Fiesc apresenta estudos sobre eixos logísticos na BR-280; saiba detalhes
Fiesc apresentou análises em encontro na cidade de São Francisco do Sul
Fiesc apresentou análises em encontro na cidade de São Francisco do Sul
A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) causou preocupação nos representantes da indústria do Norte Catarinense no encontro que ocorreu nesta quarta-feira, 8, em São Francisco do Sul, na ArcelorMittal Vega. Os estudos apresentados analisam a situação de 74,5 quilômetros (km) da BR-280 e o estado dos corredores logísticos catarinenses.
A duplicação da BR-280, trecho entre São Francisco do Sul e o acesso à Corupá, que inclui o contorno de Jaraguá do Sul e Guaramirim, precisa de R$ 920 milhões para ser concluída. Os dados são do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e foram expostos nos estudos da Fiesc, executados pelo engenheiro Ricardo Saporiti.
“A BR-280 é um dos eixos estratégicos para o desenvolvimento catarinense. Santa Catarina tem na indústria o seu grande vetor de desenvolvimento e precisa de uma infraestrutura adequada para crescer. O custo logístico é um componente importante na composição de preço de um produto. Se temos uma rodovia nas condições que estão, certamente há incremento no custo logístico da região. Então há perda de competitividade”, afirmou o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.
As obras de duplicação foram contratadas em 2014 a um valor inicial global de aproximadamente R$ 1 bilhão e eram para estar prontas em 2018.
O valor remanescente estimado contempla três lotes ao longo da rodovia. Para o lote 1 é previsto R$ 300 milhões; para o lote 2.1, R$ 110 milhões e o 2.2, R$ 510 milhões, exceto a travessia do Canal do Linguado.
Mario destacou ainda que há 45 mil estabelecimentos em um raio de 50 quilômetros do entorno da BR-280. De acordo com o presidente da Fiesc, essas empresas são responsáveis por empregar 506 mil trabalhadores.
A corrente de comércio em 2022 é de US$ 13 bilhões, o equivalente a 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina. Além disso, a população da região é de 1,6 milhão de habitantes, conforme o presidente.
“Gostaria de reforçar aqui o nosso comprometimento com a demanda de duplicação da BR-280 desde antes do início das operações da companhia em 2003”, disse Marcelo Campos, gerente de logística da ArcelorMittal Vega. Ele salientou que, desde o começo da empresa, a infraestrutura logística é praticamente a mesma.
“Algo precisa ser feito com urgência, pois com a atual expansão da atividade econômica na região, estamos na iminência de vivenciar um colapso logístico”, completou.
Conforme o estudo, o lote 1 tem uma extensão de 36,68 km e vai de São Francisco do Sul ao entroncamento com a rodovia BR-101. O segmento de cerca de 7 quilômetros do novo traçado (Km 03 + 840 e o 11+ 000) ainda necessita da execução de um volume significativo de terraplenagem. Além da execução de pavimentação e de obras de artes especiais, como viadutos.
Já as obras remanescentes, acrescidas das obras de restauração e melhoramentos da pista existente, equivalem a cerca de 75% do contratado (em 2014). Para concluir o lote, a estimativa do DNIT mostra que são necessários R$ 300 milhões. Entretanto, o órgão informou que o lote está em fase de revisão de projetos.
O lote 2.1 vai do entroncamento da rodovia BR-101 até o início do contorno de Jaraguá do Sul e tem uma extensão de 14 km. O estudo mostra que as obras e serviços remanescentes, que estão paralisados, acrescidos dos melhoramentos da pista existente, equivalem a aproximadamente 50% do contratado em 2014.
Para concluir a duplicação, as projeções do DNIT indicam que são necessários R$ 110 milhões.
O lote 2.2 tem uma extensão de 23,8 km, que vai do acesso a Jaraguá do Sul (km 50,74) até a Guaramirim. O trajeto inclui o contorno dos dois municípios, passando por Schroeder. As obras e serviços remanescentes deste lote equivalem a 55% do contratado em 2014.
O trecho tem uma série de obras de arte especiais que precisam ser executadas, inclusive a conclusão da implantação do túnel duplo “Engenheiro Antônio Carlos Bessa”.
Os destaques entre o túnel e a interseção com a BR-280 (acesso a Corupá) são a construção de cinco passagens superiores, ponte sobre o rio Itapocu e a interseção do contorno com a BR-280 (Corupá).
Para a conclusão do lote, estimativas do DNIT mostram que são necessários R$ 510 milhões.
Ainda durante o encontro, o secretário-executivo da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc, Egídio Antônio Martorano, apresentou um estudo que expõe a precariedade dos principais corredores logísticos catarinenses, que estão com a fluidez e segurança comprometida.
Para o secretário, a condição gera custos socioeconômicos e perda de competitividade. Outro aspecto levantado na análise são os eventos severos, como a alta incidência de chuvas que devem ser objeto de um plano de prevenção e de mitigação dos seus efeitos.
PREPARE-SE PARA UMA VIAGEM NO TEMPO!
No dia 9 de março você vai conhecer a história por trás de casarões históricos de Joinville, em conteúdo inédito e exclusivo. Assista à prévia!