Falta de material deixa paciente de Joinville esperando por cirurgia há meses; entenda o caso
Roselene Thomé foi chamada para realizar o procedimento em dezembro, mas aguardava desde abril do ano passado
Roselene Thomé foi chamada para realizar o procedimento em dezembro, mas aguardava desde abril do ano passado
A moradora de Joinville, Roselene Thomé, luta contra uma embolia cerebral desde abril de 2021. A doença, que é um acidente vascular cerebral que para a circulação sanguínea, necessita de cirurgia para uma melhor recuperação.
A mulher de 47 anos aguarda pelo procedimento de desentupir as vias desde então, porém o hospital alega estar sem os materiais e equipamento necessários. Em conversa ao jornal O Município Joinville, Brenda Belegante, amiga próxima da família, explica a situação da moradora.
Roselene está esperando o procedimento para a desobstrução arterial no Hospital São José, em Joinville, desde abril de 2021. “Só em dezembro tivemos retorno da Secretaria da Saúde, relatando que o procedimento seria realizado”, conta.
No entanto, mesmo após três meses, a cirurgia ainda não foi realizada de forma completa por falta de materiais necessários. A primeira parte da cirurgia apenas aconteceu após Roselene sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), no dia 1º de fevereiro deste ano, como consequência da doença.
Por conta do quadro agravado da paciente, Roselene não conseguiu passar pela cirurgia completa, portanto o procedimento terá que ser feito em duas etapas. “Ela foi internada e estava em estado grave. Por conta disso, o hospital conseguiu fazer a primeira etapa da cirurgia”, explica Brenda.
A segunda etapa seria realizada após alguns dias, para que Roselene pudesse se recuperar, porém, isso não aconteceu. “Agora, além da falta de materiais, o hospital alega que o equipamento necessário está em manutenção”, conta. Com o estado debilitado de saúde atual, Roselene está internada desde o momento que sofreu o AVC.
“Ela está em observação, sem poder sair do hospital, com risco de um novo AVC. E não é um fato isolado, tem outras pessoas na mesma situação que ela no hospital”, relata. Roselene tem alguns sintomas, como conviver com um zumbido nos ouvidos. Também lida com o medo da doença e até pouco tempo atrás convivia com a dificuldade em falar.
“Ela conseguiu falar há pouco tempo. E ela nos disse que os próprios médicos relatam que a demora para o procedimento agravou seu caso”, acrescenta. São realizados exames de rotina e acompanhamento, porém, nenhum tratamento está sendo feito no momento. Um abaixo-assinado foi realizado por Brenda para chamar atenção sobre o caso.
“Queremos que ela consiga viver da melhor forma. Fora do hospital e com sua família, mas para isso ela precisa da cirurgia”, finaliza.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde informou que para realizar o procedimento, é necessário um cateter específico, que é importado. ” Em duas licitações para a compra, as empresas que participaram não apresentaram os requisitos necessários para manter contrato com a administração pública. Por este motivo, uma compra emergencial foi realizada e os materiais devem ser entregues nos próximos dias”, diz a nota.
Sobre o problema no equipamento de hemodinâmica, a Prefeitura de Joinville afirma que a empresa que faz a manutenção do aparelho foi acionada para consertar. “Caso o material chegue e o equipamento não esteja disponível para ser usado, a Secretaria de Saúde trabalha com a possibilidade de encaminhar a paciente para realização do procedimento em outro hospital”, conclui.
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