EXCLUSIVO – Saiba qual empresa está interessada na SAF do JEC

Empresa é do ramo de inovação e tecnologia no esporte

A Sportheca é a empresa interessada em investir na Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Joinville Esporte Clube (JEC). A negociação entre o clube e a organização de inovação e tecnologia no esporte acontece há algum tempo e está em fase avançada. A empresa fica sediada no bairro Pinheiros, em São Paulo.

Em site oficial, a Sportheca afirma que é responsável por construir, ao lado de empreendedores e investidores, “empresas valiosas que são capazes de solucionar dores reais da indústria do esporte e do entretenimento por meio de uma metodologia única e com rápida implementação no mercado”.

Ou seja, a empresa é uma fábrica de startups, que são empresas novas que buscam um modelo de negócio inovador, escalável e lucrativo.

“Nós, da Sportheca, existimos para construir negócios de alto impacto em colaboração com founders, empreendedores, investidores, marcas e entidades esportivas por meio de inovação e tecnologia”, detalha a empresa.

A Sportheca possui um Campus de Inovação com diversos espaços. | Foto: Sportheca/Divulgação

A empresa também tem um estúdio profissional para gravação e transmissão de vídeos e podcasts, salas de reunião, auditório, lounge para eventos, entre outros espaços.

Visita

Nesta semana, o presidente do Conselho Deliberativo do JEC, Alexandre Poleza, esteve na Capital Paulista e visitou, ao lado do presidente Darthanhan de Oliveira e outros membros da diretoria, a Sportheca para entender melhor o investimento da empresa por meio da SAF.

Segundo apurou a reportagem, a visita foi produtiva e permitiu uma visão mais clara sobre o modelo de negócio e as soluções que eles oferecem.

No momento, as informações estão protegidas por um termo de confidencialidade, o que impede que maiores detalhes sejam informados.

No entanto, a expectativa é que até o final de março seja marcada uma reunião do Conselho Deliberativo para expor e detalhar a proposta de investimento via SAF a todos os conselheiros.

Mútuo

Como publicado pelo O Município Joinville na última semana, o investimento da Sportheca está próximo de ser formalizado, mas, inicialmente, por meio de um contrato de mútuo conversível (empréstimo) a curto prazo. Além do investimento em dinheiro, a empresa deve auxiliar na modernização da Arena Joinville.

“Temos conseguido com esse investidor aportes, inclusive que vai nos ajudar no Campeonato Catarinense já, com uma quantia que não vou abrir, mas em uma modalidade de mútuo enquanto a SAF não está constituída. Ele não está comprando cotas da SAF, mas pode ser revertido para isto”, informou Darthanhan de Oliveira em coletiva de imprensa.

Com a negociação, há a possibilidade de a empresa ter cotas da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do tricolor, que ainda não está constituída, mas que já é discutida internamente há alguns meses. O investimento pode chegar a R$ 5 milhões, conforme noticiado pelo jornal O Município Joinville anteriormente.

“O que posso confirmar é que não vamos seguir aqui no Joinville aquelas formas mirabolantes que a gente escuta por aí. ‘Ah, vamos dar R$ 200 milhões em dez anos’. Você entrega o clube em 60 dias e você não tem garantia de cobrar que o investidor aporte os valores prometidos. Não vamos seguir neste modelo. Devemos ser uma referência na formatação de SAF, do que o clube precisa ano a ano e para onde ele precisa chegar”, reforçou o presidente.

É importante ressaltar que, no acordo realizado pelo JEC na recuperação judicial, é preciso repassar uma porcentagem de receitas extraordinárias para o pagamento aos credores.

A reportagem do jornal O Município Joinville questionou sobre esta questão com o presidente, que informou que já está marcada uma reunião com o administrador judicial e o advogado Felipe Lollato, um dos responsáveis pelo andamento do processo de recuperação do clube, para poder saber como o aporte será “acomodado” nas obrigações que o JEC tem atualmente.

SAF

Desde o fim do ano passado o JEC possui uma comissão para discutir em relação a SAF. A equipe possui um modelo de SAF aprovado no conselho deliberativo desde 2021. Confira qual é:

10% do capital da SAF continuar na associação civil (modelo atual).
51% para o investidor qualificado, responsável por assumir as responsabilidades do clube e gerir o futebol.
39% de investidores da comunidade local (comunitário).

Modelo de SAF aprovado pelos Conselheiros do JEC. Foto: Brizola e Japur/Reprodução

O que é uma SAF?

Em 2021, foi sancionada a lei 14.193, que institui a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Ela visa estimular que clubes de futebol sejam transformados em empresas de sociedade anônima, podendo, inclusive, emitir títulos no mercado, com a regulação dos clubes pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A nova lei, no entanto, proíbe o controle cruzado de mais de um clube por uma mesma empresa. Para tanto, não permite, ao acionista controlador, ter participação direta ou indireta em outra SAF; nem a integrantes dos conselhos administrativo e fiscal que integrem outras sociedades de futebol, federações ou confederação de futebol, atleta profissional, treinador ou árbitro.

Por outro lado, a nova lei permite aos clubes o parcelamento de suas dívidas, bem como a separação entre obrigações civis e trabalhistas. Além disso, separa o futebol do associativo, mas todas as dívidas oriundas especificamente do seu objeto social, que é o futebol, são acompanhadas pela nova empresa.

O clube poderá receber da nova SAF parte da renda obtida com o futebol. Atualmente, os clubes de futebol são classificados como associações civis sem fins lucrativos.

Assista agora mesmo!

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