Entidades de Joinville alertam sobre colapso logístico devido à atraso da duplicação da BR-280
Conselho das Entidades realizou reunião sobre o tema nesta segunda-feira
Conselho das Entidades realizou reunião sobre o tema nesta segunda-feira
Nesta segunda-feira, 2, o Conselho das Entidades, formado pela Associação Empresarial de Joinville (Acij), Associação dos Comerciantes de Material de Construção (Acomac), Ajorpeme — Associação das Pequenas Empresas de Joinville — e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Joinville, realizou uma reunião para debater os desafios enfrentados no trecho de 36 quilômetros da BR-280, que conecta a BR-101 ao Porto de São Francisco do Sul.
Representantes dos municípios afetados pela duplicação e deputados estaduais participaram do encontro, onde foi evidenciado que o atraso nas obras é um dos principais gargalos logísticos de Santa Catarina.
“Nossa pauta de hoje é única. As quatro entidades estão trabalhando em conjunto para destravar os problemas que seguram as obras de duplicação”, afirma o presidente da Acomac, José Haveroth.
Enquanto o trecho de Araquari ao porto está parado, os outros dois lotes estão em fase avançada de conclusão com previsão de término para o fim de 2025:
Segundo Marcelo Campos, executivo de logística com 23 anos de experiência no setor, o trecho em questão já atingiu um nível crítico. “Estamos vivendo um colapso estrutural”, afirmou.
Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) destacou a gravidade da situação. Na escala de desempenho HSM, que avalia as rodovias com notas de A (muito bom) a F (péssimo), o trecho da BR-280 recebeu nota F. Em comparação, a BR-101 Norte obteve classificações entre C e D, evidenciando a precariedade da infraestrutura no acesso ao porto.
O impacto vai além do trânsito: no trecho de 36 quilômetros estão localizadas 82 empresas, 275 comércios, 338 residências, 127 vias de acesso e 5 loteamentos. Para o prefeito de Araquari, Clenilton Pereira, a falta de avanços na obra afeta diretamente a população e a economia local.
“A população não acredita mais no andamento dessa obra. Nossa cidade sofre sem a duplicação. Usamos essa rodovia o tempo todo: para trabalhar, passear ou visitar nossas famílias. E, nesse processo, enfrentamos acidentes e filas constantemente”, desabafou.
A reunião destacou a necessidade de ações imediatas para destravar o projeto e minimizar os impactos econômicos e sociais. As entidades prometem buscar apoio de lideranças estaduais e federais para acelerar a duplicação, considerada vital para o desenvolvimento da região e do estado.
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