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VÍDEO: empresários de Joinville protestam e pedem cancelamento das obras do Rio Mathias

Movimento foi liderado por donos de empresas atingidas com o atraso

VÍDEO: empresários de Joinville protestam e pedem cancelamento das obras do Rio Mathias

Movimento foi liderado por donos de empresas atingidas com o atraso

Fernanda Silva

Empresários da região Central de Joinville realizaram uma passeata pelo fim das obras do Rio Mathias nesta terça-feira, 7. Os manifestantes saíram ao meio dia da Via Gastronômica, passaram pelas ruas Pedro Lobo, Engenheiro Niemeyer, Jerônimo Coelho, pararam em frente aos locais com obras e terminaram o ato em frente à Prefeitura.

Prejudicados com a demora das obras, os comerciantes já perderam clientes e algumas empresas precisaram fechar. Os manifestantes pedem que a Prefeitura não dê continuidade na obra, que feche os buracos, coloque o asfalto, refaça as calçadas e reincida o contrato com a Motta Junior, empresa ganhadora da licitação.

No caminho, muitos buracos, lamas, tapumes e máquinas, que estavam paradas. Precavido, um manifestante estava usando galocha. Giovanna Locatelliempresária, afirma que as obras foram abandonadas, já que não importa se tem sol ou chuva, não há ninguém trabalhando no local.

Políticos da cidade também estiveram no local para apoiar a passeata. O vereador Odir Nunes conta que ele e alguns colegas já tentaram abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as obras do Rio Mathias, mas a proposta não foi pra frente porque teve mais votos contrários do que a favor. Agora, a ideia é tentar instaurar a CPI novamente.

No dia a dia

Os empresários afirmam que as manutenções têm dificultado o acesso dos clientes aos comércios. Com as ruas estão interditadas, o movimento caiu e, consequentemente, empresas faliram. Vários restaurantes conhecidos na Via Gastronômica, como o Didge e Madrileño, fecharam as portas.

No momento, os comércios até podem receber clientes no local, obedecendo, é claro, as medidas impostas pela Prefeitura para evitar o contágio do coronavírus. Mas, com as ruas fechada para as obras, os clientes deixam de ir até os comércios da região central. Para o empresário Eduardo Hardt, com a Covid-19, as pessoas têm evitado sair de casa, mas quando saem, buscam um lugar bacana. “Não com essa vista aqui. A pessoa não vai vir com uma roupa bonita pra sujar o sapato aqui na lama”, afirma.

O acesso não é o único problema enfrentado pelos comerciantes. Além das perdas com a clientela, há furtos na região. O empresário Eduardo Hardt explica que, como as ruas estão com tapumes, os criminosos se escondem atrás dos paredões para praticarem o crime. Giovanna conta que, antigamente, fechava o restaurante às 01 hora, mas para evitar os roubos, precisou mudar o horário para às 22h.

O empresário explica que ele e os companheiros da passeata compreendem a necessidade de uma obra, mas não como a que está acontecendo, que está paralisada.

Histórico e futuro

Iniciadas em junho de 2014, o primeiro prazo para a fim das obras era 2016, porém, já duram seis anos. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra), 70% das manutenções já foram concluídas. O novo prazo de término dado pela contratada é setembro de 2020.

Porém, o governo municipal decidiu buscar o fim do contrato antes da finalização das obras. “A Prefeitura de Joinville respeita e entende a revolta dos comerciantes e moradores no entorno da obra de macrodrenagem do rio Mathias. Diante da situação encontrada de abandono por parte do consórcio responsável pela construção, o Município está definindo a rescisão do contrato vigente”, declara a prefeitura por meio de nota.

Foram abertos 74 notificações de irregularidades a empreiteira e seis processos administrativos, sendo que apenas um, de 2017, resultou em advertência ao consórcio, segundo a Prefeitura.

 

 

 

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