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Entidades promovem campanha de doação de livros para presos de Joinville

Projeto propõe leitura e escrita de resenhas para diminuição de pena

Com objetivo de promover a leitura no sistema prisional de Joinville, o Conselho Carcerário está promovendo uma campanha de doação de livros para presos do Presídio e Penitenciária da cidade.

Junto com a Pastoral Carcerária e Centro dos Direitos Humanos (CDH) Maria da Graça Bráz, a iniciativa faz parte do projeto que promove o consumo de literatura e elaboração de escrita de resenhas para diminuição da pena.

Após ler o livro, o preso deve escrever um texto que faça sentido com o enredo da obra. A atividade é monitorada por estudantes da Univille, que avaliam as resenhas.

De acordo com a advogada e presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de Santa Catarina, Cynthia da Pinto Luz, a procura pelos livros no sistema carcerário aumentou durante a pandemia, por isso, foi criada a campanha de doações.

As obras doadas devem ser, de preferência, dos gêneros de romance, infanto-juvenil e história. Os de autoajuda, religiosos ou técnicos não são aceitos.

Para Cynthia, a ideia é de que a pessoa presa adquira conhecimento e passe a ter intimidade com a leitura, estando em contato com a educação. “Pode ajudá-las quando saírem do sistema prisional”, explica.

A advogada lamenta que, atualmente, existam poucas iniciativas de ressocialização nas prisões. Ela afirma que é importante o preso se reconhecer como ser humano e sujeito da sociedade.

“Quando sair da prisão, não pode ser um alvo fácil da criminalidade e se tornar um reincidente”, analisa.

A expectativa da campanha, segundo ela, é atender a necessidade das pessoas privadas de liberdade e, além disso, sensibilizar a sociedade para os problemas do sistema carcerário.

“Queremos quebrar o tabu de que a pessoa presa tem que ser ignorada”, opina Cynthia.

Ela ainda ressalta que, após cumprirem as penas, os presos voltam ao convívio social e, portanto, o Estado deve realizar projetos educacionais no ambiente do cárcere.

“Sem uma execução penal humanizada, as pessoas voltam à sociedade mais violentas, e isso é um problema de segurança pública”, finaliza.

As doações de livros podem ser realizadas até o dia 4 de abril. Os interessados devem entrar em contato pelo telefone (47) 99172-8881.


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