Empresa de Joinville cresce 150% após participação no Shark Tank Brasil

Dupla de empresários fechou parceria com João Appolinário, fundador da Polishop

Empresa de Joinville cresce 150% após participação no Shark Tank Brasil

Dupla de empresários fechou parceria com João Appolinário, fundador da Polishop

Isabel Lima

‌Após a participação no programa Shark Tank Brasil em 2020, a empresa de Joinville 2FW já cresceu mais de 150% no mercado nacional. Francisco Lara e Roberto Freitas fecharam o negócio com João Appolinário, fundador da Polishop, que decidiu investir no negócio para conectar com uma empresa do ramo de casas inteligentes.



A 2FW produz máquinas de fumaça, que funcionam para bloquear a visão de um possível criminoso. O uso dela é amplo, mas tem o objetivo de criar uma fumaça densa que impeça a ação de invasores em depósitos, lojas, empresas e até casas.

Através do comando de uma central de alarme, a máquina solta a fumaça atóxica, com rapidez e se espalha por todo ambiente. Com quatro modelos de aparelho, a 2FW oferece produtos para diferentes tamanhos e tipos de espaço. O “gerador de fumaça” ganhou empresas e comerciantes de todo o país após aparecer no programa de televisão.

Investimento do tubarão

Momento em que o tubarão Semenzato testou o produto | Foto: Reprodução

O episódio de Shark Tank da 2FW foi ao ar em 2020. No dia, os sócios Francisco e Roberto buscavam o investimento de R$ 240 mil em troca de 10% no negócio, com objetivo de ampliar o leque de clientes de pessoas físicas, que comprariam para usar em casas. A apresentação e demonstração do produto em funcionamento encantou os investidores, que logo dispararam perguntas sobre a eficiência e lucros dos geradores de neblina.

Rapidamente, João Appolinário fez uma contraproposta, R$ 240 mil, mas por 25% da empresa. A iniciativa do dono da Polishop deixou os outros tubarões acuados em fazer outras propostas. Para o empresário, a 2FW fazia sentido apenas se pudesse ser ligada a outra empresa de casas inteligentes.

Antes de chegar o momento do tubarão José Carlos Semenzato se posicionar, os donos da 2FW se adiantaram e começaram a discutir a proposta do Appolinário. A atitude rendeu a frase que deu nome ao episódio. “Vocês não querem ouvir outra proposta?”, perguntou Semenzato. No fim, apenas Appolinário manteve a ideia do investimento.

Quase dois anos e meio depois, o investimento do fundador da Polishop avançou pouco. “O processo da parceria com o Appolinário começou bem, mas deu uma parada. A gente estava ligado a outra empresa que ele tinha feito investimento, o que aconteceu é que eles não prosseguiram o acordo com essa outra empresa”, explica Roberto.

Conforme o idealizador das máquinas de fumaça, eles aguardam atualizações do tubarão, mas isso não os impediu de avançar.

Crescimento de 150%

“A gente não ficou parado, fomos visitados por empresas internacionais”, conta Roberto. A visibilidade que o programa deu à empresa permitiu outros investimentos e crescimento desvinculado do tubarão.

Divulgação

 

“Aconteceram umas coisas muito esquisitas, eu fui parado na rua, me perguntaram se eu era o cara do Shark Tank”, acrescenta Roberto. “Isso fez a gente vender no Brasil inteiro, empresas que a gente não tinha acesso, tipo interior do Piauí, Mato Grosso, começaram a entrar em contato conosco”, recorda o empresário.

Desde o Shark Tank, a 2FW registrou crescimento de mais de 150%. Mas Roberto explica que, antes da pandemia da Covid-19, a empresa já estava em fase de expansão. Entretanto, o desacelerar do mercado impactou esse desenvolvimento. Foi após ‌o programa que os geradores de fumaça deram uma guinada e conquistaram o país.

Embora o objetivo de conseguir um investimento de um tubarão fosse para ampliar os clientes de pequeno porte, os rumos foram outros. “A gente tem vendido muito esporadicamente para pessoas físicas, mas aí são casas de alto luxo, são pessoas que possuem salas cofre para guardar armas”, explica.

Grandes empresas se fortaleceram como os maiores clientes da 2 FW. “‌A gente vendeu para mais de 100 clientes, mas a gente teve uns 200 clientes ativos”, revela Roberto.

Em 2023, a empresa trabalha com 100% da capacidade, tanto na produção do fluido que compõe a neblina, quanto das próprias máquinas. ”A última venda que a gente fez, vendemos mais de 150 máquinas só para a Vivara”, ressalta. Além de joalherias, outros fortes clientes da 2FW são bancos e cooperativas de crédito.

Na carteira da empresa é possível encontrar nomes como Banco do Brasil, Sicoob e Sicredi. Grandes redes lojistas como o Carrefour e a Americanas utilizam os geradores de fumaça da 2FW também.

“Uma base de clientes importantes que a gente tem são clínicas médicas, que o pessoal guarda aqueles remédios de alto custo”, conta Roberto.

O empresário vê os próximos seis meses como uma virada de chave. Roberto acredita que clientes de médio e pequeno porte, como pequenos lojistas e empreendimentos, passem a ser os maiores consumidores dos produtos.

Central de alarme

Um ponto importante no episódio do Shark Tank foi a questão dos disparos de alarme falsos. Como os geradores de fumaça dependem de uma central de alarme, o medo dos tubarões era que isso interferisse na qualidade do produto oferecido pela 2FW.

Entretanto, Roberto diz que esse problema foi resolvido. Por consultorias constantes com as empresas de segurança, normalmente donas das centrais de alarme, a 2FW orienta a melhor maneira para fazer a instalação.

Roberto ressalta que isso tudo foi explicado durante a entrevista gravada para o programa, mas, por conta da edição, esses detalhes ficaram de fora.

2FW no futuro

Os geradores de neblina são invenção do próprio Roberto, que recentemente lançou um livro contanto a trajetória do negócio, chamado “Transformando dinheiro em fumaça”. ‌Em 2016 ele fundou a empresa, já em 2018, Francisco entrou com um investimento e se tornou sócio do negócio.

Roberto conta que o sócio tem uma empresa de segurança consagrada em Minas Gerais e viu a 2FW como uma alternativa de expansão.

Para o futuro, uma das possíveis alternativas é a venda da empresa. Roberto adianta que já existem negociações com uma multinacional dinamarquesa que mostrou interesse nas máquinas de fumaça. Além disso, os sócios estudam um plano de exportação para o Paraguai e outros países da região.

Assista ao episódio:

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