Empreiteira alega ter pedido correção do projeto executivo do rio Mathias de Joinville
Representantes da empresa foram ouvidos nesta segunda-feira pela CPI instaurada na Câmara de Vereadores
Representantes da empresa foram ouvidos nesta segunda-feira pela CPI instaurada na Câmara de Vereadores
Os vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Mathias ouviram nesta segunda-feira,29, representantes da Empreiteira Motta Jr. A empresa trouxe documentos e uma apresentação para contribuir com a CPI. Os materiais foram entregues à Comissão, com mais de 150 correções do projeto da obra, que não haviam sido acatados.
Participaram da oitiva os sócios proprietários da Empreiteira Motta Jr, Márcio Luiz Martins e Márcio Luiz Martins Jr, e os engenheiros Alexandre Oligini da Rocha, Brian Brümmer e Antonio Adevaldo Daniel.
Segundo os interrogados pela CPI nesta segunda, a empresa Parallela Engenharia se comprometeu em resolver erros de projeto em uma reunião no mês de agosto de 2014, porém, não cumpriu. O sócio proprietário da Empreiteira Motta Jr levou documentos e a ata da reunião do dia 14 de setembro de 2014 para comprovar seu depoimento.
As obras de macrodrenagem do rio Mathias começaram sem os projetos de realocação de interferências, pois, não estavam previstos no projeto executivo, concluído e entregue à Prefeitura pela empresa Parallela. No decorrer das obras foram constatados os problemas e a prefeitura começou as tratativas com a Companhia Águas de Joinville (CAJ) para elaboração dos projetos de realocação de interferências.
Em 2016, a Companhia solicitou um processo administrativo contra a Parallela Engenharia que se negava a corrigir os problemas no projeto. Já em agosto de 2017, a Azimute Engenharia questionou a Parallela sobre 66 pontos do projeto onde o detalhamento é indispensável para a execução da obra. Após mais de cinco anos de questionamentos e processos administrativos, a empresa Parallela ainda não havia resolvido os problemas do projeto, o que ocasionou na paralisação da obra.
A empreiteira Motta Jr diz que não teve prejuízos dos serviços que foram executados e é possível concluir a obra, se o projeto for totalmente corrigido, com os mesmos valores, após sete anos. Porém, é necessário um plano de operação para a obra funcionar.
Avaliando o contexto informado pela Motta Jr, o vereador Neto Peters (Novo), afirma que a prefeitura teve uma mudança de postura, já que até 2019 o Executivo e a empresa fiscalizadora contribuíram para as alterações, depois passou a ser dura e exigir o cumprimento do projeto executivo sem novas alterações.
“O ponto chave do depoimento foram essas novas apresentações com vários documentos. Segundo a empreiteira, a obra poderia ser concluída em até um ano se a prefeitura mantivesse a postura de aceitar as sugestões e fazer as alterações solicitadas pela empreiteira e pela empresa fiscalizadora”, aponta o vereador.
Conforme apresentação da Empreiteira Motta Jr, estes foram os principais fatores que impactaram na execução na obra do Rio Mathias
– Inexistência das interferências no projeto executivo;
– Em setembro de 2014 foi registrada em atas que as frentes de serviços seriam paralisadas para aguardar as alterações no projeto executivo prevendo as interferências de água e esgoto;
– Em novembro de 2014, a Seinfra, através do secretário Romualdo França, solicitou a suspensão da obra por 120 dias, a partir do dia 21 de novembro, por falta do projeto executivo de interferências;
– Abril de 2015 novo memorando informa que a suspensão por 120 dias não foi o suficiente, sendo necessário um prazo superior;
– Abril de 2017 – Conforme documentos apresentados, o município ainda não havia solucionado o problema com as interferências;
– Março de 2020 – Ofício emitido pela CAJ, informa que os serviços de realocação de água e esgoto foram concluídos e as datas em que as frentes de obra poderiam ser liberadas;
– A Companhia Águas de Joinville gastou quase R$ 10 milhões para serviços de realocação das interferências de água e esgoto. E outros contratos para elaboração os projetos executivos das interferências;
– Erros na planilha de preços elaborada pela empresa Parallela.
A Empreiteira Motta Jr, ganhou a licitação no valor de R$ 43 milhões, bem abaixo do orçado, que era de R$ 60 milhões para a execução da obra.
Ainda durante a CPI, o vereador Diego Machado (PSD), questionou a empresa em relação aos valores e perguntou qual foi o motivo que levou a empreiteira a oferecer um valor de quase R$ 20 milhões menor que o orçamento.
O sócio proprietário, Márcio Luiz Martins Jr. diz, que devido à experiência da empresa, o preço foi adequado ao projeto que tinha na licitação. “O preço oferecido pela empresa é totalmente compatível com o mercado”.
A próxima reunião da CPI do Rio Mathias acontece na quarta-feira, 31, às 9 horas. Neste dia, serão ouvidos o ex-secretário de Administração e Planejamento (SAP), Miguel Ângelo Bertolini e a diretora-executiva da SAP na gestão passada, Daniela Civinski Nobre.
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