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“Eu não vejo crise”, diz presidente da Fecam e prefeito de Araquari

Membros da entidade anunciaram saída em protesto contra ações de Clenilton Pereira

O presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e prefeito de Araquari, Clenilton Pereira (PSDB) afirmou nesta quarta-feira, 10 que não acredita que a entidade vive uma crise e classificou os fatos recentes como “tempestade em copo d’água”. Pereira se defendeu das acusações de prefeitos que deixaram os conselhos da Fecam nesta semana e disse que “está tranquilo e vai continuar trabalhando”.

Pereira afirma que as ações que tomou à frente da entidade estão previstas no regimento interno e que não precisava de autorização do colegiado – à exceção da escolha da direção executiva, que passou por consulta. O presidente da Federação diz que a reclamação é mais sobre a forma com que as mudanças foram feitas do que as mudanças em si.

A polêmica iniciou com uma série de demissões de funcionários da entidade. “Gente em casa, gente sobrando […] A maior parte que saiu não fez falta”, afirma. Segundo ele, parte dos demitidos “não trabalhavam” e haverá ganho de eficiência com a saída dos profissionais. Além disso, falou que encontrou automóveis mal cuidados, parte da sede subutilizada e equipamentos jogados. Ele calcula uma economia de até R$ 1,2 milhão por ano com os cortes.

“Estou baseado aqui em números. A gente fez um levantamento. Eu gostaria de que os prefeitos que estão criticando me dissessem se iriam manter uma pessoa que fica 10 meses em casa sem trabalhar, ganhando”, defende. “Não tem denúncia de corrupção, não tem denúncia de desvio. O que tem é prefeito brabo porque eu tomei decisão sem consultar. O que teve lá atrás foi prefeito que saiu porque foi preso*. Hoje não. O que tem é prefeito sendo questionado porque tomou decisão para melhorar a casa”, destaca.

Em meio à polêmica, o presidente da Fecam admite que pode voltar atrás em alguma medida eventual. “Decisão foi tomada. Se houver algum tipo de situação que haja necessidade de retornar, eu não tenho problema nenhum. Ego e orgulho não são o meu problema”, complementa.

Sobre a saída de prefeitos do conselho executivo, Pereira afirma que “não é a primeira vez que aconteceu e não vai ser a última” e que procurará novos nomes para compor o colegiado. Além disso, o presidente acredita que o prejuízo é “pior para quem larga o barco”. “As críticas não são por conta das demissões. Estou achando bastante esquisito essas críticas. A maior parte tem me ligado, tranquilo, apoiando. Tenho o apoio de muitos deputados, prefeitos, presidentes de partido. Estou bem tranquilo”, diz.

“É muita coisa por causa de cinco demissões de gente que não trabalhava, de gente que não fazia falta, tanto é que não está fazendo. Muito pelo contrário. Em alguns casos, a saída melhorou bastante, sem repor […] Nós vamos colocar uma gestão eficiente e responsável. Sei que vou sofrer com isso porque já estou sofrendo por 20 dias, mas vou até o final para que a gente possa ficar forte de verdade e a gente tenha orgulho da Fecam e não vergonha.”

*Orildo Antônio Severgnini (MDB), ex-prefeito de Major Vieira, foi preso em 2020 durante mandato à frente da Fecam. Ele é acusado pelo Ministério Público de praticar irregularidades na prefeitura do município. A denúncia fala em lavagem de dinheiro, fraude à licitação e organização criminosa.


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