Entenda como funciona transição da fábrica da Cipla, em Joinville, para grupo paranaense
Leilão foi realizado no início de abril
Leilão foi realizado no início de abril
O Grupo Zonta, do Paraná, arrematou por R$ 65,66 milhões a unidade produtiva da empresa Cipla, de Joinville, no dia 3 de abril. Após 46 dias, o processo de transição está nos seus primeiros passos, segundo o advogado Daniel de Oliveira, um dos responsáveis pela administração judicial da empresa joinvilense.
“Passamos pela parte de certificações, cadastros e contratos de forma parcial. O cronograma está em ordem”, explica Daniel. O prazo total da transição é de 40 dias e começou com a carta de arrematação, expedida no dia 26 de abril. “Por ser uma unidade produtiva, foi adotado o período de transição, para atender as determinações da lei 11.101/05”, acrescenta.
Isso porque é necessário manter a função social da empresa e garantir o fornecimento dos produtos aos clientes, além da manutenção dos postos de trabalho. Não há indícios de que o prazo será prorrogado, segundo Daniel. “Talvez pequenas diligências possam surgir, o que é comum considerado o vulto do negócio”, explica.
A transição é caracterizada como um conjunto de atos coordenados para garantir a transferência de todos os ativos arrematados como marca, clientela, licenças, entre outros. Tudo isso sem ocorrer a paralisação das atividades econômicas da empresa.
A administração judicial é exercida pelo escritório Oliveira e Costa Advocacia e Consultoria, sendo responsáveis técnicos os advogados Daniel de Oliveira e Cleber Gleidson da Costa.
Com o processo ainda em seus primeiros passos, algumas etapas devem ser cumpridas nos termos da lei 11.101/05. “Será necessário fazer a quitação de todos os credores extraconcursais prioritários como trabalhadores, fisco, fornecedores, entre outros”, diz o advogado.
Além disso, será necessário realizar a consolidação do quadro de credores, alienação de bens, defesa em juízo da falida e outros processos que garantam a transição.
Em administração judicial desde 2007, a Cipla passou por recuperação, recebeu novas máquinas e teve grandes investimentos. Antes, atuava voltada ao varejo de materiais de construção e hoje atua em diversos segmentos, entre eles o mercado automotivo e hospitalar.
A Cipla tem 300 empregados diretos e fatura R$ 100 milhões ao ano. A unidade produtiva foi leiloada para sair da administração judicial e passar a ter a figura de um dono. A venda estava condicionada a continuidade dos negócios.
Segundo a administração judicial, a empresa está sólida financeiramente e atua em todos os estados do país e América Latina.