Funcionários terceirizados do Samu podem entrar em greve em Joinville
Atraso no pagamento do décimo terceiro é a principal reivindicação
Funcionários terceirizados do Samu poderão entrar em greve a partir de segunda-feira, 21, em Joinville. A decisão final depende do pagamento do 13º salário dos empregados, que estaria atrasado. Um ofício será enviado a empresa licitada que opera o serviço em Santa Catarina, a OZZ Saúde, para que o pagamento aconteça até domingo, 20.
Além do atraso do pagamento do benefício, os trabalhadores não recebem reajuste salarial desde desde 2017, quando a empresa assumiu a administração do Samu, explica Lorival Pisetta, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Joinville e Região (SindSaúde). “O salário é o menor do mercado, não é atrativo. A inflação aumenta, os preços aumentar e eles não têm o reajuste”, argumenta.
Uma funcionária que preferiu não se identificar também conta que a empresa não faz o repasse de insumos necessários para o trabalho. “Esses dias trouxemos papel higiênico de casa”, afirma a trabalhadora. Segundo ela, os profissionais também estão sem receber as férias.
Em assembleia que será realizada na noite desta quinta-feira, 17, o SindSaúde fará um documento para entregar à OZZ Saúde, solicitando o pagamento do 13º. Outro ofício será enviado também ao governador Carlos Moisés, a fim de comunicar os problemas enfrentados pelos trabalhadores da empresa.
Como ficará o atendimento
Caso o pagamento não seja realizado até o domingo, 20, a categoria irá optar pela paralisação.
Se for necessário entrar em greve, apenas parte do serviço do Samu ficará paralisado, de acordo com o presidente do SindSaúde. Ele afirma que a população continuará a ser atendida, mas com um número reduzido de funcionários em áreas que permitem a redução, como por exemplo, a Central, que poderá atender com metade da equipe.
O Samu também poderá receber o apoio de outras equipes de socorro, por meio de uma parceria, o que vai auxiliar nos atendimentos.
Pisetta explica que a greve será uma forma de pressionar a empresa a atender as reivindicações dos funcionários, que estão trabalhando desmotivados e sem as condições mínimas no ambiente de trabalho. “Não encontramos outro meio amigável para resolver”, afirma, já que fizeram contato com a empresa em outros momentos, mas sem sucesso.
O que diz a OZZ Saúde
Por meio de nota, a OZZ Saúde afirmou que o pagamento do 13º será feito dentro do prazo legal, que é 20 de dezembro. A empresa diz que nunca foi registrado o atraso de salários, mesmo com a falta de verbas vindo do governo do Estado.
Em relação aos insumos e equipamentos, a OZZ alega que todos os materiais necessários para o serviço do Samu são entregues nas unidades. Equipes também são responsáveis por fazer a inspeção dos locais de trabalho, já que há denúncias infundadas, e em nenhuma das vezes foram autuados por problemas do gênero, explica a nota.
Confira a nota na íntegra:
“Tivemos acesso a seguinte informação: ‘Trabalhadores do Samu de algumas mesorregiões de SC estão sem pagamento do 13º salário, não receberam os salários de novembro e férias, estão sem material para prestar os serviços e com condições precárias de trabalho entre outros problemas’. Assim, podemos esclarecer que, as férias foram suspensas tendo em vista a MP 927, que perdeu a eficácia, entretanto a OZZ Saúde já apresentou junto ao MPT E SINDICATOS a escala de férias para todos os colaboradores.
Sempre nesta época do ano há muita insegurança dos trabalhadores, pois nosso contrato com o Estado de Santa Catarina se finda em 31/12/2020, contudo o mesmo já se encontra RENOVADO ATÉ 31/12/2021, onde a renovação ocorreu na data de 14/12/2020.
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