Filme de Joinville será o primeiro da cidade em importante festival de cinema em Minas Gerais

Curta "Açúcar" se passa no Morro do Amaral

Filme de Joinville será o primeiro da cidade em importante festival de cinema em Minas Gerais

Curta "Açúcar" se passa no Morro do Amaral

Redação O Município Joinville

O filme “Açúcar” vai estrear na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, tornando-se o primeiro curta-metragem de Joinville a ser selecionado para o festival e será um dos representantes do cinema catarinense na Mostra. O evento inicia dia 24 de janeiro e segue até 1 de fevereiro, com toda a programação gratuita.

Sendo um dos principais eventos cinematográficos do Brasil, o “Açúcar” alcançou um grande espaço em nível nacional. A mostra ocorre em Tiradentes, Minas Gerais, e reúne críticos, realizadores, estudantes, curadores e público de todas as faixas etárias para prestigiar o que há de inovador do audiovisual brasileiro.

O curta-metragem será exibido no dia 31 de janeiro, às 19h40, na Mostra Formação no Cine Teatro (Centro Cultural Yves Alves).

Moradores do Morro do Amaral protagonizam filme gravado em Joinville

Das páginas apra as telas

De acordo com Fahya Kury Cassins, diretora e roteirista do curta-metragem, o “Açúcar” é a adaptação de um conto que foi escrito por ela. A personagem Elisângela surgiu quando Fahya ainda morava em Florianópolis e conheceu a parte periférica da cidade, a personagem representa todas aquelas mulheres que têm desde novas a vida dedicada aos trabalhos de cuidado, seja com pessoas ou com o lar.

Fahya estava pedalando por Joinville e chegou até o Morro de Amaral, onde a história do curta se passa, e após esse dia o conto foi adaptado para um roteiro.

“Quando eu subi aquele morro que dá vista para o mar, lembrei da cena das crianças pedalando que havia no conto e pensei: ‘É aqui que o açúcar pode existir.’ Por já conhecer a realidade do local, entender um pouco das coisas dali e perceber que aquele era o lugar muito semelhante à ideia original do conto.”

A diretora do curta ainda completa dizendo que o Morro do Amaral abraça a história, e que qualquer pessoa que visite a comunidade pesqueira vê aquelas crianças pulando no rio, brincando e andando de bicicleta pelas ruas, e percebe que a alma do Açúcar tem muito disso, e é o mais importante.

Assista ao trailer

Morro do Amaral

O Morro do Amaral é uma ilha localizada na área rural de Joinville, que fica na zona Sul da cidade. Ali não há praia, mas a ilha é à margem da baía Babitonga e cercada pelo manguezal. A comunidade ainda mantém as tradições e trejeitos de uma vila de pescadores. Em 2014 o local tornou-se a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Ilha Morro do Amaral. Possui quatro sítios arqueológicos e a igreja tombada como patrimônio histórico, sendo a colonização da ilha muito mais antiga que a de Joinville.

Desde o início do projeto, quando foi aprovado, ele previa esse contato com a comunidade da ilha. A Oficina Produções entrou em contato com associação de moradores e a de pescadores, conversaram sobre os apoios e onde poderiam realizar as atividades. Também estiveram na Escola Municipal Reinaldo Pedro de França, a única escola do local, e passaram nas salas de aula falando sobre o projeto e que o elenco seria formado por pessoas da comunidade.

Houve um curso de formação para atores do qual crianças e adultos participaram, e também uma oficina de fotografia para as crianças da comunidade. Depois da fase de trabalho de perfil dos personagens e testes, a seleção do elenco foi feita. Todo o processo para o Açúcar ser produzido contou com o apoio e a presença dos moradores do Morro do Amaral, que puderam ter muito da sua região exibida no curta-metragem, carregando do início ao fim a essência do local.

“Eu acho que foi uma coisa emocionante para eles e que acabou emocionando bastante todos nós também”, revela Fahya.

Sobre a protagonista

A personagem Elisângela, que aparece o tempo todo realizando trabalhos domésticos, mesmo sendo apenas uma criança, é protagonizada por Sophia Luísa Negherbon Voltolini, de apenas 11 anos.

A jovem ficou sabendo do projeto na ida da Oficina Produções até a sua escola. Ela conta que nunca havia feito algo semelhante antes, foi sua primeira vez atuando em um filme. Revelou que durante a formação fez muitas amizades e se divertiu, reforçando todo o trabalho feito durante o projeto e como foi essencial para que o elenco pudesse se sentir confortável durante a produção.

Sua personagem é fruto de uma mistura de muitas mulheres que assim como a personagem, desde cedo devem saber manter um lar de pé, e em muitos casos passam a vida toda somente prestando seus serviços de cuidado a todos sem receber nada em troca.

“A base da nossa sociedade é a Elisângela. O mundo só está girando porque existem pessoas como ela, que estão lá e são para elas que a gente não olha, são elas que não tem esse protagonismo, nem no cinema, nas reportagens e no mundo de forma geral”, reforça a diretora do curta.

A Trilogia da Periferia

A trilogia surgiu após a diretora do curta escrever o roteiro do Açúcar, que é o primeiro filme. “Robin”, que é o segundo do trio, foi aprovado e está em pré-produção. O terceiro roteiro é “Marta”, em fase de projeto. Todos eles tratam de personagens da periferia de Joinville.

Fahya reforça que se incomodava com um cinema que só fala de si mesmo. “A gente sabe que a periferia não tem acesso à formação, não tem acesso aos financiamentos”, diz. E por conhecer Joinville e querer conhecer cada vez mais, despertou nela essas três histórias com personagens que vivem nessa margem da sociedade, que estão ao nosso redor e que não são vistos sendo retratados no cinema, muito menos no de Joinville.

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