GALERIA – Confira como foi o espetáculo da Noite de Gala do Festival de Dança de Joinville
Espetáculo de clássicos de Shakespeare ao som de Tchaikovsky foi dirigido por Ana Botafogo e Marcelo Misailidis
Com uma apresentação emocionante, Ana Botafogo e Marcelo Misailidis foram responsáveis pelo retorno da Noite de Gala do 39º Festival de Dança de Joinville neste domingo, 24. A dupla apresentou dois clássicos de Shakespeare, Romeu e Julieta e Otelo, ao som de Tchaikovsky. O ST Tragédias foi dirigido e montado pela dupla de bailarinos que teve sua primeira parceria registrada há 30 anos também nos palcos do festival.
A peça de Romeu e Julieta, anteriormente interpretada por Ana e Marcelo, foi dançada por Mayara Magri e Matthew Ball, primeiros bailarinos da Royal Opera House, de Londres. Já Otelo, conta com a presença de 16 bailarinos no palco.
O espetáculo começou a ser ensaiado durante a pandemia. Segundo Ana Botafogo, os primeiros ensaios precisaram ser feitos de forma híbrida já que, além da recomendação do distanciamento social, os bailarinos moravam em países diferentes.
Antes da apresentação, Ana e Marcelo foram chamados ao palco e receberam um presente do artista joinvilense Juarez Machado. A dupla agradeceu toda a equipe do espetáculo, desde técnicos até os bailarinos. O resultado de todo o trabalho foi apresentado neste domingo em Joinville e foi aplaudiu de pé pela plateia.
De volta ao palco do Festival
Esta não é a primeira vez que Ana Botafogo e Marcelo Misailidis participam do Festival de Dança. Ana, que além de dançarina já fez parte da curadoria do evento, conta que é uma nova experiência voltar ao festival em outra posição artística, no caso, como diretora de espetáculo.
“Voltar ao festival sempre é diferente. Eu tenho muitas lembranças, recordações, mas não é um sentimento nostálgico. Todo festival é novo, tem novidades, muitas coisas novas para conhecer”, destaca Ana. Marcelo concorda com a parceria.
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Sobre o ST Tragédias
A parceria de décadas entre Ana Botafogo e Marcelo Misailidis continua dando frutos. Há exemplo é o ST Tragédias. A dupla dançou junto pela primeira vez a peça Romeu e Julieta. “Pensando em um projeto que marcou e foi este, aqui no Festival de Dança”, lembra Ana sobre a escolha da peça Romeu e Julieta.
Além disso, a bailarina destaca que a peça Otelo continua sendo atual, pois trata de temas como feminicídio, racismo e outros debates que emergentes na atualidade. “É super oportuno”, comenta.
Enquanto Romeu e Julieta era um espetáculo já montado anteriormente, Otelo foi criação de Marcelo, que precisou pensar coreografias, estudar cenário e escolher quais músicas se encaixariam na performance. Daí, veio Tchaikovsky. Marcelo conseguiu encaixar a criação do músico russo nas cenas de Shakespeare e, então, nasceu o ST Tragédias. “Há peças que já têm as músicas, a coreografia, mas não tínhamos para Otelo. Foram quatro meses para pensar e preparar o espetáculo. “, conta Marcelo.
Enquanto Marcelo criava, Ana se destacou na direção dos bailarinos, coordenando as interpretações, a escolha dos personagens, do figurino e outros ajustes do espetáculo. A dupla afirma que a parceria de anos permitiu uma sintonia de ideias, o que auxiliou toda a montagem das peças. “Somos ligados na mesma arte. Isso nos dá possibilidades”, diz Ana.