Entenda quais fatores impactam no preço da cesta básica em Joinville

Valor caiu nos últimos meses

Entenda quais fatores impactam no preço da cesta básica em Joinville

Valor caiu nos últimos meses

Fernanda Silva

Nos últimos dois meses, Joinville registrou redução no preço da cesta básica, passando de R$ 272,44 em setembro, para R$ 263,42 em novembro, segundo pesquisa do Procon. O valor é semelhante ao registrado em 2019, que somou R$ 265 no mesmo período, enquanto que em 2020, ficou em R$ 342,85.

A professora de economia e coordenadora do projeto de finanças pessoais da Univille, Jani Floriano, explica que o aumento dos preços é causado por diversos fatores, principalmente a demanda de consumo, produção, câmbio e combustível.

Em 2020 a pandemia também impactou no preço dos alimentos nas prateleiras, devido ao aumento da demanda de clientes nos supermercados. “O fato das pessoas terem que se alimentar mais em casa e demandar este produto, faz com que o aumento de preço ocorra”, aponta.

Se comparados os preços em períodos com e sem pandemia, é possível perceber este aumento. Em 2019, a cesta custou em média R$ 263,31. No ano pandêmico de 2020, o preço médio foi de R$ 305,65. Agora, com o retorno do cotidiano, em 2021, a demanda de compra no supermercado foi reduzida e o preço médio da cesta neste ano é R$ 272,78.

Ainda em 2021, as pesquisas tem apresentado uma redução dos preços com o decorrer dos meses. Em janeiro o Procon de Joinville apontou um custo médio de R$ 361 na cesta básica, enquanto julho registrou o menor valor do ano, R$ 243 e R$ 263,42 neste mês.

A pesquisa do Procon de Joinville é realizada mensalmente e leva em conta os preços de 41 itens que compõe a cesta básica como arroz, macarrão, feijão, café, leite, entre outros.

Nos anos anteriores, a pesquisa incluía 45 itens, mas as carnes foram retiradas da listagem já que, atualmente, o Procon realiza um estudo específico do preço do churrasco. Os valores dos produtos que compõe a cesta básica são consultados em cerca de oito mercados da cidade.

Demais causas

O valor do dólar também é responsável por ditar os preços cobrados dentro do mercado brasileiro, segundo a economista. Ela também explica que com o câmbio em alta, é mais oportuno aos produtores exportar os produtos, pois recebem um valor maior pela venda. E complementa que, além disso, os insumos utilizados na produção dos alimentos também aumentaram, o que impacta no valor final repassado ao consumidor.

“Os insumos comprados para produção dos produtos ficam mais caros, o produtor gasta mais e acaba aumentando o preço. A alta do dólar também torna mais interessante para o produtor exportar. Vários produtos da cesta básica são exportados pelo Brasil como arroz, soja, feijão”, explica.

O clima é outro fator impactante. A seca, por exemplo, reduziu a quantidade de produção dos alimentos, o que impactou diretamente os preços. “Queda na produção e aumento na demanda. Isso faz com que aumente o preço”, diz a economista.

Por fim, Jani comenta que até mesmo o preço dos combustíveis estão ligados aos valores dos alimentos. Isso porque, no Brasil, grande parte do transporte de alimentos é feito via terrestre, por caminhões, o que aumentou o preço do serviço. Todo este custo acaba sendo repassado ao consumidor final.

Alimentos sem redução

Apesar da redução do valor da cesta, há alimentos que não acompanharam a tendência e seguem com o mesmo preço, como o arroz e o feijão, que dobraram de valor durante a pandemia e não tiveram baixa.

Em novembro de 2019, um pacote de cinco quilos de arroz custava R$ 10,30, mas passou para R$ 22,10 em um intervalo de dois anos. De acordo com a pesquisa mais recente, o valor é de R$ 18,23.

O feijão seguiu a mesma lógica. Um quilo do produto era encontrado por R$ 3,47 em novembro de 2019, mas passou a custar R$ 6,50 em 2020 e, agora, é vendido nos mercados joinvilenses por R$ 6,12.

A economista lembra que produtos como o arroz e feijão são exportados, portanto, vendidos em menor quantidade dentro do mercado interno. Com a demanda sendo maior que o produto, o preço acaba subindo.

Este é o caso das carnes, exemplifica Jani. Com o aumento da carne de boi, as pessoas passaram a consumir mais frango. O aumento da demanda fez, então, com que os preços aumentassem.

Expectativa para o futuro

Jani aponta que há expectativa de melhora na produção, assim como na economia, que vem apresentando melhora no Brasil e no mundo. Portanto, há estimativa de que os preços reduzam. “A safra sendo melhor acaba impactando na demanda de oferta”.

Porém, a economista alerta que ainda há fatores que devem continuar impactando negativamente, como o dólar e o valor do combustível. Segundo a economista, com o atual cenário do preço dos combustíveis, é pouco provável que seja registrada queda no valor deste produto.  Ainda que apresente queda, precisa ser significativa para que impacte no preço dos alimentos.

Além disso, a economista conta que a expectativa de mercado futuro não é de queda do câmbio, portanto ainda há pressão para o preço do dólar ficar alto.

Como economizar

Para tentar reduzir o gasto com os alimentos no cenário atual, a gerente do Procon de Joinville, Cristiane Regina Casas Furtado Berger, orienta que a população pesquise preços. “Importante consultar as pesquisas [do Procon] porque isso vai incentivar a competitividade, o que ajuda a baixar os preços”, diz.

Com a migração de clientes de um estabelecimento para outro, causado pelo preço, tende a baixar os valores dos produtos, a fim de recuperar aquele cliente “perdido”.

A pesquisa completa do Procon, com os valores de cada estabelecimento, está disponível no site da Prefeitura de Joinville.

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