Estudo revela impacto do Auxílio Brasil no PIB de Joinville; confira dados
Levantamento foi realizado por professor de Economia da UFPE e exemplifica desigualdades entre regiões do país
Levantamento foi realizado por professor de Economia da UFPE e exemplifica desigualdades entre regiões do país
Bernardo Gonçalves
Bruno da Silva
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Estudo realizado por Ecio Costa, professor titular de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e a P³ Inteligência, levantou o impacto projetado do Auxílio Brasil no Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios e estados do Brasil. No país, o maior índice é da cidade de Serrano do Maranhão, no Maranhão, que chega a 34%.
De acordo com o levantamento, Santa Catarina é o estado que terá o PIB menos impactado pelo Auxílio Brasil – 0,24%. O município de Joinville segue essa tendência, mas está abaixo da média estadual.
Para a maior cidade do estado, o impacto é projetado em 0,15%. Em nível Brasil, ó município fica na 5396ª colocação do ranking entre 5570 municípios.
“Esse estudo é uma continuação de um estudo que eu fiz lá atrás sobre o auxílio emergencial, que também teve uma repercussão grande nacional e internacional. As famílias que receberam o auxílio concentraram as despesas em alimentação e pequenas reformas, melhorando sua condição de vida. Para regiões muito pobres, como de estados no Norte e Nordeste, esses auxílios têm uma importância significativa, o que destoa dos estados do Sul e do Sudeste”, explica Ecio.
Os estados do Sul e São Paulo são os quatro que menos são impactados segundo a pesquisa. Entre os dez mais impactados, estão sete do Nordeste e três do Norte.
Entre as regiões, o Sul é a menos impactada, com 0,4%, seguida do Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste.
Já em relação aos municípios, o menos impactado é Pomerode, no Vale do Itajaí, com 0,01% de impacto do Auxílio Brasil no PIB, seguido das gaúchas Nova Roma do Sul, Carlos Barbosa e Fagundes Varela.
“Esses estados têm um nível de IDH superior e a necessidade de auxílio cai consideravelmente, apesar de haver famílias que se enquadram nos critérios, mas em número bem reduzido. É importante que essas regiões mantenham esse modelo de crescimento e continuem investindo”.
As dez cidades menos impactadas pelo Auxílio Brasil em Santa Catarina, além de Pomerode, são Luzerna, Rio Fortuna, São João do Oeste, Itapiranga, Piratuba, Iomerê, Lacerdópolis, Treze Tílias e Cunhataí. Todas essas cidades têm menos de 10 mil habitantes, com exceção de Pomerode, que tem quase 35 mil.
Por outro lado, o município mais impactado do estado é Entre Rios, no Oeste, com 3,4%, que fica na 1866ª colocação no Brasil. Na sequência, vêm Anita Garibaldi, Timbó Grande, Pescaria Brava, Matos Costa, Canelinha, Monte Carlo, Monte Castelo, Calmon e Cerro Negro.
Para Ecio, o estudo demonstra as desigualdades entre o nível de desenvolvimento econômico e de qualidade de vida entre os estados da federação. Na análise do professor, os auxílios são importantes para essas regiões, mas não a solução definitiva.
“Isto mostra as diferenças regionais do Brasil, com o Sul muito desenvolvido em comparação ao Nordeste e Norte. Essas diferenças precisam ser trabalhadas para a diminuição dessas disparidades, com a elevação das condições de vida dessas regiões. Programas sociais como esses ajudam, mas talvez não sejam suficientes. É preciso também investir muito em infraestrutura, saneamento básico, educação, oportunidades de emprego e melhorias na saúde”.
Para a realização do estudo, foram utilizados dados da última atualização do PIB pelo IBGE, que é de 2019. A partir disso, foi realizada uma inflação prevista para 2020 e 2021.
Os dados do Auxílio Brasil vieram da base disponibilizada pelo Ministério da Cidadania de janeiro a maio e realizada uma projeção de junho a novembro.
A pesquisa não leva em consideração o aumento do valor do Auxílio Brasil para R$ 600, que foi aprovado no início de julho e representa um impacto no PIB de todos os municípios em cerca de 25%.
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