“Ficamos bem aliviados”, diz irmã de Gabriella sobre decisão de juiz de negar prisão domiciliar a Leonardo
Pedido foi negado na tarde desta quarta-feira, 8
Pedido foi negado na tarde desta quarta-feira, 8
“Estávamos bem apreensivos, mas ficamos bem aliviados”. Foi essa a sensação da irmã de Gabriella, Andreza Custódio Silva, 25 anos, e da família ao receberem a notícia de que o juiz Gustavo Henrique Aracheski negou o pedido de prisão domiciliar a Leonardo Natan Chaves Martins. Ele é acusado de matar a jovem, então sua namorada, em julho do ano passado.
O pedido, protocolado pela defesa do réu, na terça-feira, 7, alegava que Leonardo sofre de hipertensão e poderia contrair coronavírus ao se manter no presídio, já que faz parte do grupo de risco. Na decisão, o juiz, que é titular da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Joinville, alegou que não há notícia de eventual gravidade do quadro de hipertensão do acusado e nem de contágio da doença no presídio.
“Nunca soubemos que ele era hipertenso. Só agora que foram dizer que ele precisava de cuidados? Isso só mostra o quanto ele é frio”, afirma Andreza.
Assim que recebeu a notícia do pedido de prisão domiciliar a Leonardo, a família ficou abalada. Andreza acredita que a defesa tenha tentado se aproveitar da pandemia para tirar o acusado da prisão.
“Quando ficamos sabendo [do pedido da defesa] ficamos agoniados. Uma pessoa que cometeu um crime ficar em casa como nós é ridículo”, diz.
O julgamento de Leonardo foi remarcado para o dia 20 de maio. O júri popular aconteceria no dia 24 de março, mas foi transferido por conta de medidas de isolamento social relacionadas ao coronavírus. Para a família de Gabriella, a espera pela audiência não tem sido fácil.
“Perder a gente já perdeu, não tem mais o que fazer. Mesmo se ele for condenado ou não, ela não voltará para nós. O mínimo que esperamos é que a lei se cumpra.”
Andreza conta que o único contato que teve com Leonardo após a morte de Gabriella foi no dia em que as testemunhas foram ouvidas, onde o réu presenciou os depoimentos. Segundo ela, Leonardo nunca deu indícios de que cometeria o crime.
“A gente nunca desconfiou que ele faria algo com ela. Ela o amava e se sujeitou a abusos psicológicos e agressões físicas”, diz Andreza.
No processo, que corre em segredo de justiça, de acordo com Andreza, há relatos de outros crimes que Leonardo teria cometido contra Gabriella. A jovem, que foi morta por um tiro pelo então companheiro Leonardo e transportada no porta-malas do acusado até a porta do hospital, havia se distanciado da família nos últimos dias. Para os familiares, agora, o que resta é a espera por justiça e a saudade.
“É horrível, não tem como explicar em palavras. É uma dor que não desejo nem para ele [Leonardo]”, finaliza a irmã.