Feito à mão: artesãos desenvolvem produtos exclusivos para atender público do Festival de Dança de Joinville
Feira da Sapatilha tem 120 expositores
Feira da Sapatilha tem 120 expositores
A Feira da Sapatilha do Festival de Dança de Joinville, com mais de 120 expositores em 2 mil metros quadrados, é uma parada obrigatória para dançarinos e visitantes.
A feira oferece produtos voltados à dança, como roupas, calçados, acessórios, equipamentos e tecnologias. Ainda tem itens de papelaria, artesanato e decoração no Complexo Centreventos Cau Hansen, das 10h às 21h.
Muitos dos produtos vendidos na feira são artesanais e feitos exclusivamente para o Festival de Dança.
Uma das artesãs é Angela Lino, que participa da feira há três anos, mas expõe na Feira da Sapatilha pela primeira vez. Ela é de Florianópolis e dona de uma loja de artigos de decoração e souvenires de dança feitas por ela mesma.
Os produtos do Atelier Angela Lino são todos pensados no Festival de Dança. “Não é um tipo de produto que eu comercializo normalmente. Eu produzo todo o material, crio as estampas, faço o corte, acabamento e depois venho vender”.
Ela conta que, nos últimos anos, um dos pedidos dos participantes e de visitantes eram a caixinha de música. “Fui atrás de um mecanismo, encontrei um fornecedor e desenvolvi. Penso muito em bailarinas. Não tenho filha, mas é uma coisa que eu gosto”, conta.
Angela comercializa porta-joias, jogos, agendas, quebra-cabeças, jogo da velha, souvenires de Joinville e do festival e peças de decoração. “Tenho tido um feedback muito positivo”, conta.
Outro artesão que faz seus produtos do zero é Sergio Gama, de São Paulo, da Sergio Desejoias. “Eu trabalhava com uma marca que fazia roupas de dança e eu fazia os acessórios. Mas a empresa quebrou e, após uns anos afastado, consegui esse espaço e passei a colocar o meu material. Todo o trabalho é artesanal e sou eu que faço, brincos, pingentes, anéis feitos de prata e ouro, uma linha especialmente voltada para a dança”, conta.
Ele já expõe na Feira da Sapatilha há oito anos. “Trabalho principalmente com ouro e prata, era o material que eu trazia ao evento. Mas não funcionava tão bem porque era um trabalho caro. Então, com a mesma técnica, passei a fazer os folheados. Como os acessórios não são a prioridade, funcionou melhor”.
Para desenvolver as peças voltadas ao público do festival, ele usa uma imagem inspirada na dança, cola em uma chapa de metal e, com uma serra específica, bem fina, recorta o desenho. “Feito o recorte, eu soldo a argola, dou uma lixada para ficar liso e aí passa pelo processo de folheação. Tudo feito em casa. A base do trabalho é totalmente artesanal. As peças são únicas por causa disso”.
David Loiaconi, de São Paulo, é bailarino e professor de dança, e, da dificuldade que encontrava de comprar roupas para utilizar, surgiu a ideia do negócio.
“A loja surgiu da necessidade dele de encontrar roupas para homens bailarinos que fossem de qualidade e acessíveis. Ele veio dançar várias vezes aqui e, em 2018, criou a marca. Ele sempre confeccionou figurinos”, conta a mãe de David, Ivana Loiaconi. Ela e o marido, José Luis, trabalham na loja.
David é quem desenha e desenvolve as peças. “Ele costumava consertar as roupas dos colegas e depois pediram para fazer roupa de aula e ele foi aprendendo. Em 2022, foi a primeira vez e, desde então, viemos todas as edições”, conta. “Tem roupas de balé clássico e também para jazz e outros estilos”, completa.
*Colaborou Lara Donnola
Casarão Neitzel é preservado pela mesma família há mais de 100 anos na Estrada Quiriri, em Joinville: