Buschle & Lepper/Divulgação

A joinvilense Buschle & Lepper, especializada em distribuição e comercialização de produtos químicos e agrícolas, planeja a abertura de uma nova filial em Joinville.

Para mais detalhes sobre o novo espaço e planejamentos sobre o futuro da empresa, a reportagem do jornal O Município Joinville conversou com Christiano Marcel da Costa, diretor comercial, Marcelo Peregrina Gomez, diretor geral e Wagner Zimmermann, diretor adjunto.

As obras devem iniciar ainda neste ano e só dependem da liberação de alvarás municipais, confirma a diretoria. O prazo previsto para a conclusão é de um ano.

A nova sede será instalada na zona Industrial Norte. Este será o maior investimento da empresa em 2021. Também no município, a companhia destinou recursos para a fábrica de saneantes entre os anos de 2015 e 2017.

Christiano Marcel da Costa (diretor comercial) à direita; Marcelo Peregrina Gomez (diretor geral) ao centro; Wagner Zimmermann (diretor adjunto) à esquerda

Crescimento de PIB de 12,7%

Com crescimento acima de 30% neste ano, os diretores definem o momento econômico da empesa como excelente. Eles afirmam que só em Joinville foi apresentado crescimento de 12,7% no Produto Interno Bruto (PIB).

Para a diretoria, a alta do dólar aumenta a competitividade brasileira e estimula a indústria nacional, evitando assim os artigos importados e gerando prosperidade para os brasileiros.

Em contrapartida, assinala, esta elevação da moeda americana traz o efeito inflacionário, que é preocupante, segundo a mesa diretoria, pois reduz o poder aquisitivo, e a médio prazo gera desaquecimento econômico. Os executivos dizem confiar no trabalho do ministro da economia Paulo Guedes.

“A reforma tributária somada a reforma administrativa serão fundamentais para a continuidade do crescimento econômico, competitividade brasileira, apuração de lucro para as empresas, bem como para garantir a superação do ponto de equilíbrio das contas públicas”, reforça a diretoria.

Incertezas e queda na receita

Apesar dos bons resultados, a diretoria afirma que a pandemia da Covid-19 gerou incertezas para a companhia e queda de receita nos meses de abril, maio e junho do ano passado.

Inclusive, os investimentos chegaram a ser suspensos no mês de abril. Os planos originais foram retomados apenas em agosto de 2020. Neste período houve também redução no quadro de funcionários, que foram recontratados posteriormente.

“Entretanto, o segundo semestre foi surpreendentemente acelerado, compensando estes meses e apontando crescimento de 15% no ano de 2020, se comparado com 2019”, pontua.

Expansões e investimentos

Com relação a expansões físicas, a empresa abriu duas novas filiais: uma em Içara, em 2015, e outra em Embu das Artes (SP), em 2016.

Também foram destinados recursos para modernização e aumento de capacidade da planta de extração de magnésio da agua do mar, no ano passado.

Recentemente, houve uma mudança de endereço da filial de Chapecó para instalações mais modernas e adequadas a operação. A diretoria aguarda  a aprovação ambiental para iniciar, ainda em 2021, outras mudanças de estruturas para ganho de produtividade e crescimento.

“A Buschle & Lepper mantem inalterada a política de investimentos para o ano de 2021”.

Além das expansões, a empresa mantém investimento constante em pesquisa e desenvolvimento (P&D). O planejamento segue uma disciplina de “gates” de aprovação que dependem mais do atingimento de marcos técnicos e financeiros, explica a cúpula.

Neste ano, a diretoria afirma que a empresa colhe frutos de projetos abertos desde 2015, que passam da etapa de projeto para entrada em produção de diversos novos produtos, que vão desde insumos para a indústria do plástico e borracha até retardantes de chamas, insumos para a indústria alimentícia de suplementação de magnésio, e material nano particulado para a indústria de cosméticos, além da linha própria de saneantes, entre outros desenvolvimentos.

Desafios e preocupações 

Mesmo em meio às crises políticas e sanitárias vividas pelo país, a empresa se manteve resiliente em todos os momentos de crise que o país enfrentou, dizem os executivos, no entanto, existe certa preocupação de um possível retrocesso político que possa vir a inviabilizar o país.

Para a diretoria, as discussões dentro do governo Moisés para retirada dos incentivos fiscais aos defensivos agrícolas foi visto como negativo.

Para eles, o assunto se torna desfavorável quando diverge de incentivos realizados por outros estados, “criando guerra fiscal” ou quando envolve competitividade frente a itens importados substituindo os produtores nacionais por internacionais.

“Portanto, nossa posição seria que o assunto fosse definido pelo Confaz [Conselho Nacional de Política Fazendária], buscando uma decisão colegiada por todos os estados, e assim um tratamento igualitário em todos o país”, afirma a diretoria.

História

Fundada em 1943 em solo joinvilense, a Buschle & Lepper conta, atualmente, com cerca de 500 funcionários em 12 unidades distribuídas pelo pais. Em Joinville, onde localiza-se a matriz, há 190 colaboradores.

Acompanhando o desenvolvimento da cidade, bem como mudanças de atividades econômicas, os empresários dizem que a empresa atualizou seu portfólio para as demandas que a sociedade e as inovações foram trazendo ao longo de todos esses anos.

“Iniciando em meio a segunda guerra mundial, os primeiros produtos eram especiarias importadas, que faziam falta para a alimentação na época. Com o fortalecimento das indústrias locais, a empresa passou a comercializar produtos químicos, bem como de insumos para a fundição”, diz a diretoria.

Alguns anos depois, visualizando a potência do agronegócio, a companhia entrou neste mercado produzindo fertilizantes e comercializando defensivos. No início dos anos 1970, adquiriu a atual planta de magnésio localizado no município Balneário de Barra do Sul.

“Os principais investimentos da empresa para os próximos anos estão focados em Joinville, aonde temos intenção de ampliar e modernizar tanto o parque fabril, como a área de armazenagem, tancagem, fracionamento e distribuição. Joinville representa 26% da Receita Operacional Líquida da empresa”, finaliza.