sabia fazer os alimentos, mas não sabia cuidar dirigir o negócio”, lembra.
Oferecendo sabores como de palmito, frango, ou camarão, o salgado de massa e recheio segue sendo o norteador da empresa. Ronaldo ressalta ser difícil mensurar quantas empadas são vendidas por dia, o movimento é quem define. “Tem dias que vende até 300; outros, 200. Menos que 100 é impossível”, analisa.
Qualidade: o segredo do sucesso
Ronaldo conta que, além da tecnologia e maquinários, os clientes também foram mudando conforme os anos. Antes, diz ele, chegavam de roupa social e, muitas vezes, em bicicletas. Hoje, no verão, de bermuda e chinelo. “Vem jovem, idoso, todos os tipos de pessoa”, celebra.
Para o proprietário, a fórmula para o estabelecimento se manter após quase 100 anos não é segredo. “Levar a sério, atender bem, ser honesto”, destaca.
Jerke compartilha que sonhava apenas em ter uma casa na cidade e na praia, além de uma carro. Agora, revendo toda sua trajetória, avalia que o sentimento é de realização pela condução da lanchonete.
Futuro da Empadas Jerke
Priorizando a contratação da família, Ronaldo afirma que pretende deixar o local em poucos anos, para descansar e morar na praia.
Ele cita que pretende deixar os planos e projetos do estabelecimento para que os filhos, que sempre trabalharam no local, pensarem. “O que vier de novo é com eles”, analisa.
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