Estudante de moda de Joinville acusa professora de injúria racial: “me chamou de ladrão”

Univille abriu um processo administrativo para investigar o caso

Estudante de moda de Joinville acusa professora de injúria racial: “me chamou de ladrão”

Univille abriu um processo administrativo para investigar o caso

Um estudante de moda da Univille, que preferiu não se identificar, denunciou uma professora por injúria racial após ter sido chamado diversas vezes de “ladrão” nas dependências da universidade. O caso aconteceu nesta quarta-feira, 18, e está sendo investigado pela instituição.

Segundo o denunciante, ele estava na Univille fazendo fotos da própria roupa no CAD, um espaço de conveniência comum da universidade, até que a colega sugeriu que ele tirasse fotos perto da janela que dá para os fundos de uma sala.

Ele conta que neste momento, uma professora que estava dentro da sala teria dito para os alunos “que susto, um ladrão ali na parte de fora”. O estudante relata que em seguida entrou na sala e perguntou para a pedagoga o que teria dito. Ele acusa que ela repetiu a palavra “ladrão”.

“Fiquei muito nervoso, assustado e me senti indignado. Na mesma hora, falei para ela que não tinha gostado da forma como ela havia falado comigo, me chamando de ladrão e neste momento ela pediu desculpas, mas eu a informei que não iria desculpá-la e também que iria comunicar a coordenação da Univille e ela só disse que eu poderia ir”, conta o estudante à reportagem de O Município Joinville.

O aluno foi até a Central de Relacionamento com o Estudante da Univille onde conversou com o assistente social que o orientou sobre os procedimentos internos e civis para o registro do crime. Após o incidente, ele conta que está abalado mentalmente e que vai abrir um processo contra a professora. Um boletim de ocorrência foi registrado.

“A gente está acostumado a passar por isso, mas foi o meu limite. Isso acabou com a minha semana. Eu desapareci da universidade, não consegui mais trabalhar, ir para as aulas e nem comer. Quero que ela seja expulsa e presa”, diz o estudante.

Em nota, a Univille informou que instaurou um processo administrativo para apurar o caso e que o aluno está sendo acolhido pela universidade.

A denúncia de injúria racial também foi divulgada pelo Movimento Negro Maria Laura com uma nota de repúdio nas redes sociais. Além de contar sobre o caso, o texto fala sobre o ato criminoso de estereotipar pessoas negras como violentas, neste caso do estudante, como “ladrão”.

Confira a nota da Univille na íntegra:

“Manifestamos publicamente nossa solidariedade a todas as pessoas que se sentiram afetadas. Nosso estudante está sendo acolhido desde o primeiro momento e seguirá contando sempre com nosso apoio.

A Pró-Reitoria de Ensino instaurou o processo administrativo previsto no Regimento da nossa instituição, construído e aprovado a muitas mãos, assegurando os direitos de todos os envolvidos, incluindo o de ampla defesa e contraditório.

A ação dá continuidade ao atendimento que iniciamos prontamente, ontem à noite, na Central de Relacionamento com Estudantes.

A Univille está segura do seu compromisso no enfrentamento ao racismo estrutural e segue aberta ao diálogo, que já se demonstrou como caminho mais efetivo para construirmos pontes e derrubarmos muros, inclusive os que se erguem pelas redes sociais”.

*Colaborou Fred Romano

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