X
X

Buscar

Família pede justiça por homem morto pela esposa em Joinville; relembre caso

Família não vê os filhos do casal desde julho

Anderson Leandro foi morto com golpes de marreta e faca na cabeça, na madrugada do dia 5 de julho deste ano. A principal suspeita é a esposa, que teria confessado o crime e alegou legítima defesa. Dois meses após o caso, a família de Anderson ainda não conseguiu contato com as crianças, filhos do casal, que têm 11 e 12 anos.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Dirceu Silveira Júnior, a fase de investigação policial foi concluída e o inquérito encaminhado para o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). A Polícia Civil indiciou a mulher por homicídio qualificado e fraude da cena do crime.

Ainda de acordo com o delegado, não ficou clara a motivação do crime. Embora a autora dos golpes tenha alegado legítima defesa, há “requintes de crueldade”, segundo o delegado, na forma que Anderson foi morto.

Antes do crime

No domingo, 3 de julho, a família se reuniu na casa de Anderson e esposa para comemorar a primeira eucaristia do filho do casal. O evento era íntimo, tinha a presença dos avós e padrinhos. A irmã da vítima, Juliana, recorda de um churrasco tranquilo. “O casal parecia unido.”

De segunda para terça, 5 de julho, Anderson foi morto em casa. Na terça, horas após o crime, a esposa da vítima teria encontrado Juliana no Centro de Joinville. De acordo com a irmã de Anderson, foi um encontro tranquilo. Naquela noite, ficaram sabendo pelo WhatsApp que Anderson tinha sido morto.

Como a família morava no Boa Vista, Juliana decidiu ir até a casa do irmão confirmar a situação. No caminho, teria sido abordada por familiares da suspeita, que informaram que Anderson foi assassinado pela própria mulher.

Segundo familiares, a mulher saiu de casa com as crianças e o pai dela teria passado na casa para pegar os pertences da filha e netos. A família dela chegou a entregar o carro do casal para os familiares do Anderson. De acordo com Juliana, a mulher ainda retirou uma quantia de dinheiro da conta do casal, que seria usado para construir a casa da família na praia do Ervino.

Reprodução

O crime

Durante o dia de terça-feira, o advogado da autora dos golpes foi até a delegacia informar o ocorrido. Este advogado não representa mais a acusada. No procedimento de perícia, o corpo de Anderson foi encontrado fora de casa, dentro de um carrinho de mão.

A mulher teria arrastado Anderson para fora, teria tentado colocar no porta malas e não conseguiu, então decidiu deixar o corpo no quintal. Segundo o delegado, além de remover ele do lugar, a mulher limpou a cena do crime, o quarto do casal.

Investigação

Para o delegado, o inquérito não deixou nenhuma dúvida quanto à brutalidade e intenção do ato. Dirceu reforça que, embora não se conheça a realidade de cada família, não foram encontradas evidências de agressão por parte de Anderson que justifiquem as marteladas e facadas. A mulher teria alegado que o marido tentou sufocá-la com um travesseiro.

Na mesma semana do crime, a suspeita se apresentou na delegacia para prestar depoimento. Mas desde aquele dia no Centro, a família da vítima não teve mais contato com ela.

A indignação foi tanta que familiares da vítima organizaram uma manifestação em frente ao Fórum de Joinville na terça-feira, 20. Cerca de 15 pessoas estavam no local com faixas, camisetas e gritos por justiça. Os familiares e amigos não conseguiam entender a demora para a denúncia ser oficializada.

Com o processo encaminhado, a família consegue ter maior base para pedir a guarda legal das crianças e até visitas da avó.

As crianças

Juliana não vê os sobrinhos desde 3 de julho. “A família do Anderson não queria num primeiro momento um confronto direto, pois ainda não entendiam as razões dela ter matado o Anderson”, diz a advogada da família. “Eles estavam mais focados em terminar a investigação”, complementa.

Como não foi praticado crime contra o bem-estar dos filhos, a esposa de Anderson não tem qualquer impedimento legal para manter as crianças com ela. Isso foi confirmado pelo juiz da vara infantil e o próprio conselho tutelar para a advogada de acusação, que foi consultar os órgãos para entender quais seriam os próximos passos.

Segundo a advogada, já existe uma petição pronta para solicitar a visita da avó. Mas para qualquer pedido desse tipo, é preciso do endereço para a notificação. A família de Anderson não sabe onde eles estão morando no momento.

Defesa

A reportagem do jornal O Município Joinville entrou em contato com a defesa da autora do crime. Entretanto, o advogado afirmou que não está autorizado a comentar o caso.

– Assista agora:
Região de Joinville já era habitada há 10 mil anos: conheça os quatro povos anteriores à colonização