Entidades cobram segurança pessoal para Ana Lúcia, vereadora ameaçada de morte em Joinville
Comitiva nacional veio a Santa Catarina para acompanhar as novidades da investigação da Polícia Civil
Comitiva nacional veio a Santa Catarina para acompanhar as novidades da investigação da Polícia Civil
Entidades e instituições dos Direitos Humanos vieram a Joinville para acompanhar as investigações da Polícia Civil relacionadas ao caso da vereadora eleita Ana Lúcia Martins (PT), que foi ameaçada de morte. Durante a tarde desta quarta-feira, 2, a comitiva nacional participou de uma reunião com a delegada Cláudia Lopes Gonzaga, onde puderam tirar dúvidas e cobrar ações para garantir a segurança pessoal da petista.
Participaram do encontro o advogado Darci Frigo, que representa a Comissão de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), o Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH) e a Terra de Direitos. A Rede de Mulheres Negras do Paraná (RMNPR), o Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos (IDDH), Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Bráz (CDH) e o Partido dos Trabalhadores (PT).
Uma das preocupações da comitiva é em relação a segurança pessoal de Ana Lúcia. Com medo de andar desacompanhada desde que sofreu os ataques racistas, a petista tem evitado sair de casa sozinha e contado com uma rede de apoio, que auxiliam nas tarefas externas, como ir ao supermercado fazer compras.
Uma opção oferecida pela Polícia Civil foi o programa de proteção de vítimas e testemunhas. Para entrar no programa, Ana precisaria renunciar ao mandato na Câmara, mudar seu endereço e identidade. “Isso seria apagar a nossa luta”, afirma.
Para ela, aceitar o programa e desistir do cargo como vereadora seria, na verdade, uma vitória para os responsáveis pelas ameaças, já que ela seria substituída por outra pessoa. Por isso, a petista recusou a opção.
O advogado Darci Frigo argumenta que é dever do poder público garantir a segurança de todos os candidatos que foram ameaçados durante ou após as campanhas políticas. Por isso, as entidades afirmaram que farão um pedido de cobrança ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso, para garantir a segurança desses candidatos, inclusive a de Ana Lúcia. Encontro com o ministro já esta marcado e ocorre na próxima semana.
Além dos pedidos realizados pelas entidades de Direitos Humanos, o PT de Joinville também enviou um ofício à Câmara solicitando uma ação que garanta a segurança de Ana Lúcia enquanto ela estiver no cargo. O mesmo ofício ainda será enviado para a Assembleia Legislativa.
Ana afirma que a questão da segurança é muito importante para ela, que está privada de sua liberdade por conta da ameaça de morte. “Eu não posso subestimar e preciso cuidar. Mas é isso que o racismo faz, nos impossibilita de andar nas ruas”, desabafa.