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Estudante é chamado para transplante de rim no meio da aula em Joinville

Fernando esperou por mais de seis anos pela cirurgia

Estudante é chamado para transplante de rim no meio da aula em Joinville

Fernando esperou por mais de seis anos pela cirurgia

Fred Romano | Revisão

Cerca de 40 mil pessoas esperam na fila de transplante de rim no Brasil e, até bem pouco tempo atrás, Fernando Luiz Massa, 33 anos, fazia parte dessa estatística. Na lista de espera da cirurgia por mais de seis anos, foi em Joinville, no dia 17 de maio, que o mato-grossense recebeu a “melhor notícia da vida”.

Estudante do curso de Eletrotécnica da Escola Técnica Tupy (ETT), Fernando veio para o Norte catarinense em busca de tratamento na Fundação Pró-Rim, instituição que é referência nacional em transplante renal.

Natural de Cuiabá (MT), chegou a morar em São Paulo (SP) por quase cinco anos à espera da cirurgia, sem sucesso. “Em Joinville, em menos de dois anos, recebi a tão sonhada ligação. Foi durante a noite, no meio da aula. Não pensei duas vezes: peguei a mochila, me despedi dos colegas e dos professores e fui direto ao Hospital São José”, conta Fernando.

Já em casa, Fernando se recupera bem, lidando apenas com os efeitos colaterais da medicação. Nada que incomode quem, agora, não depende mais das sessões de hemodiálise. “Assim que possível pretendo voltar às aulas e à minha área de atuação. Mesmo após o transplante, pretendo ficar em Joinville, uma cidade que me acolheu de todas as formas, onde vou continuar o tratamento e que traz muitas perspectivas de futuro”, comenta.

Colegas e professores na torcida

O suporte dos colegas e professores da Escola Técnica Tupy é outro motivo pelo qual o jovem pretende voltar logo à rotina.

“Todos comemoraram a ligação e, depois, continuaram mandando mensagens de apoio e se oferecendo para ajudar no que fosse preciso. Eles acompanharam de perto a minha rotina de hemodiálise e a espera pelo transplante. Sabiam que, em algum momento, a qualquer hora do dia, eu seria chamado, e que bom que foi em aula, junto deles”, diz Fernando.

O coordenador da ETT, professor Jeferson Marcelo da Silva, não esquece esse dia. “O Fernando sempre dizia que se um dia pegasse o material e deixasse a sala de aula era porque o transplante estava confirmado. No dia 17 de maio, quando o vi pelo corredor, tive a certeza de que a vez dele tinha chegado”, diz Jeferson.

Segundo Jeferson, todos na escola se comoveram com a história do jovem. Agora, se unem na torcida pela recuperação total do estudante.

Junho, mês mundial do transplantado

Dia 6 de junho foi o Dia Mundial do Transplantado, uma data que, a partir de agora, também será comemorada pelo estudante da ETT.

Em Santa Catarina, a Fundação Pró-Rim foi pioneira e está entre as dez instituições de saúde que mais realizam este tipo de cirurgia. O primeiro transplante renal do estado ocorreu em Joinville, em 1978, e desde então cerca de 2 mil pacientes já passaram pela cirurgia.

Planos após transplante de rim

Nem a doença, nem as sessões de hemodiálise fizeram Fernando Massa desistir dos sonhos. Técnico em Mecatrônica e tecnólogo em Automação Industrial, ele cursava Eletrotécnica na ETT para se manter atualizado e integrado à área que sempre gostou: elétrica e automação.

“Eu estudava enquanto esperava pelo transplante e foi justamente na ETT que fui avisado sobre a cirurgia. Na hora fiquei sem reação e, a caminho do hospital, foi um misto de nervosismo e alegria. Eu sabia que aquela seria a minha nova data de nascimento”, diz.

O estudante espera que a angústia dos últimos anos fique só na lembrança, mas alerta a todos que deem mais atenção à saúde. “Eu trabalhava em uma indústria de Cuiabá e, durante meses, tive câimbras, dores de cabeça, inchaço e indisposição. Alguns dias eu sequer tinha força e disposição para trabalhar e estudar”, conta.

No dia 2 de novembro de 2017, com as pernas muito inchadas, falta de ar e formigamento no corpo, o jovem foi hospitalizado com a pressão arterial em 20/12 e recebeu o diagnóstico de que os rins haviam parado. “Fiquei sete dias na UTI, em estado crítico, e na sequência comecei a fazer hemodiálise. De lá para cá foram seis anos e seis meses de espera pela ligação mais desejada”, relembra.

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